Opção cultural

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LITERATURA
88 anos de poder na “Casa Verde”: o livro que desvenda a história dos governadores de Goiás

Obra, que se aproxima das 380 páginas, abrange o período dos 16 governadores que se sucederam no comando do estado desde Pedro Ludovico

Cida Almeida 1 Foto de Lu Barcelos 1300 por 867
Biblioteca Sesc exibe na terça o monólogo Sonhei com Minha Mãe com a atriz Cida Almeida

“Entre silêncios, coragem e transgressão, revelam-se fissuras e desejos que atravessam gerações.” Trajetórias individuais que, aqui e ali, são coletivas

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LITERATURA
O Poder das Memórias e a reconstrução do eu na contemporaneidade

Livro convida o leitor a revisitar suas próprias histórias para compreender como as lembranças moldam a identidade, as decisões e o futuro

Miguel Angel Asturas três fotos de O Senhor Presidente 1
O precursor Miguel Ángel Asturias: o espírito latino-americano entre evoluções e ditadores

Conheça um autor e um romance que precederam as obras mestras de Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa. O escritor guatemalteco também ganhou o Nobel de Literatura    

Violência contra as mulheres 1
Série Violência Contra as Mulheres: Conto de José Nascimento (14)

A tristeza imobilizava muito mais do que a mão apertando meu pescoço. Ele acabou de se servir de meu corpo após minutos vagarosos e saiu de cima de mim sem me olhar. Começava a anoitecer

Santo Agostinho pintura 222 888
Abecedário de Santo Agostinho: jornada pelos conceitos que moldaram a alma do Ocidente

Seu pensamento atravessou séculos, inspirando Tomás de Aquino, Heidegger, Hannah Arendt, Foucault e continua a interpelar o homem contemporâneo que tenta conciliar liberdade, fé, pressa e sentido

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A carruagem do tempo

Quando a idade toma corpo e as ausências se tornam cada vez mais presentes, tomamos consciência da finitude da vida e da importância fundamental de se conservarem vivas as pessoas que amamos, mas que já não estão mais no nosso convívio

João Goulart três fotos da capa de livro de Luiz Alberto
João Goulart, ao contrário de Vargas, tinha compromisso com os valores democráticos

Jango sempre cumpriu a cartilha democrática, demonstrou o seu inabalável compromisso com a democracia, na medida em que invariavelmente respeitou a legalidade, as instituições e a imprensa

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ANÁLISE
O espelho que nos cria: como o olhar do outro define quem somos

Sensação de sermos definidos externamente é articulada com precisão pela filosofia existencialista de Jean-Paul Sartre, que em O Ser e o Nada resume essa experiência na famosa frase

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Tainá Corrêa, editora da Revista Bula, assume Cadeira 40 da Academia Brasileira de Escritores

Editora da Revista Bula assume a Cadeira 40 da Abresc em São Paulo, com foco na formação de leitores brasileiros

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SAUDADES
Luiz Augusto Paranhos Sampaio: o senador das letras, cronista e arquiteto da memória goiana

A Sessão Magna da Saudade na Academia Goiana de Letras-AGL, ocorrida no dia 26 de novembro de 2025, marcou a solene despedida ao confrade Luiz Augusto Paranhos Sampaio. O ponto alto do evento se deu no simbólico traslado de sua fotografia para a Galeria da Saudade, quando o escritor ingressa no panteão da imortalidade por sua contribuição literária. Toda a esfera intelectual goiana sente a partida deste ilustre ocupante da Cadeira n.º 16, quando o ciclo se encerra para que o seu legado, performado em memória viva, floresça na eternidade acadêmica.

Sua existência terrena foi a materialização de um notável entrelace entre a erudição clássica e a intensa vita activa cívica, deixando um legado indelével para a cultura, o direito e a história de Goiás. Luiz Augusto Sampaio personificava uma linhagem de intelectuais raros, capazes de exercer o poder e o serviço público com a mesma elegância e rigor dedicados à escrita e à pesquisa. O adeus a este Senhor das Letras em Goiânia foi marcado por um momento que refletiu a distinção que cultivou em vida. Seu corpo bem posto, alinhado em um ataúde distinto, foi conduzido ao sepulcro no tradicional Cemitério das Palmeiras, em Goiânia, sob o peso do luto e do respeito de uma assembleia, chegou à cerimônia final de despedida carregada de emoção e reverência, reunidos não apenas seus confrades da Academia Goiana de Letras, mas também uma família que lhe era cara, incluindo seus dois filhos adotivos — um deles um Juiz Federal aposentado em Brasília — e, comoventemente, netos e netas, testemunhas do legado afetivo que transcendia o serviço público e a literatura, revelando um homem de profundas conexões pessoais.

A trajetória de Sampaio é a de um verdadeiro polímata, sustentada por uma formação acadêmica robusta e singularmente dupla. Ele se graduou em Letras Neolatinas pela Faculdade de Filosofia da Universidade Católica de Goiás em 1959, e em Direito em 1960. Esta base, que unia o rigor das humanidades — o domínio da expressão, a análise da linguagem e o conhecimento das culturas clássicas e modernas — à precisão técnica e ética da ciência jurídica, pavimentou sua carreira multifacetada, permitindo-lhe transitar entre o gabinete do jurista, o púlpito do professor e a cadeira do escritor com uma autoridade inquestionável e uma visão de mundo abrangente.

No magistério, Luiz Augusto Sampaio exerceu uma influência duradoura, sendo professor em colégios e faculdades goianas. Sua capacidade de formar e inspirar líderes se traduziu diretamente em sua bem-sucedida incursão na esfera pública. Sua projeção cívica começou cedo e em alta voltagem: filiado ao Partido Democrata Cristão (PDC), elegeu-se o vereador mais votado de Goiânia em 1962 (com 1.114 votos), um feito notável que indicava sua popularidade e o reconhecimento de sua inteligência pela população. Sua liderança foi rapidamente confirmada com sua eleição para a Presidência do Legislativo Municipal em 1965. Além disso, presidiu o Diretório Regional do PDC, demonstrando uma forte e precoce liderança política.

O ápice de sua carreira na advocacia pública foi a nomeação para o cargo de Procurador-Geral da União, um posto de máxima relevância institucional que atestou o reconhecimento nacional de sua integridade, seu saber jurídico e sua inatacável capacidade técnica. Sua passagem pela União, onde também atuou como amigo próximo de figuras proeminentes, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sublinhou a amplitude de seu raio de influência para além das fronteiras de Goiás. Na Academia Goiana de Letras, onde tomou posse em 17 de novembro de 2005, ocupando a Cadeira n.º 16 (cujo patrono foi Henrique Silva, um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, e o primeiro ocupante, Gercino Monteiro), manteve-se uma figura central e influente até o fim, contribuindo ativamente para a vida cultural da instituição. Seu discurso de posse foi intitulado "Profissão de Fé. Confissão de Amizade", demonstrando seu profundo vínculo afetivo com a confraria.

Sua intensa atividade como jurista, político e escritor mereceu várias honrarias, sendo acolhido em várias instituições, como a Associação Goiana de Imprensa, União Brasileira dos Advogados de Goiás, Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, Academia Goiana de Direito e Academia Catalana de Letras. Entre as distinções, destacam-se a Medalha do Pacificador, a Medalha Amigo da Marinha, a Medalha de Mérito Tamandaré, o Colar do Mérito Judiciário do Trabalho, o Grau de Comendador (do TSE) e a Ordem do Mérito Aeronáutico. Sua veia crítica era notável; armava-se em sátira para dissecar os costumes, levando a uma visão pedagógica que buscava corrigir e castigar rindo as aberrações.

Em 2024, o Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG) e o Instituto Cultural Bernardo Élis Para os Povos do Cerrado (ICEBE) prestaram-lhe uma homenagem no auditório da Casa Rosada do IHGG sessão concorrida e memorável. O presidente do ICEBE, Dr Nilson Jaime, preparou um belíssimo vídeo e organizou uma exposição dedicada à Vida e à Obra de Luiz Sampaio, sob a direção do Dr Jales Guedes Mendonça, destacando a vastidão e a importância de sua contribuição intelectual.

A vasta produção literária de Luiz Sampaio, com mais de trinta títulos, é um repositório da memória e da cultura goiana, marcada por sua versatilidade e rigor. Dentre suas obras, “Café Central” (1964) emerge como um trabalho de importância seminal, aclamado como o primeiro livro de crônicas sobre Goiânia e o marco de fundação de um gênero voltado à observação da nascente identidade urbana da capital. Como cronista, Luiz utilizou o cinzel da sua pena para fornecer o primeiro grande espelho literário à cidade, capturando o Zeitgeist da Goiânia dos anos 60. Em outras obras do gênero, como "Crônicas Maliciosas" (1999), ele demonstrou seu talento com um exercício de humor picaresco e "exploração maliciosa" de situações, possuindo uma "grande agilidade de linguagem".

Se a sua obra Café Central marcou o lirismo da crônica urbana, o livro “Primeira Lista de Assinantes de Telefones de Goiânia, 1943” (2016) demonstrou o rigor metodológico de Luiz Augusto Paranhos Sampaio como historiador e sociólogo da memória. Este livro utiliza a lista telefônica inaugural (360 nomes) como chave para decifrar a estrutura de poder e a elite social da Goiânia inicial, sendo um minucioso documentário sociológico que resultou no resgate de cerca de 200 biografias e 78 relatos sobre estabelecimentos comerciais. O trabalho confirmou o compromisso inegociável de Sampaio com a preservação da memória goiana através da fonte primária.

Outros trabalhos subsequentes, como "O escravismo" nas páginas da "Matutina Meiapontense" (2023) e o livro póstumo "Primeiras-Damas – De Mariana da Fonseca a Rosângela Lula da Silva" (2024), reafirmam essa vocação para a exegese histórica rigorosa e a divulgação de fontes primárias, solidificando seu papel como um dos grandes arquitetos da historiografia goiana contemporânea. Sua produção jurídica também é notável, destacando-se "Comentários à Nova Constituição Brasileira" e obras como "Processo Administrativo" e o "Estatuto do Idoso".

Sampaio era indissociável de sua distinção e de seu rigor, qualidades que lhe conferiam a aura de um gentleman. Ele cultivava uma dignidade e uma impecabilidade raras, mantendo a serenidade (a fleuma) mesmo diante das limitações da idade e da fragilidade física. O modo alegre, embora discreto, e a fleuma descritas em rede social pelo confrade Iuri Godinho eram a marca de um homem que transformava a própria presença em um evento de gravidade e importância. Sua partida encerra o ciclo de um mestre cuja memória de inteligência, serviço cívico e dedicação à Academia e à família permanecerá como um farol para as futuras gerações de intelectuais goianos. Sua contribuição transcende a soma de seus cargos e obras; reside na maneira como dignificou cada papel que exerceu, deixando um modelo de excelência e rigor para o estado de Goiás e para o Brasil.

Todavia, ele apenas terminou o capítulo de uma série de existências, porquanto a vida não cessa… A vida é fonte eterna e a morte é o jogo escuro da ilusão, como escreve André Luiz:

“Uma existência é um ato,
Um século / um dia
Um corpo - uma veste
Um serviço - uma experiência
Um triunfo - uma aquisição
uma morte - um sopro renovador!”

O nosso imortal foi para onde os bons desfrutam do sublime espetáculo do infinito.

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TEATRO
Quando a excelência escolhe a periferia

A existência do Teatro Baccarelli é argumento vivo, concreto e incontornável sobre o papel do Estado no fomento à cultura e na redução das desigualdades

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Vaqueirinho tinha uma fera dentro de si

A imagem que fica não é da leoa, que fez o seu papel de bicho, mas a dele: um jovem em desajuste, arrastado por pensamentos que ninguém conseguia domar

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ANÁLISE
Três caminhos para o sentido da vida: Freud, Adler e Frankl em perspectiva

Freud, o pai da psicanálise, acreditava que o sentido da existência não pode ser separado da sexualidade, que para ele não era apenas um impulso carnal, mas uma energia vital

Nicolai Glaskov foto grande 2
Confira as primeiras traduções em português do poeta russo Nicolai Glaskov

Para ser editado oficialmente, Glaskov passou, deliberadamente, a escrever poemas que agradassem ao regime. Seu primeiro livro foi publicado em 1957. Ao todo foram 13 obras lançadas em vida