Acervo musical de Marília Mendonça pode ser vendido por R$ 300 milhões

12 julho 2025 às 20h08

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A possível venda do acervo musical de Marília Mendonça movimentou o mercado fonográfico e surpreendeu fãs da cantora. A negociação, segundo apuração do portal g1, está em estágio avançado e inclui parte de músicas inéditas deixadas por Marília antes de sua morte, em novembro de 2021.
De acordo com dados do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), Marília tem 349 composições registradas em seu nome e 521 gravações em sua voz. Em 2021, um levantamento apontou ao menos 98 músicas compostas por ela que ainda não haviam sido gravadas — número que pode ser ainda maior.
Caso o negócio se concretize, Marília se junta a uma lista crescente de artistas — ou de seus herdeiros — que decidiram vender seus catálogos musicais. Nomes como David Bowie, Shakira, Rod Stewart, Bruce Springsteen, Justin Bieber, Bob Dylan e Red Hot Chili Peppers já fecharam acordos semelhantes, com valores que chegam a bilhões de reais.
O chamado “catálogo musical” é o conjunto de obras de um artista, sejam composições ou gravações. A venda desses direitos consiste na transferência, total ou parcial, dos direitos autorais ou fonográficos para uma gravadora, editora ou fundo de investimento. O comprador, geralmente, paga um valor único e assume a gestão do catálogo, podendo explorá-lo comercialmente em plataformas digitais, publicidade, cinema e outros meios.
Especialistas estimam que o acervo de Marília Mendonça esteja sendo negociado por aproximadamente R$ 300 milhões. A avaliação do valor leva em conta o desempenho econômico do catálogo nos últimos anos e seu potencial de rentabilidade futura. Fatores como estabilidade, crescimento ou queda de rendimento também influenciam o preço final.
A principal motivação para artistas — ou seus representantes — venderem seus catálogos é financeira. Além de garantir um valor imediato, muitos preferem deixar a gestão dos direitos nas mãos de empresas especializadas. Com isso, o acervo pode ser mais bem explorado comercialmente, ampliando seu alcance e lucratividade.
Do lado dos compradores, o atrativo está na rentabilidade. Os direitos autorais continuam gerando receita por décadas, já que obras só entram em domínio público 70 anos após a morte do último coautor. Fonogramas, por sua vez, têm prazo semelhante a partir da data de gravação.
Apesar de o mercado ser dominado por grandes fundos e editoras, fãs também podem investir em catálogos musicais por meio de plataformas especializadas. Esses modelos, que envolvem microparticipações, vêm crescendo e aproximando o público dos bastidores da indústria.
Para os ouvintes, a venda do catálogo costuma passar despercebida. A mudança de titularidade, em geral, não afeta a disponibilidade das músicas nas plataformas nem altera sua execução em rádios e shows.