Alfaguara lança no Brasil o romance Suttree, de Cormac McCarthy

18 setembro 2025 às 22h40

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Cormac McCarthy é o tipo de escritor a respeito do qual as editoras — Alfaguara, no Brasil — têm o dever de publicar tudo. Há os romances altamente relevantes, como “Meridiano de Sangue”, sua obra-prima, a trilogia da fronteira (“A Travessia”, uma romance de formação no Oeste, digamos) e “Onde Os Velhos Não Têm Vez” (um romance que contempla dois tempos e duas morais irmanadas e contraditórias no mesmo tempo, se se pode dizer assim).

A Alfaguara, do grupo que dirige a Companhia das Letras, têm feito um belo trabalho com a prosa enviesada, menos tradicional do que parece, do autor de “Passageiro” e “Stella Maris” — duas obras menores, mas não ruins; ao contrário, são textos experimentais à espera de uma crítica que os destrinche, para além dos conhecimentos científicos.

Faltava (e não falta mais) o grande romance “Suttree” (Alfaguara, 559 páginas, tradução de Daniel Galera). Não é, claro, como “Meridiano de Sangue”, o melhor romance americano escrito por um bravo filho de William Shakespeare, sugere Harold Bloom, que escreveu um ensaio curto mais seminal a respeito do prosador.
“Suttree” é a história de Cornelius Suttree, personagem contraditório, de difícil apreensão pelas regras da tradição. De cara, o leitor vai detectar a consistência da história e as habilidades de Cormac McCarthy com as linguagens, por assim dizer, no plural. A tradução de Daniel Galera, até onde li, é precisa.
Leia comentário de Italo Wolff sobre Suttre