A educação transforma vidas e é preciso ampliar o acesso para toda à sociedade

24 julho 2025 às 20h05

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A educação é libertadora e é a maior ferramenta para transformação social de uma população. Porém, no Brasil isso nunca foi utilizado da forma correta. No país onde existe cada vez mais elitismo e lobby para fortalecer a educação privada e prejudicar a pública, isso acaba se tornando apenas uma falácia que utilizamos para nos sentirmos melhores com as poucas oportunidades que tivemos.
Em nosso país, o sistema educacional público e gratuito, principalmente o de base, é precarizado. Desde a creche ao ensino médio, alunos sofrem com falta de professores, estruturas e, com isso, tem seu aprendizado prejudicado. Isso faz com que no fim da vida escolar, alunos não consigam competir com aqueles que vem de colégios de elite.
A precarização da educação pública se deve muito ao lobby da educação privada. Em um país capitalista, qual o sentido de o pobre, favelado ter a mesma educação do branco, milionário? É necessário alimentar essa precarização para formar mais pobres que, no futuro, trabalharão para esses que já detém grande parte da renda em nosso país.
Saindo do ensino básico e passando para o superior a luta fica cada vez mais difícil. Enquanto muitos desses alunos de colégios privados conseguem aprovação para universidades federais, que são consideradas a maior do país, os poucos pobres que podem ir para o ensino superior tem que trocar a pouca qualidade de vida que já tem para, quem sabe, se ter um futuro melhor.
A dimensão de pessoas que precisam trabalhar para ganhar apenas o suficiente para pagar um curso superior é imensa. Esse problema foi resolvido, em parte, pelas cotas sociais e raciais para ingresso na universidade federal. Porém, uma parcela dos estudantes são os mesmos das escolas de elite.
Claro, a universidade federal deve ser para todos, tanto os ricos quanto os pobres, mas nunca foi. Com as cotas, como citado, o problema foi parcialmente resolvido. Porém, são necessárias mudanças estruturais para que elas não sejam mais necessárias, mas também não deixem de existir.
A valorização da educação pública de base deve ser prioridade. Em países mais “sociais-democratas” como a Finlândia e Suécia, por exemplo, existe educação privada, mas a educação pública ainda é de ponta, com grandes investimentos estatais. Esses países entenderam que é necessário criar mão de obra especializada em todos os níveis da sociedade. O resultado? crescimento econômico junto à justiça social.
No Brasil, a maioria dos trabalhadores vivem com salário mínimo justamente por conta dessa falta de oportunidades. Isso, querendo ou não, acarreta violência, já que causa fome e desigualdade o que, por sua vez, causa o crime. E, com isso, todos nós sofremos. Primeiro o estado nega a educação e depois entrega o fuzil.
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