100 melhores livros do século 21, segundo júri de especialistas do El País

02 dezembro 2019 às 22h01

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84 especialistas listaram para o jornal espanhol as publicações mais importantes de ficção e não ficção

A lista dos 100 melhores livros do século 21 — de ficção e não ficção — é do “Babelia”, suplemento de cultura do jornal “El País”, da Espanha (há uma versão em português). Listas são, sobretudo e obviamente, listas — quer dizer, não dá para contentar a todos. São, quase todas, idiossincráticas. A lista espanhola não é ruim e contempla bons escritores que escreveram (ou foram publicados) e (alguns ainda) escrevem no século 21. Entretanto, como listar escritores de quase todo o mundo, e não mencionar nenhum de Língua Portuguesa? Os escritores do Brasil e Portugal não merecem nenhuma menção. Não existem. José Saramago (morreu em 2010), António Lobo Antunes, Mário de Carvalho, Gonçalo Tavares, Agustina Bessa-Luís, Valter Hugo Mãe, Rubem Fonseca, Francisco Dantas, Milton Hatoum, Adélia Prado, Ronaldo Correia de Brito, Cristóvão Tezza, Beatriz Bracher, Elvira Vigna, Chico Buarque e Angélica Freitas são ficções? Os espanhóis não estão lendo autores portugueses e brasileiros? Listaram “Harry Potter” (!), mas nenhum livro de Lobo Antunes e Milton Hatoum!
Menciona-se Yuval Noah Harari, um intelectual que está se tornando guru. Mas não se lista nenhum livro de John Gray e Roger Scruton, filósofos importantes e na ativa. Não se faz nenhuma referência à escritora americana Toni Morrison, autora de “A Canção de Solomon” e que publicou livros no século 21.
Na edição em espanhol o título da reportagem é: “Los 21 mejores libros del siglo XXI” (“Os 21 melhores livros do século 21”). Na edição brasileira, o título é outro, mais abrangente: “Os melhores livros do século 21” (possivelmente por considerar que, apesar de 21 terem sido destacados, foram arrolados, ao todo, 100 livros).
Esclarecimento: a lista é do “El País”, mas os comentários são meus, ainda que, aqui e ali, cite parte dos comentários do jornal. O “Babelia” comenta tão-somente 21 livros, e faço o mesmo. Depois do 22, apenas os nomes dos escritores e dos livros são anotados.
1 — 2666 — Roberto Bolaño
O romance líder tem 856 páginas, na edição da Companhia das Letras — com tradução de Eduardo Brandão —, e não é de fácil leitura. É muito mais consagrado pelos críticos literários, acadêmicos e de jornais, que pelos leitores. O chileno Roberto Bolaño se tornou uma febre mundial, o que acaba por torná-lo incontornável. Daí o destaque dado pelos espanhóis.
2 — Austerlitz — W. G. Sebald
O romance do escritor alemão é, mesmo, de qualidade. Mas ele não teria uma outra obra superior? Talvez. Editora Companhia das Letras, tradução de José Marcos Mariani de Macedo.
3 — A Beleza do Marido — Anne Carson
Cotada para ganhar o Nobel de Literatura, a canadense Anne Carson é apontada pelo crítico Harold Bloom como uma poeta notável. Ele lamentava, inclusive, que não viveria o suficiente para acompanhar o desenvolvimento de sua bela e densa poesia. Apesar do renome internacional, é pouco conhecida no Brasil. A Editora Jabuticaba publicou o livro “O Método Albertine”. A Editora Lumen publicou, em espanhol, “La Belleza del Marido”, com tradução de Andreu Jaume Enseñat.
4 — A Festa do Bode — Mario Vargas Llosa
O romance é uma espécie de biografia romanceada do ditador dominicano Rafael Trujillo. Babelia cita o comentário do escritor argentino Tomás Eloy Martínez: “Um retrato implacável do poder absoluto em um romance que se lê do começo ao fim sem pausa para respirar”. Não resta a menor dúvida de que se trata de um romance consistente, que torna vívido o que aconteceu na não imaginária República Dominicana, num tempo não tão longínquo. Exclusivamente como literatura, um passo atrás do peruano Vargas Llosa em relação ao inventivo “Conversa no Catedral” (um bar, e não uma igreja), de 1969. Já que a lista só poderia incluir livros do século 21 (frise-se que a obra é de 2000), “A Festa do Bode” (Arx Editora, tradução de Wladir Dupont) talvez possa ser substituído pelo romance “O Sonho do Celta”.
5 — Reparação — Ian McEwan
Um romance sobre o dito e o não dito. Aquilo que fica na sombra às vezes é a história verdadeira, ou pelo menos a mais ampla. Como contá-la? Como história subliminar, como segunda história? “Reparação” é, sem dúvida, o principal romance do inglês Ian McEwan e, de fato, merece figurar em qualquer lista dos melhores do século 21. Pode-se dizer que, neste livro, o autor moderniza Henry James. O escritor americano certamente aprovaria o belíssimo romance. Aos 71 anos, o autor continua nos dando grande literatura. Mas, se ganhar o Nobel de Literatura, será, decerto, por “Reparação”. Editora Companhia das Letras, tradução (precisa) de Paulo Henriques Britto.
6 — Limonov — Emmanuel Carrère
Se Roberto Bolaño talvez possa figurar entre os escritores superestimados, quiçá menos lido do que comentado, o escritor francês Emmanuel Carrère, de 62 anos, deve ser listado entre os subestimados. Trata-se de um bom escritor, capaz de alta imaginação a partir de fatos reais — o que é sempre mais complicado, porque ao menos parte dos leitores se preocupa, em excesso, com verossimilhança — o que, em literatura, é uma trava. “Limonov” conta a vida do múlti russo Eduard Limonov, que, além de político radical, foi de tudo um pouco: mordomo, mendigo, delinquente e poeta. Editora Alfaguara, tradução de André Telles.
7 — Seu Rosto Amanhã — Javier Marías
O escritor espanhol, que tende a ganhar o Nobel de Literatura, dada a alta qualidade de sua prosa — talvez possa ser apontado como o Ian McEwan da Espanha, ainda que os dois não sejam irmãos literários siameses —, escreve uma prosa intrincada e refinada (tal como na literatura de António Lobo Antunes, que merece figurar em qualquer lista séria, o leitor precisa ter paciência e encontrar, aos poucos, o modo de ler seus romances). “Seu Rosto Amanhã” faz parte de uma trilogia. Ele discute o egoísmo, a verdade e a culpa, como aponta Babelia. Mas não só. É preciso ficar atento à Linguagem — um dos personagens principais do romance. Não é só o que conta que importa, mas também como se conta. (Detalhe: Javier Marías escreve muito bem sobre Faulkner e Nabokov.) Companhia das Letras, tradução de Eduardo Brandão (certamente teve dificuldade com o estilo enviesado do escritor, mas se saiu muito bem).
8 — Borges — Adolfo Bioy Casares
Claro que “Borges” não é a mais importante produção literária — de ficção ou não ficção — do escritor argentino, que, por sinal, morreu em 1999. Mas o livro, publicado postumamente, no século 21, é um maná tanto para pesquisadores da vida quanto da literatura do poeta e prosador argentino Jorge Luis Borges. “Babelia” recolhe comentário de Javier Rodríguez Marcos: “Das 20 mil páginas de cadernos que Bioy escreveu ao longo de sua vida, seu relacionamento com Borges ocupa 1.700. (…) Os diários borgianos de Bioy estão cheios de literatura”. Além de amigo e parceiro literário de Borges, Bioy Casares, autor do clássico “A Invenção de Morel”, foi casado com a poeta e prosadora Silvina Ocampo (e um pouco de fofoca: foi amante da mulher do escritor mexicano Octavio Paz, Nobel de Literatura).
9 — Verão — J. M. Coetzee
Quase que eu ia escrevendo: “Por que não ‘Desonra’, o grande romance do escritor sul-africano?” Lembrei-me a tempo que “Disgrace” (visto como um romance tradicional pelos leitores mais recentes de Coetzee) é de 1999, quer dizer, do fim do século 20. “Verão” integra as memórias de Coetzee, sem dúvida um escritor notável — pena que esteja se tornando um escritor para acadêmicos destrinçarem. “Babelia” menciona a opinião de José María Guelbenzu sobre “Verão”: “Revela uma audácia literária que embora consequente com a última parte de sua obra não deixa de ser um desafio original”. Editora Companhia das Letras, tradução de José Rubens Siqueira.
10 — O Ano do Pensamento Mágico — Joan Didion
A americana Joan Didion tem uma obra literária e se esforça para ser conhecida e respeitada como ficcionista. Mas, em termos de leitura de massa, os livros contando a sua tragédia familiar são muito mais lidos e conhecidos (é possível até que tenham chamado a atenção para sua obra anterior). Trata-se de uma obra tão importante assim? Trata-se de fato de uma história lancinante e, sobretudo, muito lida. Editora Harper Collins, tradução de Marina Vargas.
11 — Minha Luta — Karl Ove Knausgård
O norueguês Karl Ove Knausgård é o queridinho da crítica. O “papa” (depois da morte de Harold Bloom) James Wood elogia fartamente sua obra, que usa a literatura para imaginar — ou reimaginar — a própria vida e a dos que estão próximos (o que parece ter irritado parte da família). O ótimo Alberto Manguel, citado por “Babelia”, assinala: “Um despejar documental que precisa existir para que surja, de vez em quando, um prodígio que por si só pareceria puramente retórico, mas que, nascido do esmagador acúmulo de detalhes, se torna uma epifania”. Pode-se dizer que o que torna Knausgård grande é a escassez de grandes escritores no século 21? Talvez, talvez, talvez. Os cinco volumes de “Minha Luta”, como “A Morte do Pai” (primeiro volume), saíram no Brasil pela Editora Companhia das Letras, traduções de Leonardo Pinto Silva (um) e Guilherme da Silva Braga (quatro). O sexto será publicado pela mesma editora.
12 — A Estrada — Cormac McCarthy
Antes que o poeta Carlos Willian Leite fique irritado, esclareço rápido: o romance “Meridiano de Sangue” (ou “Meridiano Sangrento”) é de 1985. É um balzaquiano de 34 anos que parece um menino, de tão vívido, de 8 anos. “A Estrada”, no qual Cormac McCarthy está experimentando não ser Cormac McCarthy (ou não?), ganhou o Pulitzer de Ficção. Uma lista que inclui McEwan, J. M. Coetzee, Sebald e McCarthy merece, de cara, o título de seriíssima. A ficção científica do escritor é notável, ainda que, como literatura, um recuo em relação ao seu romance-símbolo. Bons escritores são assim mesmo: experimentam e esticam seu talento para verificar até onde podem ir. Editora Alfaguara, tradução de Adriana Lisboa (nós, leitores, temos sorte: a versão é de primeira linha. McCarthy parece ter escrito o livro em português, talvez a excelência da tradução).
13 — Crematório — Rafael Chirbes
O escritor espanhol Rafael Chirbes, falecido aos 66 anos em 2015, não parece ter sido editado no Brasil. Portugal o descobriu e publicou dois de seus mais importantes livros, “Na Margem” (Editora Assirio & Alvim) e “Crematório” (Editora Minotauro). Há quem considere “Na Margem” (de 2013) como seu livro mais importante, mas “Crematório”, levado à televisão como minissérie, acabou se tornando o mais celebrado. Colhi no site da Minotauro uma sinopse de “Crematório”: “A morte de Matías Bartomeu, um ideólogo romântico que trocou a revolução pela agricultura biológica, é o epicentro do romance, em torno do qual surge um fresco de personagens surpreendente que ao recordarem a sua relação com o morto, revelam também a sua vida. Através de Rubén, assistimos à reconstrução da história individual das várias personagens, numa narrativa que as entretece com o pesadelo urbanístico da costa levantina espanhola. Pela caracterização das personagens, o autor traça-nos um quadro tão deslumbrante como terrível: a família como forma de exercício dos valores da propriedade, a especulação imobiliária, o dinheiro e os negócios sujos, o tráfico de capitais, a droga e o sexo, moedas de troca e tábua de salvação, a corrupção que mina toda uma sociedade. Com a descrição da destruição da paisagem, apresenta-nos uma metáfora; a perversão humana e a sua influência corruptora, seja da paisagem seja do carácter”.
14 — Dentes Brancos — Zadie Smith
Francisco Solano, mencionado por “Babelia”, assinala: “O traço mais característico da escrita de Zadie Smith (1975) é sua propensão à sátira. No entanto, ‘Dentes Brancos’ não é um romance engraçado. Retrata o espaço multirracial habitado por filhos de imigrantes, cuja assimilação à metrópole, junto com o confronto com os pais, os leva a serem vítimas de uma miscelânea ideológica e religiosa que produz claros efeitos de atordoamento”. Como não está entre minhas escritoras preferidas, e eu não a listaria, deixo apenas o comentário do crítico. Editora Companhia das Letras.
15 — Manual da Faxineira: Contos Escolhidos — Lucia Berlin
Dizem que Lucia Berlin (1936-2004) é uma “narradora excepcional”. Se dizem, deve ser, embora eu não ache tão excepcional assim. Ela, que foi alcoólatra, fez dezenas de bicos antes de se consagrar como escritora (quiçá mais “consagrada” depois de morta). “Tudo o que ela relata tem cheiro de verdade”, postula José María Guelbenzu. Gostaria de ter a confiança e a certeza deste crítico. Mas, de fato, percebe-se, nos contos, uma narrativa de quem conhece a vida. Editora Companhia das Letras, Tradução: Sonia Moreira
16 — Zurita — Raúl Zurita
O crítico literário Marcelo Franco ama adquirir livros autografados. Portanto, certamente correrá à Estante Virtual para comprar “La Vida Nueva”: a edição autografada custa 800 reais (pode-se pagar com cartão, em doze vezes). Raúl Zurita é um poeta chileno que, perseguido pela ditadura de Pinochet, foi preso e torturado. Foi professor da Universidade da Califórnia e, aos 69 anos, tem uma obra extensa. Patricio Fernández, citado por “Babelia”, pontua: “A primeira impressão produzida por Raúl Zurita é a de um poeta perdido no mundo do mistério e da espiritualidade. Ele não lê, canta, se lamenta e reza”. Sua autobiografia é um poema de 800 páginas.
17 — Pós-Guerra: Uma História da Europa Desde 1945” — Tony Judt
A Ela, uma doença, retirou Tony Judt de cena em sua fase mais produtiva, aos 62 anos, em 2010. “Pós-Guerra” é uma extraordinária história da Europa depois da Segunda Guerra Mundial. Uma radiografia, pode-se dizer, do século 20, pois os anos seguintes a 1945 são filhos dos anos anteriores — os das duas guerras mundiais, a de 1914-1918 e a de 1939-1945. Além de pesquisador rigoroso, e de intérprete poderoso, Judt tinha outra vantagem: escrevia como os melhores prosadores (era leitor atento de filosofia e literatura; escreveu muito bem sobre Raymond Aron, Sartre e Camus). Editora Objetiva, tradução de José Roberto O’Shea.
18 — Soldados de Salamina — Javier Cercas
Se “El País” não fosse espanhol, o romance do espanhol Javier Cercas seria arrolado, e logo entre os melhores dos melhores? Não se sabe, claro. E não se está dizendo que o escritor é ruim. Só fazendo uma leve e despretensiosa ressalva. Citado por “Babelia”, o crítico J. Ernesto Ayala-Dip disse do livro que há uma mistura de “relato real” e “obra de ficção”. A obra trata da pedra no sapato dos espanhóis: a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) — na qual a esquerda foi derrotada pela direita de Francisco Franco. A edição da Editora Francis ganhou tradução, buena, de Wagner Carelli. Há uma edição da Editora Biblioteca Azul.
19 — O Fim do Homem Soviético — Svetlana Aleksiévich
Quanto a bielorrussa ganhou o Nobel de Literatura, fiquei com o pé atrás: merecia mesmo? Svetlana Aleksiévich não é uma ficcionista, mas mereceu mesmo o Nobel, porque é uma prosadora extremamente capaz. A jornalista faz o seguinte: ouve as pessoas — em geral, são gente simples, mas não só — e, depois, transcreve o que disseram com extrema fidelidade, mas com sua prosa precisa e tão sofisticada quanto simples. Pode-se sugerir que se trata de uma narradora que dispõe, nos seus livros excepcionais, de vários narradores. Os relatos são impressionantes e, por vezes, comoventes. Os historiadores às vezes se prendem às grandes histórias — aos movimentos dos líderes — e Svetlana busca o registro da voz dos indivíduos… comuns. Com o fim da União Soviética, com um país se dissolvendo e, também, se dissolvendo em vários país, como ficou a cuca dos “soviéticos”, que, a rigor, nem eram mais soviéticos — eram ucranianos, russo, bielorrussos, georgianos, estonianos, lituanos, letões? No lugar de julgar, de apontar incongruências nas falas dos entrevistados, a autora deixa-os falar. Alguns, por exemplo, não apreciaram o fim do socialismo — que, aos trancos e barrancos, havia criado um Estado do bem-estar social (com saúde e educação públicas de qualidade). Companhia das Letras, tradução do craquíssimo Lucas Simone.
20 — Persépolis — Marjane Satrapi
Trata-se da autobiografia da iraniana Marjane Satrapi… em quadrinhos. Na França, vendeu 400 mil exemplares. Satrapi mostra a Revolução Islâmica de 1979 (parte da esquerda brasileira a apoiou, porque havia derrubado um aliado dos Estados Unidos, sem perceber seu caráter fundamentalista e reacionário) na visão de uma menina (ela mesma). Editora Companhia das Letras, tradução de Paulo Werneck.
21 — A Lebre com Olhos de Âmbar — Edmund de Waal
Eis um livro de ficção que não merece outra palavra que não adorável. Para dizer pouco, um parente do autor era amigo do escritor Proust e aparece no seminal romance “Em Busca do Tempo Perdido”. A lebre de olhos de âmbar integra a coleção de 264 miniaturas japonesas — netsukes — que circula na família de Edmund de Waal (um prosador de mão cheia). Por meio da lebre e das outras miniaturas, o britânico relata a história de sua família (vítima da perseguição dos nazistas). Uma obra-prima, muito bem listada pelo “El País” e seu júri. Editora Intrínseca, tradução de Alexandre Barbosa.
22 — O Grande — Juan José Saer
23 — Não me Abandones Jamais — Kazuo Ishiguro
24 — Anatomia de um Instante — Javier Cercas
25 — Felicidade Demais — Alice Munro
26 — Tábula Rasa — Steven Pinker
27 — Os Anos — Annie Ernaux
28 — Hurricane Season — Fernanda Melchor
29 — Sapiens: Uma Breve História da Humanidade — Yuval Noah Harari
30 — Kafka à Beira-Mar — Haruki Murakami
31 — El Nervio Óptico — María Gainza
32 — Anos de Formação: Os Diários de Emilio Renzi — Ricardo Piglia
33 — O Romance Luminoso — Mario Levrero
34 — Na Presença da Ausência, Mahmud Darwish
35 — Incêndios, Wajdi Mouawad
36 — Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar — Daniel Kahneman
37 — As Correções — Jonathan Franzen
38 — O Adversário — Emmanuel Carrère
39 — A Marca Humana — Philip Roth
40 — Canadá — Richard Ford
41 — Elizabeth Costello — J. M. Coetzee
42 — Terror e Utopia —, Karl Schlögel
43 — Lectura Fácil — Cristina Morales
44 — Las Poetas Visitan a Andrea del Sarto — Juana Bignozzi
45 — Ordesa — Manuel Vilas
46 — Distância de Resgate — Samanta Schweblin
47 — La Noche de los Tiempos, Antonio Muñoz Molina
48 — Teoria King Kong — Virginie Despentes
49 — The Blazing World — Siri Husvedt
50 — Os Testamentos, Margaret Atwood
51 — Americanah — Chimamanda Ngozi Adichie
52 — Diccionario de autores latino-americanos — César Aira
53 — Experience — Martin Amis
54 — Pátria — Fernando Aramburu
55 — A Worldly Country: New Poems — John Ashbery
56 — Fun Home — Alison Bechdel
57 — Gênio: Os 100 Autores Mais Criativos da História da Literatura — Harold Bloom
58 — Vida precária — Judith Butler
59 — El Día del Watusi — Francisco Casavella
60 — Reveries of the Wild Woman: Primal Scenes — Hélène Cixous
61 —. Homem Lento — J. M. Coetzee
62 — A contraluz — Rachel Cusk
63 — A Fantástica Vida Breve de Óscar Wao — Junot Díaz
64 — Jamais o Fogo Nunca — Diamela Eltit
65 — El Olvido que Seremos — Héctor Abad Faciolince
66 — Un Ángulo me Basta — Juan Antonio González Iglesias
67 — The Swerve — Stephen Greenblatt
68 — O Tecido do Cosmo — Brian Greene
69 — Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã — Yuval Noah Harari
70 — Trabajos del Reino — Yuri Herrera
71 — Submissão — Michel Houellebecq
72 — A possibilidade de uma Ilha — Michel Houellebecq
73 — A Doutrina Do Choque — Naomi Klein
74 — La Casa de la Fuerza — Angélica Liddell
75 — Berta Isla — Javier Marías
76 — Asterios Polyp — David Mazzucchelli
77 — Necropolítica — Achille Mbembe
78 — C — Tom McCarthy
79 — Aqui — Richard McGuire
80 — Tudo o que Eu Tenho Trago Comigo — Herta Müller
81 — A Fugitiva — Alice Munro
82 — Suite francesa — Irène Némirovsky
83 — Faithless: Tales of Transgression — Joyce Carol Oates
84 — Stag’s Leap: Poems — Sharon Olds
85 — O Capital no Século XXI — Thomas Piketty
86 — Un apartamento en Urano — Paul B. Preciado
87 — Diccionario sánscrito-español. Mitología, filosofía y yoga — Òscar Pujol
88 — Retaguardia Roja — Fernando del Rey
89 — Complô contra a América — Philip Roth
90 — Harry Potter e o Enigma do Príncipe — J. K. Rowling
91 — A Última Noite — James Salter
92 — Clavícula, Marta Sanz
93 — O Artífice — Richard Sennett
94 — La estupidez — Rafael Spregelburd
95 — A poesia do pensamento — George Steiner
96 — O Preço da Desigualdade — Joseph Stiglitz
97 — Os Vagantes — Olga Tokarczuk
98 — Rien ne s’oppose à la nuit — Delphine de Vigan
99 — Consider the Lobster — David Foster Wallace
100 — Building Stories — Chris Ware