Estudo sobre raios gama próximos ao centro da Via Láctea pode indicar presença de matéria escura
20 outubro 2025 às 14h00

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Pesquisadores podem estar mais próximos de entender a matéria escura em nossa galáxia ao estudarem um brilho difuso de raios gama próximo ao centro da Via Láctea. Os resultados foram publicados na revista Physical Review Letters na última quinta-feira, 16.
O Universo é composto por cerca de 5% de matéria comum, visível em comprimentos de onda do infravermelho à luz visível; 27% de matéria escura, que não emite, absorve ou reflete luz; e o restante por energia escura. A detecção da matéria escura é feita indiretamente, através de efeitos gravitacionais em grande escala.
O telescópio Fermi Gamma-ray Space, da Nasa, identificou um excesso de raios gama em uma região de aproximadamente 7 mil anos-luz próximos ao centro da galáxia. Para explicar essas emissões, os cientistas consideram duas hipóteses:
- Colisões de partículas de matéria escura;
- Emissões de estrelas de nêutrons que giram centenas de vezes por segundo, produzindo radiação em todo o espectro eletromagnético.
O cosmólogo Joseph Silk, da Universidade Johns Hopkins, afirmou à Reuters que:
“Compreender a natureza da matéria escura que permeia nossa galáxia e todo o Universo é um dos maiores problemas da física. Nosso novo resultado mostra que a matéria escura se encaixa nos dados de raios gama pelo menos tão bem quanto a hipótese rival da estrela de nêutrons, aumentando as chances de uma detecção indireta.”
O Cherenkov Telescope Array Observatory, em construção no Chile, promete ser o mais poderoso telescópio terrestre para raios gama e pode ajudar a determinar a origem dessas emissões. O astrofísico Moorits Mihkel Muru destacou:
“Como a matéria escura não emite nem bloqueia a luz, só podemos detectá-la por meio de seus efeitos gravitacionais sobre a matéria visível.”
