Acordo entre União Europeia e Mercosul pode ser “seguro” para exportações brasileiras
15 dezembro 2025 às 13h39

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Após quase 30 anos de negociações, o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia poder estar perto de ser concluído. O texto ainda precisa ser aprovado em duas votações no Parlamento Europeu e no Conselho Europeu. No entanto, o tratado não seria apenas um marco histórico, mas também uma espécie de “seguro” para o Brasil e os demais países dos dois blocos diante da instabilidade do comércio mundial.
Recentemente, o Brasil sentiu na prática os efeitos de medidas protecionistas de países como os Estados Unidos. O chamado “tarifaço” aplicado pelo governo de Donald Trump em 2024 sobre produtos agrícolas brasileiros e em outros países causou diversos problemas. Nesse cenário, o acordo entra a União Europeia e o Mercosul aparece como uma chance de diversificar mercados e garantir mais segurança para o comércio brasileiro.
Para o Brasil, o acordo pode ser uma oportunidade para ampliar as exportações de carnes, café, frutas e óleos vegetais, com redução gradual das tarifas e aumento previsível das cotas. Por exemplo, a carne bovina poderá ter uma cota anual de 99 mil toneladas na União Europeia, enquanto o frango terá até 180 mil toneladas com tarifa zero. Já o café, que hoje sofre uma tarifa de 9%, pode se tornar mais competitivo.
Mais do que um acordo comercial, o tratado ainda pode ser considerado uma espécie de “rede de proteção” para o Brasil. Ele reduz a dependência de mercados concentrados e fornece estabilidade diante de movimentos protecionistas imprevisíveis, como o “tarifaço” dos EUA. Em um mundo onde tarifas e barreiras podem mudar de um dia para o outro, ter acesso seguro a quase 450 milhões de consumidores em potencial na Europa é, sem dúvida, estratégico.
No entanto, o acordo ainda não foi finalizado e precisa passar por duas votações na Europa. Segundo a BBC News Brasil, alguns países, como França e Polônia, se posicionam contra certos pontos do tratado, e Bélgica e Áustria também podem se opor. Se o acordo for rejeitado nessas votações, existe o risco de que ele seja definitivamente descartado.
De qualquer forma, se o acordo for concretizado, ele não será apenas uma vitória diplomática, mas também um passo importante para manter as exportações brasileiras competitivas, mesmo diante de turbulências externas. Para o Brasil, ele garante previsibilidade e segurança para produtores, indústrias e exportadores.
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