Entrar no Paço Municipal de Goiânia é como ser lançado em um labirinto. Quem já tentou encontrar uma secretaria específica – ou até mesmo uma simples sala – sabe o quanto é difícil se localizar ali dentro. Não há sinalização adequada, as entradas mudam constantemente por causa de reformas intermináveis, e até os nomes das pastas e repartições ainda carregam os rótulos de gestões anteriores: um monumento ao caos.

É difícil entender a escolha de manter em funcionamento um edifício em condições tão precárias por tantos anos. Além de ser extremamente confuso, o Paço está degradado e constantemente em obras. Tudo parece provisório (mas eterno), e confuso, como se o local fosse feito para se perder, e não para servir. É um espaço desorganizado, com mobílias e materiais espalhados pelos corredores como se fossem decoração institucional.

A estrutura pública que deveria ser referência de organização e eficiência funciona como obstáculo ao cidadão. E não se trata apenas de conforto; em poucos meses, com a volta do período chuvoso, as já conhecidas goteiras do prédio retornarão.

A atual gestão assumiu o prédio neste estado há apenas sete meses, e em tão pouco tempo é impossível reorganizar uma bagunça que se arrasta há mais de duas décadas. O prefeito Sandro Mabel (UB) tem planos de transferir o máximo possível de secretarias para o local. A ideia é boa – centralizar os serviços pode facilitar a vida do cidadão e até gerar economias com alugiel, mas é urgente organizar o espaço.

Entre os servidores que atuam ali, circula uma solução própria: derrubar tudo e construir um prédio novo do zero. Nem os trabalhadores mais antigos conseguem se localizar com facilidade em meio à confusão. No entanto, com o atual estado financeiro de Goiânia, essa medida deve continuar apenas nos sonhos de quem convive diariamente com o caos institucionalizado.

Diante desse cenário, fica claro que o Paço Municipal precisa urgentemente de uma reforma completa, que vá além do simples reparo estético, alcançando a estrutura e a funcionalidade do espaço. Para que a centralização das secretarias seja realmente eficiente, é indispensável reorganizar o prédio para oferecer um ambiente digno, seguro e acessível.

Porém, diante das limitações financeiras enfrentadas em Goiânia, essa reforma exigirá criatividade. É o momento de o prefeito e seus secretários colocarem em prática aquilo que sempre defendem: parcerias com a iniciativa privada para reduzir custos e acelerar o processo de revitalização.

Por exemplo: um espaço com tanta circulação de pessoas poderia abrigar uma área de alimentação e pequenos comércios. A exploração comercial desses espaços no edifício garantiria um retorno financeiro para o Executivo, ajudando a viabilizar a reforma. Ou até mesmo demonstrar poder articulação para captar recursos estaduais e federais para isso.