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Assistir a um voto do desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), é como presenciar uma aula magna. Com eloquência e refinamento, ele constrói suas decisões entrelaçando poemas e citações de autores consagrados com dispositivos constitucionais e fundamentos jurídicos que sustentam seus argumentos. Mas a forma sutil e erudita não suprime a mensagem inflexível em seus votos e discursos: a defesa da democracia e do sistema eleitoral.

Ao ser empossado presidente da Corte, em abril do ano passado, Veiga Braga declarou: “Não chego aqui na solidão dos aflitos ou no abandono dos desesperados, mas na pacificação, na comunhão e no apoio das mulheres e dos homens de bem, na confluência com aquelas e aqueles que não se esmorecem no aperfeiçoamento das instituições públicas, investindo na vigilância das conquistas até agora experimentadas, combatendo as alucinações e os desvarios de pálida minoria que teima no retroceder da marcha evolutiva da sociedade.”

Como de costume, o desembargador arrematou com um toque cultural – desta vez, citando Chico César: “Deus me proteja de mim. E da maldade de gente boa. Da bondade da pessoa ruim.”

Emblemático, o discurso de Veiga Braga não apenas marca o tom implacável que o TRE-GO deverá adotar nas eleições de 2026 em defesa das regras do sistema eleitoral, mas também evidencia a adesão consensual e irrestrita desses princípios pelos demais integrantes da Corte, inclusive os recém-chegados.

Em entrevista recente ao Jornal Opção, logo após ser empossado como desembargador titular do TRE-GO, Adenir Teixeira fez questão de reforçar que a população pode esperar uma atuação firme da Justiça Eleitoral no combate à desinformação e aos crimes eleitorais: “O tribunal garantirá um pleito seguro, transparente e que reflita a vontade soberana do eleitor.”

Já Pedro Paulo de Medeiros, empossado como desembargador substituto na mesma cerimônia que alçou Adenir, afirmou ao Jornal Opção que o TRE está pronto para enfrentar qualquer tipo de desafio — dos mais antigos, como a violência política de gênero, aos mais modernos e tecnológicos, como as chamadas deepfakes: “Estaremos a postos para identificar, proibir e punir aqueles que utilizarem ou se beneficiarem dessas práticas. Isso depõe contra a própria democracia.”

Faltando pouco mais de um ano para o próximo pleito, a Justiça Eleitoral de Goiás dá sinais claros de que não tolerará nenhum tipo de atentado à democracia e ao sistema eleitoral. Isso, por óbvio, traz certo alívio à população – que, ainda assim, permanecerá vigilante.