No início dessa semana, uma intensa operação das Polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro tem chamado atenção pelo enfrentamento direto a integrantes do Comando Vermelho, uma das facções criminosas mais violentas do país. Enquanto autoridades elogiam a ação, uma parcela da sociedade e da imprensa não hesita em criticar o trabalho policial, muitas vezes sem considerar a complexidade do cenário de segurança pública no estado. É necessário refletir sobre essas críticas e analisar seu real fundamento.

Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que o Rio de Janeiro enfrenta uma crise de violência que se arrasta há décadas, marcada por confrontos entre facções, tráfico de drogas e ataques a civis. Operações como a contenção são respostas estratégicas a ameaças concretas à segurança da população. Questionar a legitimidade dessas ações sem compreender o contexto é simplificar uma realidade complexa.

Muitos críticos enfatizam eventuais excessos ou danos colaterais, mas raramente mencionam o risco constante que os policiais enfrentam diariamente. Homens e mulheres que atuam nas ruas do Rio não apenas colocam suas vidas em perigo, mas também trabalham para preservar a segurança de milhões de cidadãos, muitas vezes com recursos limitados e sob intenso escrutínio público. Ignorar esse esforço é injusto e desumanizante.

Além disso, criticar a polícia sem apresentar alternativas viáveis de segurança demonstra pouco comprometimento com soluções reais. O debate público deveria se concentrar em formas de aprimorar a atuação das forças de segurança, investir em inteligência e políticas sociais, e não em depreciar aqueles que, de fato, enfrentam criminosos armados nas favelas e bairros vulneráveis.

Outro ponto relevante é que a criminalidade organizada não negocia com críticas ou manifestações de opinião. O Comando Vermelho e outras facções seguem sua lógica violenta, impondo medo e ameaça a toda a sociedade. Enquanto isso, os policiais precisam tomar decisões rápidas em cenários de extremo risco. Questionar suas ações com base em percepções superficiais equivale a minimizar o perigo que eles enfrentam diariamente.

É fundamental compreender que o trabalho policial é tanto preventivo quanto reativo. Sem operações de contenção, a violência tenderia a se expandir, afetando não apenas os envolvidos diretamente com o crime, mas toda a população. Ao criticar a atuação da polícia de forma acrítica, corre-se o risco de criar uma narrativa que beneficia justamente aqueles que violam a lei e ameaçam a ordem social.

Críticas construtivas são sempre bem-vindas em qualquer democracia, mas o que se observa em parte da opinião pública é um julgamento baseado em ideologia ou preconceito contra as forças de segurança. Essa postura ignora os desafios logísticos, humanos e estratégicos envolvidos em operações como a realizada no Rio de Janeiro, além de desvalorizar o papel da polícia na manutenção da ordem.

Por fim, é hora de reconhecer que a polícia não é inimiga da sociedade, mas um instrumento essencial para proteger vidas e garantir direitos básicos. Criticar por criticar, sem compreender os riscos e a complexidade do contexto, não contribui para o debate público — apenas fragiliza quem realmente luta contra a violência. Defender a população e valorizar aqueles que enfrentam o crime armado é um gesto de justiça e maturidade social.

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