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Ao fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as nações aliadas contra o nazifascismo, cientes do sacrifício maior da União Soviética no conflito, cederam a Ióssif Stálin, irredutível em suas enormes exigências na divisão dos despojos dos derrotados.

Afinal, a União Soviética (e seus satélites) havia arcado com a destruição maior de todo o conflito e com o peso maior de todas as mortes. Dos 60 milhões de mortes que a Guerra havia provocado, nos seus seis anos de duração, um terço era de soviéticos. Nenhuma família russa ficara sem chorar um pai, um marido ou um filho vítima da guerra.

Quando, em fevereiro de 1945, se tornou claro que a Alemanha, ainda resistindo, estava virtualmente derrotada, reuniram-se em Yalta, na Crimeia, Winston Churchill, Franklin Roosevelt e Stálin. A Inglaterra, os Estados Unidos e a União Soviética (que incluída a Rússia, uma das federações) estabeleceram as regras a aplicar aos países derrotados e aos ocupados. As zonas de influência dos blocos capitalista e comunista foram demarcadas. Ficou assentado que em ambas as zonas eleições livres permitiriam aos Estados escolher seus dirigentes.

A Cortina de Ferro de Stálin

Essa condescendência com Stálin e seu regime, que persiste ainda hoje, ao contrário do que ocorre com os iguais Hitler e o nazismo, custaria — e ainda custa — ao mundo livre mais do que a URSS sofreu com a Segunda Guerra.

Finda a guerra na Europa, com a rendição alemã em maio de 1945, Stálin era agora senhor do Leste Europeu. Baixou sua Cortina de Ferro. Nunca cumpriu o acordo de fazer eleições e estabeleceu, em todos os países de sua área de influência, ditaduras fantoches.

Apenas a Iugoslávia, chefiada pelo mais famoso guerrilheiro antinazista, o marechal Josip Broz Tito, agiu com certa independência, ainda que seu regime fosse alinhado com Moscou.

As ditaduras comunistas, quase todas brutais, persistiriam até o colapso da União Soviética, em 1991.

As divergências entre os dois blocos surgiram logo após o final da guerra, e pelas quatro décadas seguintes se refletiram na chamada Guerra Fria.

A despeito da eficiente campanha de desinformação desfechada por Moscou, não foi possível esconder a desumanidade do seu regime, os excessos, as perseguições, as deportações em massa, as torturas e as mortes que acompanharam as ditaduras, o que acabou por desaguar nas denúncias de Kruschev, na Perestroika e Glasnost de Mikhail Gorbachev, na queda do Muro de Berlim e na dissolução da URSS, com cada nação do Leste Europeu retomando seu destino. Fixemos aqui: nenhuma quis permanecer no regime socialista que vinha suportando.

Findo esse brevíssimo resumo histórico, sobre fatos que os “progressistas” locais, por deficiência de percepção uns, por indolência mental outros, raramente estudam, e que muitos por simples malandragem e cobiça ignoram, repetimos a pergunta lá do alto: o comunismo merece tolerância?

E o fazemos porque próceres da cúpula que hoje governa o Brasil não só toleram como admiram o regime. O recém aprovado ministro do Supremo, Flávio Dino, se diz “comunista, graças a Deus”. O presidente, em discurso, afirma ter orgulho em ser tachado de comunista. Temos um partido de origem radical stalinista, o PC do B.

Basta ter um mínimo de conhecimento histórico e um QI mediano para condenar esse regime totalitário. Para repudiá-lo. Para não aceitá-lo de forma alguma.

Não há como estimar os prejuízos que a falta de liberdade, as prisões, as torturas, as experiências com crianças ocasionaram. As mortes causadas pelo regime, muitas pelas torturas e pela fome, são incalculáveis, mas se sabem na casa das dezenas de milhões.

Já o prejuízo econômico que o regime (e seus assemelhados) causou ou vem causando é avaliável, apesar da desinformação, muitas vezes endossada pela imprensa brasileira. A Cuba comunista, de 1959, é o único país no mundo a ter racionamento permanente de alimentos, fora do tempo de guerra; e de maior exportador mundial de açúcar, antes do comunismo, passou até a importar para consumo interno, fatos comprovados de sobra.

Desastres econômicos costumam ser duráveis. Veja o leitor como se comporta o PIB per capita dos países europeus hoje, três décadas após a libertação do Leste Europeu de suas ditaduras marxistas: 

PIB per capita — Lista de países da Europa

Todas as nações do Leste Europeu estão hoje nos últimos lugares, na metade inferior da renda per capita da Europa. Sentem ainda, trinta anos passados, a ineficiência do sistema soviético e os resultados da ignorância e da ganância de seus líderes. Lutam contra o atraso a que foram atreladas à força.

Antes da guerra, Hungria, Eslováquia e Eslovênia tinham PIB por habitante 50% superior ao de Portugal. Hoje, são equivalentes ou inferiores, a despeito de Portugal ter vivido sob o regime salazarista até os anos 1970, um regime também ditatorial. Antes da Segunda Guerra, em 1939, a desenvolvida Suíça tinha uma renda per capita três vezes maior do que as da Croácia e Polônia. Hoje, ela é mais de cinco vezes maior. Os números gritam que socialismo e comunismo são, além de brutais, um atraso de vida para as sociedades onde se implantam, sem uma exceção sequer!  Merecem a mesma tolerância dispensada ao nazismo hitlerista.