Iluminuras lança tradução de Finnegans Wake, de James Joyce

18 abril 2022 às 11h01

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Organizada por Dirce Waltrick Amarante, a edição conta com traduções de Aurora Bernardini, Fedra Rodríguez, Afonso Teixeira, Tarso do Amaral e outros
“Finnegans Wake” é um romance não-romance, um superomance, um enigma para todo o sempre? Pode até ser tudo isso e mais algumas coisas. Mas no Brasil há estudiosos tanto para explicá-lo quanto para traduzi-lo, com extrema perícia. Primeiro, Augusto e Haroldo, brothers Campos, traduziram fragmentos do livro em “Panaroma de Finnegans Wake”, com edição da Perspectiva.

Em seguida, o tradutor Donaldo Schüller enfrentou a fera inteira, com edição da Ateliê Editorial, em vários volumes: “Finnegans Wake-Finicius Revem”. O original e a versão são obras de mestres. Mas há quem postule que a tradução é tão difícil de ler quanto o texto primevo de Joyce.

Sabe-se que Caetano Galindo está preparando uma tradução de “Finnegans Wake” para a editora Companhia das Letras. Para um só tradutor, pode-se falar que se trata de uma tarefa de Hércules-Héracles.
Dirce Waltrick do Amarante, uma das melhores tradutoras e explicadoras (escreve com uma clareza ímpar) de James Augustine Aloysius Joyce (1882-1941 — o espantoso irlandês viveu apenas 58 anos), organizou o Coletivo Finnegans para traduzir o quase intraduzível “Finnegans Wake”. O resultado é a “suma” joyciana, sob o título de “Finnegans Rivolta” (Iluminaras, 720 páginas, 198 reais), em português.
Os tradutores são, em ordem alfabética: Afonso Teixeira Filho, Andréia Buch Bohrer, André Cechinel, Aurora Fornoni Bernardini, Daiane Oliveira, Dirce Waltrick do Amarante, Fedra Rodríguez, Luiz Henrique Garcia Ferreira, Sérgio Medeiros, Tarso do Amaral, Vinícius Alves e Vitor Alevato do Amaral. Uma equipe de primeira linha da brigada tradutória do país

Num texto, exposto no site de uma livraria, Dirce Waltrick do Amarante assinala: “Cada tradutor ficou responsável por um ou mais capítulos do livro. As traduções foram feitas quase ao mesmo tempo e, idealmente, cada tradutor contou a sua versão da história para os outros”.