A Esquerdopatia – O Livro Essencial do Dr. Leonardo Reis
17 dezembro 2025 às 14h33

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Os regimes socialistas – ou comunistas – que se sucederam ao longo do século transcorrido até nossos dias, embora fossem temporal, geográfica e racialmente os mais diversos, tiveram todos – sem a mínima exceção – uma característica comum e imutável: o fracasso econômico e social. Alguns ainda persistem, como em Cuba, mas nada mais são do que uma mostra viva do mundo que não deveria existir.
Quem visitar qualquer uma das nações do leste europeu, que um titubeio dos aliados ocidentais cedeu à ditadura de Stalin ao final da Segunda Guerra, nações que viveram quatro décadas de comunismo, ouvirá praticamente a unanimidade dos que provaram essas quatro décadas bradar com energia contra a experiência.
Mas, porém, todavia, contudo, existem, mormente na América Latina, e mesmo no Brasil fortemente, pessoas, movimentos e partidos políticos que pregam, até com veemência, a continuidade da experiência socialista, de sobejo fracassada.
O que move essa crença? Qual a razão de muitos acreditarem que um salto no abismo pode levar a outro resultado que não o desastre? É uma das perguntas mais importantes dos dias de hoje no Brasil.
O presidente brasileiro defende o regime cubano, a despeito de conhecer a ilha e ao menos em teoria ter a obrigação de conhecer sua história. As declarações que faz em defesa do regime já seriam descabidas em um desmiolado de rua, mas são dadas, em tom sério, pelo dirigente máximo do país. O que pode explicar esse fenômeno?
É o que tenta esclarecer o Dr. Leonardo Mariano Reis (Médico Psiquiatra, Doutor e Professor Universitário) em sua recente publicação A Esquerdopatia – na Medicina, na Vida Geral e em Particular (Conexão Editora, 2025 – 145 páginas), com apresentação, prefácio e introdução de seus ilustres colegas médicos Clécio Carneiro Filho, Francisco Wellington e Rafael Martinez.
É um livro para não se perder, especialmente nos estranhos dias que vivemos, com o governo apontando para a esquerda, com toda nossa potencialidade desperdiçada, num caos de serviços públicos, com corrupção e abuso de poder correndo soltos, enquanto uma parcela sofrida da população trabalha para sustentar os custos dos desmandos, sem lideranças que possam levar a uma visão mais otimista de futuro.

O autor produziu seu texto com fundamento sociológico, com conhecimento de causa e com uma enorme capacidade de síntese, o que traz ao leitor em poucas páginas as respostas às perguntas que mencionamos acima. É um livro didático, de composição clara e texto lógico. Seus seis capítulos principais se encaixam naturalmente, levando o leitor à conclusão de que existem defensores da esquerda radical por razões perfeitamente explicáveis, da natureza humana, do ambiente social e da medicina.
O primeiro capítulo descreve os conceitos de esquerdismo, via de seus principais filósofos e suas correntes mais destacadas; no segundo capítulo, é descrita, com detalhe, a agenda esquerdista; no terceiro, o Dr. Leonardo traça com precisão o perfil esquerdopata; no quarto, trata da esquerdopatia na medicina; no quinto, mostra como a crença é ruinosa para a medicina e para a economia; no sexto, que denominou O Bom Combate Hipocrático, mostra, bem embasado nos autores conservadores mais destacados da história (econômica, principalmente) como são diferentes a teoria e a prática da esquerda, diferença essa que a história não se cansou de demonstrar, em vários povos, locais e épocas.
Notadamente, quando a esquerda se implantou, ao mesmo tempo, em contraste com o conservadorismo liberal, como aconteceu nas duas Alemanhas do pós-guerra ou nas duas Coréias. O livro termina com uma Mensagem Final e com as referências do autor a suas fontes (abundantes) de consulta.
O regime de esquerda clássico pode hoje ser contemplado e interpretado, em suas contradições, na ilha de Cuba, que em 60 anos de comunismo, passou de um dos países mais adiantados das Américas, a uma ilha de mendigos, onde faltam liberdade, alimentos, infraestrutura e tudo aquilo que hoje representa conforto e modernidade. Cuba passou de maior exportador mundial de açúcar em 1958 para importador da commoditie, até para uso próprio (e racionado) nos dias de hoje. Em 1958, sua renda per capita era seis vezes a da pobre Botswana; hoje é a metade.
Mas o presidente Lula afirma ser um único país na América Latina onde o povo tem dignidade. Confunde um embargo quase que simbólico com bloqueio, e afirma que Cuba sofre com um bloqueio dos EUA, mas crê tanto nele que deu (na prática) um bilhão de dólares do trabalhador brasileiro para modernizar o porto cubano de Mariel, próximo a Havana (para quê modernizar um porto sujeito a bloqueio?).
Sem querer tirar do leitor o prazer de encontrar as respostas que o Dr. Leonardo apresenta no livro, de maneira clara e didática, adianto, até por minha experiência pessoal, que grande parte dos esquerdistas obstinados com que convivi, e tive e ainda tenho amigos esquerdistas, padecia de uma inibição cognitiva que os impedia de aceitar as verdades históricas que o socialismo escreveu, com tinta indelével.
Eu dizia mesmo, a alguns deles, que o que faziam, a persistir em sua crença, era atirar para o alto uma pedra, na esperança de que um dia ela se mantivesse suspensa no espaço. Pretendiam algo como revogar a Lei da Gravidade. Outros, indolentes ou incompetentes, percebiam toda a verdade que percebemos, mas viam em um regime de esquerda um meio de vida fácil, a promessa de uma carreira estatal com pouco trabalho e boa remuneração, principalmente se exerciam uma dedicada militância.
Não perca, leitor, o livro do Dr. Leonardo. Ele traz as respostas às várias questões importantes – e inquietantes – que o atual ambiente político brasileiro, conturbado, não fornece, e até esconde.
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