A física nos ensina que o mundo gira, roda e, inevitavelmente, volta ao mesmo lugar. A história está repleta de casos em que, mesmo após longos períodos de evolução, as situações terminam como começaram.

Quem lê a Bíblia sabe que o mundo começou no Éden, com Adão e Eva como os primeiros humanos a viver nesse paraíso. Desde então o ser humano está girando, rodando antes de voltar ao ponto de partida.

A vida de Adão e Eva era de fartura e lazer. Tudo lhes estava disponível gratuitamente. Não precisavam suar a testa nem se preocupar com trabalho. Era o mundo do “free lunch”, hoje tão cobiçado.

A única limitação imposta pelo Criador era não comer a fruta da árvore do bem e do mal — tentação que, infelizmente, sucumbiram diante da serpente.

O pecado original marcou o fim do paraíso na Terra. Expulsos sob a ira do Criador, receberam a maldição de ganhar o pão nosso de cada dia com o suor da testa.

Desde então, o “free lunch” deixou de existir. Se alguém usufrui de um bem, outro está pagando por ele, muitas vezes sem saber.

O Criador, porém, subestimou a inteligência humana. As condições de vida — trabalho árduo, fome, doenças, insegurança e tantas outras consequências da maldição divina — despertaram nos humanos a nostalgia do paraíso.

O “free lunch” tornou-se uma obsessão, e políticos, sempre atentos à popularidade, usam e abusam dessa moderna descoberta que foi o “Estado de bem-estar social”.

O Estado, confrontando a vontade do Criador, promete reduzir as injustiças e devolver uma vida próxima à paradisíaca. Suar a testa, pagar pelos bens desejados, abster-se do fruto proibido — tudo isso começa a deixar de fazer parte de nossa cultura.

Os políticos descartam os valores do passado e, por isso, são recompensados nas urnas. Cada benefício concedido gera votos; cada eleição precede uma enxurrada de privilégios para os eleitores. E assim caminha a humanidade para completar o ciclo e retornar aos valores iniciais do paraíso.

O dia desse retorno está próximo. O “free lunch” só cresce: o trabalho presencial e o home office caminham para quatro dias por semana; transporte grátis, vale-refeição, farmácia popular, assistência médica pelo SUS, aposentadoria, justiça gratuita, preservativos, absorventes, Bolsa Família… tudo converge para a dominância do bem-estar social.

Como o mundo gira e roda, voltando sempre ao mesmo ponto, tudo indica que a humanidade também retornará ao ponto inicial: o paraíso na Terra.

Certamente o Criador observará surpreso a engenhosidade de nossos políticos, que nos livram da Sua maldição. Não mais teremos que suar a testa para ganhar o pão que o diabo amassou. E, acima de todas as conquistas do “free lunch”, seremos premiados com a liberação total e irrestrita do consumo do fruto da árvore do bem e do mal.

No retorno ao paraíso, a maçã será a melhor parte do “free lunch”.