Sem citar nomes, radialista publicou nas redes sociais que um jornalista “mediano” ganhou destaque nacional por causa de sua orientação sexual

À esquerda, Luiz Gama e à direita o jornalista Matheus Ribeiro | Imagens: Reprodução / Facebook

A diretoria da Rádio BandNews Goiânia afastou o narrador Luiz Gama, que fazia parte de seu quadro esportivo, após comentários que foram interpretados como de cunho racistas e homofóbicos. A decisão foi comunicada ao vivo pelo âncora Marcos Villas Boas, na manhã dessa segunda-feira, 18. Ao defender os princípios de defesa contra ataques relacionado à cor da pele ou orientação sexual, Villas Boas disse, também sem citar nomes, que a emissora não manteria em seus quadros “quem não dança de acordo” com essas convicções.

Os posts de Gama foram publicado na quarta-feira, 13, em suas contas do Twitter e do Facebook. Em um deles, o radialista diz que o presidente Jair Bolsonaro estava certo ao extinguir a obrigação de registro para exercício do jornalismo. “Tem uma fraquíssima em rede nacional só por causa da cor da pele e outro comunzão fazendo fama só porque avisou que queima a rosca”.

Noutra publicação, Gama escreveu que um jornalista “de qualidade média virou a bola da vez do jornalismo nacional só porque revelou que sua rosquinha está à disposição”.

Mesmo sem ter citado nomes, Gama foi atacado na rede por pessoas que interpretaram as críticas como direcionadas à apresentadora Maria Júlia Coutinho, do Jornal Hoje, e ao apresentador Matheus Ribeiro, da TV Anhanguera, que recentemente ancorou o Jornal Nacional – o mais jovem apresentador na bancada do principal telejornal brasileiro.

Gama se defendeu nas redes sociais. Disse ter um filho negro e sobrinhos homossexuais. “Não aceito de forma alguma a pecha de homofóbico e de racista que esquerdalha orientada pelo gayzismo militante tenta colar em mim. Antes que eu me esqueça, vai um conselho: por que vocês não vão todos para a “baixa da égua”?”, escreveu.

O Sindicato dos Jornalistas de Goiás entrou na polêmica no fim de semana. Em nota publicada nas redes sociais, a entidade disse “repudiar as graves acusações sofridas recentemente por jornalistas, que se viram caluniados em suas ascensões profissionais com insinuações de ligações dessas promoções com suas orientações sexuais e a cor de suas peles“.

O texto manifesta solidariedade aos profissionais, “que têm atuado de forma ética e responsável em nossa profissão e por isso são merecedores das promoções que conquistaram nas empresas às quais prestam serviços. Por fim, repudiamos, de forma veemente, os detratores, que merecem voltar para a escória da sociedade“.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, a advogada de Ribeiro, Maria Thereza Alencastro, que representa o apresentador, afirmou que serão tomadas medidas nas áreas cível e criminal. Além disso, será pedida indenização por danos morais e crime de racismo — no qual a homofobia foi incluída pelo Superior Tribunal Federal (STF). ​