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Em novembro de 2025, uma das maiores conferências internacionais para a defesa do Meio Ambiente e enfrentamento das mudanças climáticas devem acontecer em Belém, capital do Pará, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, ou como chamada de COP 30. Desde 1995, líderes mundiais reúnem-se anualmente em diversos países para discutir os objetivos mútuos para a manutenção da temperatura global. 

Apesar de soar como um evento corriqueiro, ou até mesmo diplomático, a partir das COP’s saiu um dos principais acordos internacionais para o enfrentamento das mudanças climáticas. Em 2015, representantes de 195 países assinaram o Acordo de Paris na COP 21, o tratado é um dos principais mecanismos legais e diplomáticos para a manutenção e o enfrentamento das mudanças climáticas com o entendimento de não elevar as temperaturas globais acima de 2,0ºC, além de limitar o aumento das temperaturas para abaixo de 1,5ºC.

O entendimento é simples: não haverá cidades no litoral brasileiro para visitar, ou até mesmo nações no pacífico para morar em um futuro próximo se a temperatura global não for controlada. 

Ao contrário de outros acordos internacionais, o texto pode ser usado na Justiça para litigar contra empresas e nações que não se esforçam para diminuir a poluição, como foi usada em 2021 para obrigar a petroleira holandesa Shell a diminuir as emissões de carbono em 45%. 

Contudo, não haverá Acordos de Paris’es para salvar o planeta se as grandes nações que controlam as principais peças do xadrez internacional, e da Organização das Nações Unidas (ONU), se voltarem contra a própria população e a comunidade internacional, como acontece em regimes da extrema-direita. 

Dessa mesma forma, o presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, anunciou quatro medidas drásticas que podem aumentar as emissões de carbono e destruir quase meio século de diplomacia. Com pouco menos quatro meses de governo, Trump anunciou o retorno das termelétricas a base da queima de carvão por meio de decreto presidencial, anunciou investimento na expansão de data centers para abastecer o protagonismos das inteligências artificiais (IA), ao passo que aumenta a poluição e o uso dos recursos hídricos e a emissão de carbono, a mineração do solo marinho e a retirada formal do país no Acordo de Paris, pela segunda vez. 

O cenário fica ainda pior ao passo da contextualização da COP 29, considerada por críticos e especialistas ambientais como uma farsa desde o início pelo evento ser sediado em um dos petroestados mais ricos com a venda de petróleo e gás natural. O clima do encontro foi destacado logo no início com a fatídica frase do presidente azerbaijani, Ilham Aliyev, que petróleo e gás eram “presentes de Deus.” 

Ao final da reunião, representantes internacionais não tinham chegado a um acordo por tentativas de minar a reafirmação dos objetivos e metas anuais. Enquanto isso, o acordo firmado, considerado “moderado” por alguns, não conseguiu estipular limites claros para as nações signatárias, ao passo . 

Por causa disso, o encontro foi caracterizado como “COP do financiamento climático”, pelo grande destaque ter sido a criação de mais uma bolsa para financiar o combate da mudança climática que deve, segundo observadores como a WWF, ser desproporcionalmente usada para nações em desenvolvimento e nações insulares que enfrentam um perigo existencial. 

Com essa combinação, a COP 30 tem o trabalho árduo de superar o evento antecessor em quase todas as medidas caso o presidente da república não queria sediar outra COP falhada. Em uma carta endereçada a Luiz Inácio Lula (PT), mais de 250 cientistas de 27 países pediram para que o embaixador André Corrêa, presidente da COP no Brasil, colocasse em pauta o fim dos combustíveis fósseis.

Em um cenário local, há outro problema com a baixa delegação dos estados brasileiros que foram escolhidos para se representar no evento mundial. Até o momento, poucos investimentos do Governo parecem ter sido alocados para representar Goiás na conferência mundial, com a confirmações de três agentes públicos para Belém, embaixadores do Rio Meia Ponte, da vereadora goianiense Kátia Maria (PT), pesquisadores da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e membros da  Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Se o Estado quer fazer parte da roda de conversa, então necessita ter mais investimentos na área.

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