A vitória dos indignados

23 agosto 2025 às 21h00

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O Brasil só avançará quando a indignação sair dos travesseiros e ocupar as ruas, as urnas, os fóruns de debate. Quando a maioria silenciosa — aquela que ainda acredita em ética, justiça e bem comum — decidir não mais se calar. Então, talvez, possamos finalmente começar a moldar o país à altura de nossos ideais.
Em cada um de nós existe um grau de tolerância diante de situações que contrariam nossos princípios. Todos temos limites — e, quando esses limites são ultrapassados, surge a indignação. Ela pode se manifestar com mais ou menos intensidade, dependendo da sensibilidade e do grau de engajamento de cada indivíduo.
Entre os jovens, essa indignação tende a aflorar com mais facilidade. A impaciência natural da juventude, muitas vezes impulsionada por ideais absolutos, faz com que os jovens sejam protagonistas das grandes transformações. Não por acaso, as revoluções, ao longo da história, foram frequentemente iniciadas por jovens inconformados, determinados a remodelar o mundo conforme suas visões.
Por outro lado, a maturidade ensina a esperar. A paciência, longe de ser apatia, é o resultado da experiência acumulada e da consciência de que nem toda mudança ocorre pela força. Dar tempo ao tempo não significa ter perdido a capacidade de indignar-se, mas sim aprender a transformar a indignação em ação eficaz e bem direcionada.
A ausência de reação imediata, muitas vezes confundida com conformismo, pode ser, na verdade, uma forma refinada de resistência. Idosos, mesmo com um horizonte de vida mais curto, observam as mesmas injustiças com serenidade, mas não com indiferença. A paciência pode conter mais força que o impulso.
No entanto, reprimir continuamente a indignação tem seu preço. Frustrações acumuladas se tornam pesos difíceis de carregar — verdades caladas que tiram o sono e corroem a esperança. Quando se sabe que a desonestidade se espalha como norma, quando a corrupção mina os fundamentos da vida civilizada, o silêncio se transforma em sofrimento.
A corrupção, afinal, não é apenas uma falha moral. É um sistema de poder paralelo que corrói o bem comum, destrói a confiança social e perpetua desigualdades. Se a civilização representa a superação da força bruta por meio de regras e justiça, a corrupção é a volta ao estado selvagem — onde vence o mais esperto, não o mais justo.
Países que conseguiram reduzir a miséria e construir sociedades prósperas o fizeram porque cultivaram um senso coletivo de civilidade e rejeição à corrupção. Não basta mudar leis; é preciso mudar mentalidades.
O Brasil só avançará quando a indignação sair dos travesseiros e ocupar as ruas, as urnas, os fóruns de debate. Quando a maioria silenciosa — aquela que ainda acredita em ética, justiça e bem comum — decidir não mais se calar. Então, talvez, possamos finalmente começar a moldar o país à altura de nossos ideais.
Será o repúdio a qualquer tipo de corrupção — na vida pública e privada. Será a vitória dos indignados — hoje calados frente à corrupção que tomou conta da sociedade brasileira.
Nota
Texto editado pela inteligência artificial da OpenAI.