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Como a memória coletiva é curta, pouco hoje se fala da pandemia do Covid-19, que infectou mais de 700 milhões de pessoas e matou mais de 7 milhões ao redor do mundo, num curto período mais agudo, que abrangeu os anos 2020 a 2022. Pode-se dizer, baseado nos fatos conhecidos, agora observados fora do calor dos acontecimentos, que o mundo não estava preparado para uma pandemia como a que enfrentamos, que medidas importantes para atenuar suas consequências não foram tomadas, que outras foram tomadas apressadamente e eram equivocadas; e ainda que a questão das vacinas, tal como foram impostas, veio a se constituir em algo discutível e muito comercial. A Organização Mundial da Saúde (OMS), chefiada pelo esquerdista etíope Tedros Adhanom, foi omissa desde o primeiro momento. Uma das certezas da pandemia é a de que o vírus teve origem na cidade chinesa de Wuhan, onde existia – e existe – um instituto de virologia (WIV). A OMS, mesmo com a gravidade da contaminação, que atingia o mundo todo, e dispondo de um bom quadro de especialistas em sua sede em Genebra, na Suíça, não enviou um grupo de cientistas a Wuhan. Se o tivesse feito, poderia obter, com os especialistas chineses, informações capazes de deter o vírus ou ao menos atenuar sua marcha pelo mundo afora. Tedros temia desagradar as autoridades chinesas, que fugiam da responsabilidade de deixar escapar um vírus com aquela letalidade. O fato é que surgiram algumas versões sobre a propagação viral, como aquela de sua transmissão por animais contaminados no mercado de alimentos de Wuhan, e o mundo ficou sem esclarecimentos e sem uma experiência registrada para ajudar no enfrentamento de futuras pandemias. Graças a Mr. Tedros Adhanom, que aliás foi reeleito para a OMS em 2022, até pela falta de candidatos ao cargo. 

Entre as medidas equivocadas e apressadamente adotadas pelas autoridades apavoradas com o progresso da virose uma se destaca: o chamado lockdown, o fecha tudo, o fique-em-casa. Os países que o adotaram não obtiveram nenhuma vantagem quanto à contaminação, como mostraram as estatísticas posteriores e viram sua economia prejudicada pelo fechamento do comércio e da indústria, pela suspensão das viagens e pelo atraso no ensino, dado o fechamento das escolas. Portugal, que adotou rigoroso lockdown teve mais baixas do que a Suécia, que se recusou a adotá-lo, países que são de população praticamente igual. Portugal teve o dobro de infectados do que teve a Suécia (e acabou tendo 20% a mais de óbitos). Também a Suíça, bem menos populosa que a Suécia, e que adotou o lockdown, teve um número de infectados quase duas vezes maior. 

Mas é na questão das vacinas que residem as maiores controvérsias, até hoje. Outro fato conhecido é o de que, por urgência, as vacinas foram lançadas no mercado sem um período de testes mínimo desejável, liberadas emergencialmente pelos governos. Afinal, o vírus avançava e era preciso contê-lo, ainda que correndo riscos. E o mundo inteiro resolveu correr esses riscos. Grandes indústrias farmacêuticas, duas delas (Pfizer e Moderna) desenvolveram vacinas mnRA, ou RNA mensageiro, técnica relativamente nova, que introduz nas células do organismo vacinado uma proteína inofensiva do vírus, e produz uma reação orgânica de eliminação daquele vírus por reconhecê-lo como estranho. Essas vacinas foram produzidas maciçamente e vendidas pelo mundo todo, com a maioria dos governos impondo a vacinação obrigatória, mesmo para crianças, embora estas se mostrassem bastante mais imunes ao vírus do que os adultos e idosos. Essa prática, com o pânico que se verificava, hoje pode até ser vista como portadora de uma boa dose de irresponsabilidade, pois alguns sinais de alerta não demoraram a surgir, com possíveis sequelas desprezadas. Toda a esquerda mundial, com destaque para a imprensa, defendeu a vacinação obrigatória que fortalecia o Estado, o deus da religião marxista, e promovia o controle social. 

Mas quem observar o quadro final de contaminações e óbitos pós-pandemia duvidará da eficácia das vacinas aplicadas durante a pandemia. A região menos afetada pelo Covid-19 foi justamente a que menos imunizou – o continente africano. A região mais afetada foi o Leste Europeu – onde a vacinação foi apreciável. E a nação mais afetada em todo o mundo foi o Peru, com um índice de 666 mortes por 100 mil habitantes (o dobro do Brasil), embora tenha exibido um dos maiores índices de vacinação do mundo (92% da população). 

Um livro editado há pouco nos Estados Unidos (The Pfizer Papers), escrito por uma jornalista e ativista de esquerda (Noemi Wolf), com base em documentos obtidos judicialmente na gigante farmacêutica Pfizer, faz as denúncias mais sérias: a empresa lançou no mercado uma vacina desenvolvida às pressas, comprovadamente de baixa eficácia e que provoca graves efeitos colaterais nos vacinados. E a Pfizer (como a Moderna) ocultou as deficiências, ganhou bilhões de dólares com a venda dessa vacina, auxiliada pela pressão dos governos. A indústria, cujo poderio é enorme, contra-atacou Noemi, contestando as conclusões publicadas no livro, embora elas se baseassem em documentos da própria Pfizer. Deve ter gastado muito, pois comprou espaço ou financiou jornais por todo lado, na tentativa de desmentir o livro da jornalista, inclusive no Brasil. E Naomi, antes ativista e feminista de esquerda, passou a ser detestada pelos “companheiros” ditos progressistas. Afinal, para eles, a questão das vacinas não era mais, desde a pandemia, científica. Era uma questão política.

Mas, nos países democráticos, ainda imperam a isenção e o bom senso. Recentemente, a Food and Drug Administration (FDA, agência de controle farmacêutico dos EUA), uma Anvisa de lá, publicou uma diretiva assinada por insuspeitos, além de reconhecidamente competentes cientistas, obrigando a Pfizer e a Moderna a constarem das bulas de suas vacinas um alerta para as sequelas comprovadas dos imunizantes: justamente aquelas referidas no livro da jornalista Naomi Wolf. Para quem tem discernimento e não se deixa manipular – pela imprensa ideológica principalmente – uma prova final da deficiência das vacinas contra o Covid-19. Afinal, foram lançadas no mercado após um teste de apenas meses. Uma vacina, para segurança dos usuários, deve ser testada ao menos por uma década. Mais um alerta para uma próxima pandemia.