Estado de Minas demite 13 jornalistas e deve promover novos cortes nos próximos meses. Veja a lista
08 janeiro 2015 às 22h27
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O jornal “Estado de Minas”, do grupo Diários Associados, demitiu vários jornalistas nesta semana. O Comunique-se diz que foram cortados 10 jornalistas. O Portal dos Jornalistas assinala que foram afastados 13 profissionais. O Portal Imprensa menciona 11 jornalistas.
O Portal dos Jornalistas listou de fato 13 profissionais:
1 — Alexandre Coelho — Arte
2 — Arnaldo Viana — Gerais
3 — Carlos Herculano Lopes (foto acima)— Cultura
4 — Eduardo Aquino — Veículos
5 — Eustáquio “Taquinho” Soares — Fotografia
6 — Gracie Santos — Cultura
7 — Leonardo Augusto de Azevedo — Política
8 — Marcos Michelin — Fotografia
9 — Marlyana Tavares — Suplementos
10 — Norma Ferreira — Veículos
11 — Paula Takahashi — Suplementos
12 — Pedro Lobato (foto abaixo) — Editor de Opinião
13 — Silas Scalioni — Suplementos

O Comunique-se informa que entre os demitidos está uma secretária, informação que não é prestada no Portal dos Jornalistas. O portal menciona cortes no setor administrativo, mas não explicita números e nomes. O Portal dos Jornalistas acrescenta que “mais profissionais deixarão a redação em fevereiro e março”. Carlos Herculano Lopes é, além de jornalista, escritor elogiado por críticos literários do País.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas, Kerison Lopes, afirma que “a crise financeira da qual as demissões decorrem acontece por conta da linha editorial” adotada pela cúpula do jornal. O “Estado de Minas” estaria se comportando de maneira “parcial”, notadamente na área política, e por isso estaria perdendo credibilidade e, daí, assinantes. Lopes pode ter razão em parte, mas a crise dos jornais tem menos a ver com o fato de o “Estado de Minas” apoiar o tucanato local e muito mais a ver com uma crise geral que afeta todos os jornais.
As empresas de comunicação estão aprendendo aos poucos e aos trancos e barrancos a lidar com o fenômeno da internet. Esta é fundamental para todos os jornais, para aumentar o número de acessos (em todos os lugares, numa globalização efetiva) e, até, de assinantes, mas ainda não se tornou inteiramente rentável para a maioria das publicações. A identificação com o tucanato pode ser um “problema”, mas, seguramente, é um problema menor. A “CartaCapital” é identificada com o petismo, chega a anunciar isto em editorial, mas não está em crise nem perdeu assinantes. A “Veja” não é petista, tem certo entusiasmo pelo PSDB (que avalia como meio “frouxo”, mas é a oposição mais consistente), e, aparentemente, não está mal das pernas.
O desafio dos jornais é transformar o acesso na internet — cada vez mais alto — em dinheiro. Por enquanto, a maioria dos jornais faz investimentos, mantendo em geral duas equipes, para o impresso e para o online, mas a receita publicitária ainda não é adequada.
