Após períodos turbulentos marcados por processos judiciais que resultaram na cassação de vários mandatos de parlamentares da Câmara de Goiânia e de municípios do interior, os vereadores em busca da reeleição e possíveis candidatos estão agora em busca de partidos que ofereçam uma maior segurança durante o pleito. Em 2022 e 2023, muitos políticos dedicaram mais esforços para manter seus cargos do que para exercê-los, uma vez que enfrentavam idas e vindas nos tribunais, com algumas reversões de casos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Desde a última eleição em 2020, a maioria das cassações de chapas inteiras pelos tribunais eleitorais ocorreu devido ao descumprimento da cota de gênero. Anteriormente, os candidatos depositavam confiança nos líderes partidários para formar as chapas, com pouca participação ou interesse nesse processo. No entanto, esse cenário parece que mudará.

Diante das derrotas judiciais, muitos políticos tentaram culpar seus partidos por fraudes ou falhas no cumprimento da Lei, argumento que não se sustentou. Isso tem gerado uma preocupação crescente entre os candidatos, que agora focam mais na perspectiva de vencer a eleição, serem diplomados, permanecer no cargo por quatro anos e evitar o risco de serem afastados a qualquer momento.

Historicamente, a preocupação dos candidatos estava centrada em como estava formada a chapa, em relação à quantidade de votos, o que garantia atingir o quociente eleitoral e conquistar vagas no Parlamento. No entanto, a crescente rigidez da Justiça Eleitoral, que além do não cumprimento dos 30% para candidaturas femininas, tem punido parlamentares por ausência de prestação de contas. 

Assim, agora, os candidatos além de se preocuparem com a campanha, buscar apoios e votos, terão que acompanhar de perto se o seu partido segue as regras eleitorais. Pois, do contrário, se forem eleitos, são eles que serão penalizados por qualquer infração partidária.  

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