Capa de O Popular “estrupra” a Língua Portuguesa, tratada como primeira erva daninha do pasto

26 maio 2016 às 11h51

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Nos tempos dos editores Isanulfo Cordeiro e Cileide Alves, a redação escrevia “estupro” e não “estrupro”
Fica-se com a impressão de que, para “O Popular”, a Língua Portuguesa não é a última flor do Lácio — ao lado do romeno (que dizem ser a verdadeira última flor do Lácio) —, e sim a primeira erva daninha do pasto. Na edição de quarta-feira, 25, um editor postou na capa: “Confissão — Engenheiro vai responder a três estrupros”.
Em tempos idos, os de Isanulfo Cordeiro e Cileide Alves, editores cultos e atentos, o jornal escreveria “estupros” — sem um “r” a mais. Curiosamente, parte do povão fala assim mesmo: “estrupros”. O “Pop”, quem sabe, “daquizou-se”. Era pai do “Daqui” e, agora, se tornou filho — discípulo.
Outro problema: a frase nada tem de flaubertiana. O “engenheiro vai responder a três estupros”? Não vai, não. Weder Nogueira dos Santos vai responder, na Justiça, por três estupros.