Daniel Castro diz que nova apresentadora do Fantástico, Poliana Abritta, é rejeitada por colegas

17 setembro 2014 às 18h36
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[Ernesto Paglia e Poliana Abritta: os dois profissionais trabalharam juntos]
A saída de Patrícia Poeta do “Jornal Nacional” e a indicação de Poliana Abritta para apresentar o “Fantástico” continuam provocando polêmica. Patrícia Poeta diz que está de saída, em novembro, porque vai apresentar um programa de variedade a partir de 2015. Sua irmã, Paloma Poeta, diz que ela quer apenas ser “feliz”. Julio Hungria, editor do site “Blue Bus”, sugere que William Bonner, editor-chefe e apresentador do “JN”, puxou-lhe o tapete. O clima cordial entre os apresentadores sugere que não há desavença.
Um dos mais bem informados jornalistas que cobrem televisão, Daniel Castro, do UOL e ex-“folha de S. Paulo”, publicou um texto, “Jornalistas da Globo bombardeiam nova apresentadora do ‘Fantástico’”, no qual se critica Poliana Abritta.
“Os profissionais mais críticos dizem reservadamente que Poliana só foi indicada para a vaga de Renata Vasconcelos, que em novembro vai para o ‘Jornal Nacional’, porque é amiga íntima de Silvia Faria, diretora da Central Globo de Jornalismo, segundo nome mais forte dos noticiários da emissora”, escreve o repórter.
Segundo Daniel Castro, “a principal reclamação é que Poliana é ‘crua’ como apresentadora e até corre risco de se queimar em um programa sob forte pressão por audiência e em crise criativa, caso do ‘Fantástico’. Vista como ‘sem carisma’, Poliana furou uma fila de profissionais com muito mais experiência em bancada do que ela, como Ana Paula Araújo, Mariana Ferrão, Christiane Pelajo e Flávia Freire”.
Pode até ser que as fontes do jornalista estejam corretas, mas Renata Vasconcelos, quando foi indicada para o jornalismo da Globo, vinha de escassa experiência no Globo News. Deu-se bem e, agora, vai apresentar o “Jornal Nacional”, carro-chefe do jornalismo global. E, aparentemente, não há segredo algum em apresentar o “Fantástico”, um programa de entretenimento.
Poliana Abritta não é nenhuma amadora, pois, como diz Daniel Castro, “sempre foi repórter” — a profissão mais nobre do jornalismo (editor é cargo, não é profissão). Isto significa que sabe distinguir fatos importantes de fatos corriqueiros e isto pode melhorar, de certo modo, a qualidade da apresentação do “Fantástico”. “Como apresentadora, atuou no ‘Globo Mar’, dividindo externas com Ernesto Paglia e substituiu outras apresentadoras em telejornais durante as férias delas, com atuação avaliadas apenas como medianas”, anota Daniel Castro. “Avaliadas” por quem? O jornalista não diz. Porém depreende-se do que escreve que tem alguma experiência como apresentadora.
As informações de Daniel Castro podem ser verdadeiras, pois se trata de um profissional qualificado, com boas fontes na televisão, mas poderia, para tornar o texto mais verdadeiro, entrevistar, sem “off”, algumas das pessoas que trabalharam com Poliana Abritta. O que Ernesto Paglia, um dos mais experimentados repórteres da tevê brasileira, teria a dizer sobre a jovem repórter? Não dá para acreditar que a Globo escolheu uma “amadora” única e exclusivamente porque se trata de amiga de Silvia Faria. A própria Silvia Faria não bancaria uma pessoa incompetente, sem experiência, porque, além de profissional experiente, isto poderia comprometê-la.
O texto de Daniel Castro soa como lobby? Não digo lobby feito pelo jornalista, e sim de profissionais insatisfeitos…