Dez anos depois, jornalista brasileira que participou do Wikileaks conta história em newsletter gratuita

10 janeiro 2021 às 00h00

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Natalia Viana resolveu escrever série de textos “O ano em que o Wikileaks mudou o mundo” para relembrar trabalho com documentos do Departamento de Estado norte-americano

“Há dez anos os cinco maiores jornais do mundo publicavam o maior vazamento de documentos da história do jornalismo. O site Wikileaks disponibilizou mais de 250 mil telegramas diplomáticos do Departamento de Estado que destrinchavam a política interna de mais de cento e setenta países na primeira década do século 21.” No meio da história que recentemente teve a extradição negada do jornalista e ativista australiano Julian Assange para os Estados Unidos, mas que segue preso na Inglaterra, uma brasileira participou da análise dos documentos tornados públicos pelo Wikileaks.
Natalia Viana, codiretora da Agência Pública, conta em uma newsletter gratuita recém-lançada como foi parar em Londres após um convite cheio de segredos para participar do trabalho de jornalismo baseado no recebimento do vazamento de documentos secretos do Departamento de Estado dos Estados Unidos em novembro de 2010. A brasileira “viu essa história de perto, sendo a única jornalista brasileira a trabalhar diretamente com o Wikileaks para tornar públicos os documentos do vazamento que ficou conhecido como Cablegate”, descreve a página de assinatura da newsletter.
“O ano em que o Wikileaks mudou o mundo” é uma produção de Natalia Viana em parceria da Agência Pública com o Canal Meio. O lançamento da newsletter veio em uma entrevista no YouTube conduzida pelo editor do Meio, o jornalista Pedro Dória, na terça-feira, 5. Para assinar à newsletter e receber os textos no seu e-mail, basta clicar no link (aqui).

Crimes militares
Entre parte dos documentos secretos norte-americanos revelados pelo Wikileaks estão os registros de torturas cometidos por militares dos Estados Unidos contra presos em Guantánamo, na ilha de Cuba, e segredos diplomáticos compartilhados por Brasil e Estados Unidos sobre a segurança antiterrorismo nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016. Toda segunda-feira chega um capítulo novo da newsletter no seu e-mail. Até agora, duas edições da newsletter com os bastidores do Wikileaks escritos por Natalia foram enviadas: “Episódio 1 – A mansão e os vazamentos” e “Episódio 2 – O cerco de fecha contra o Wikileaks”.
“E assim as histórias que eu havia colhido nas noites diante da lareira foram criando vida, repercutindo, pautando a mídia nacional: jornais, rádio, TVs. Agitavam todas as redações do país. Viraram conversa de bar. Eu tinha 30 anos. E enquanto comentaristas apostavam o que mais haveria no balaio do WikiLeaks, era só eu, jornalista independente – sem veículo, sem patrão – quem tinha a resposta”, escreve a coeditora da Agência Pública em um dos textos da newsletter “O ano em que o Wikileaks mudou o mundo”.
Quem é Natalia Viana?
Para quem ficou na dúvida sobre quem é a profissional que assina a newsletter “O ano em que o Wikileaks mudou o mundo“, vale conferir o currículo divulgado na página da Agência Pública:
“Natalia Viana é jornalista há 20 anos, diretora e co-fundadora da Agência Pública e Jornalismo Investigativo. É autora e co-autora de quatro livros sobre violações direitos humanos: Plantados no Chão (Conrad, 2007), Jornal Movimento, uma Reportagem (Manifesto, 2010) e Habeas Corpus: Que Se Apresente o Corpo (Secretaria de Direitos Humanos, 2010) e o e-book O Bispo e Seus Tubarões, sobre o impeachment de Fernando Lugo no Paraguai (Agência Pública, 2013). Como repórter e editora, venceu diversos prêmios de jornalismo, entre eles o Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos (2005/2016/2020), o prêmio Comunique-se (2016/2017), o Prêmio Trofeu Mulher Imprensa (2011/2013), prêmio Gabriel García Márquez (2016) e Ortega y Gasset (2020). Em 2016, foi a jornalista brasileira mais premiada. Em 2019, sua série Efeito Colateral, sobre civis mortos pelo Exército, foi finalista do prêmio Shining Light Award, da Rede Global de Jornalistas Investigativos.
Em 2018, foi reconhecida como empreendedora social da rede Ashoka e passou a integrar o Conselho Reitor da Fundação Gabriel García Márquez. Escreve colunas de opinião para o site El Diario, na Espanha.
Natalia Viana
Codiretora e editora da Agência Pública”.