HarperCollins compra 100% da editora Ediouro e diz que acredita no mercado brasileiro

04 janeiro 2017 às 15h33

COMPARTILHAR
“Nós vemos o Brasil como uma área de crescimento, tanto para os títulos globais quanto para os autores locais. Estamos animados com esta nova estrutura e com a nossa nova casa”, disse o CEO Brian Murray

As multinacionais do livro estão chegando ao Brasil para ficar — de olho grande na população de 200 milhões de habitantes (a crise da economia afeta todos os setores, inclusive o de livros, mas, mesmo assim, as grandes editoras globais apostam no mercado do país gerido pelo presidente Michel Temer, por sinal, poeta). A Penguin associou-se à Companhia das Letras, talvez a editora mais categorizada do país, ao lado da gigante Record (o grupo inclui vários outros selos, como Civilização Brasileira, José Olympio, Difel). A HarperCollins associou-se à Ediouro, em 2015, criando a HarperCollins Brasil. A Ediouro havia ficado com 25% do negócios. Agora, a HarperCollins comprou integralmente a casa patropi.
“Nós vemos o Brasil como uma área de crescimento, tanto para os títulos globais quanto para os autores locais. Estamos animados com esta nova estrutura e com a nossa nova casa”, disse Brian Murray, CEO da HarperCollins no mundo, em nota à imprensa. A Nova Fronteira — consagrada editora, que edita (ou editava) Thomas Mann, Elias Canetti, Hermann Broch, Dino Buzzatti, e tantos outros grandes autores — e a Petras, especializada em obras católicas, permanecem sob controle da Ediouro. Os selos Thomas Nelson, Vida Melhor e Harlequim ficam com a HarperCollins.
Patrícia Hespanha foi mantida no comando da HarperCollins Brasil, assim como o publisher Omar Souza.
As editoras estrangeiras estão de olho também no mercado didático do Brasil, um dos que mais crescem no mundo. A inclusão social pôs mais pessoas nas escolas e, com isso, o número de leitores tende a crescer. Apesar, insistamos, da crise — que reduz o consumo em todos os setores, inclusive no de livros.