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Vinte jornalistas foram demitidos. O Grupo Paranaense de Comunicação afirma que mantém investimento na “Gazeta do Povo” e na RPC

Jornal de Londrina londrinaxmaringa

Os jornais enfrentam dois tipos de crise. Uma diz a respeito ao seu formato: vai permanecer impresso ou sobreviverá tão-somente na internet? Há quem acredite que o impresso sobreviverá — ainda que menor —, porém a maioria dos analistas de mídia avalia que está com os dias, meses ou anos contados. Em parte porque os próprios leitores migraram ou estão em processo de migração para a internet. Segundo, porque o custo do jornal impresso, em comparação com o que funciona exclusivamente na internet, é muito alto — exigindo um maior número de trabalhadores, além do custo do papel e logística para distribui-lo. O fim da atividade gráfica e da estrutura para distribuir o produto tende a baratear os custos dos jornais.

Há a outra crise, a econômica. Com o país em recessão, as empresas reduzem a publicação de anúncios — nas versões impressas e online — e concentram-se na articulação de táticas de sobrevivência. Publicitários sugerem que a maneira adequada de sair da crise é anunciar o que se quer vender. Porém, os empresários contrapõem que, se não estão vendendo, é preciso cortar custos, e aí entra a redução da publicidade — assim como o corte de funcionários.

Fábio Luporini é jornalista

Na quinta-feira, 17, o Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM) anunciou o fim do “Jornal de Londrina”. O diretor de redação, Fábio Luporini (foto ao lado), divulgou uma nota e responsabilizou a crise econômica: “É com tristeza que anunciamos o fim da circulação impressa e da operação digital do ‘Jornal de Londrina’ (‘JL’), fruto de uma série de fatores. Depois de 26 anos de atuação jornalística em Londrina e região, o jornal encerra suas atividades em meio à crise econômica que acomete o Brasil e uma reestruturação mundial pela qual atravessam os veículos de comunicação”.

A empresa concorda com a avaliação do jornalista e, ao Portal Imprensa, sublinha que a extinção do “JL” tem a ver com a “crise econômica mundial”. Mas ressalva que vai manter o investimento na “Gazeta do Povo” e na emissora de televisão RPC. “Embora o JL deixe de circular, o GRPCOM continua a acreditar, por meio do demais veículos do grupo, dentre eles a RPC e a ‘Gazeta do Povo’, na solidificação da liberdade de expressão, da independência jornalística e da democracia, mantendo seu compromisso de desenvolver a sociedade e lutar pelos direitos dos cidadãos. Estes princípios colocam em prática a missão do grupo de valorizar a nossa terra e a nossa gente”, disse a diretoria do grupo.

O Portal Imprensa obteve a informação de que “20 jornalistas foram demitidos”.