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As inscrições para a sexta edição do Festival Anapolino de Música (Famu) foram encerradas. O material está em análise e a comissão selecionará 20 candidatos para fase semifinal. Depois, serão definidos dez finalistas para o evento de apresentação e premiação dos vencedores. Segundo o secretário de Cultura, Augusto César de Almeida, uma das grandes qualidades do festival é a variedade de estilos: “Na mesma hora que temos uma banda de heavy metal, entra um candidato tocando um samba.” As músicas são brasileiras, de qualquer época, e até inéditas. A premiação chega a R$ 5 mil e ainda será gravado um DVD ao vivo. O objetivo é divulgar a produção musical e a descoberta de novos talentos. O Famu acontece nos dias 20 e 21 de setembro, na Praça Abílio Wolney (Praça do Ancião).
[caption id="attachment_14043" align="alignleft" width="299"] Juíza Luciana Camapum: “Foi uma atitude vil e criminosa,
que merece reprimenda proporcional e severa”[/caption]
Um cliente do Banco Itaú de Anápolis será indenizado por danos morais em R$ 27.120 pela instituição. Ele recebeu um cartão escrito “Folote do Inferno” no lugar de seu nome. O termo é considerado um xingamento de teor homofóbico. A decisão é da juíza Luciana de Araújo Camapum, do 3º Juizado Especial Cível anapolino. Somando “folote”, que no dicionário formal quer dizer frouxo e por isso informalmente possui conotação sexual, e “do inferno”, a juíza entendeu clara intenção homofóbica por parte do funcionário do Itaucard responsável pela confecção do cartão. “Diante da torpeza, da insensibilidade, do preconceito e do descaso da empresa com o cliente, a atitude foi vil e criminosa, que merece reprimenda proporcional e severa”, diz.
Para a magistrada, a gravidade do dano moral do caso faz com que a ação não devesse sequer ter sido proposta em Juizado Especial, em que há limite de valor para a estipulação de valores indenizatórios. Além do registro jocoso no cartão, ela ainda constatou que o cliente foi alvo de piadas e deboches ao ligar na central do Itaucard: “Por sua voz afeminada, mesmo com o nome masculino no sistema, ele foi chamado várias vezes como ‘senhora’. É, sem dúvidas, uma forma de humilhação”. Ele relatou em audiência que se sentiu constrangido com a correspondência porque mora com familiares que poderiam ver o envelope antes de dele.
Diante das provas, o banco não contestou os fatos e se limitou a apresentar uma proposta de acordo com previa indenização de 600 reais, que não foi aceita.
O Programa de Benefício Fiscal ou Refis, realizado pela prefeitura, permite que os cidadãos que têm dívidas com o município, negociem suas pendências, com desconto nos juros de até 100%. Além disso, é uma oportunidade do devedor, que já tem tramitação na Justiça, quitar suas dívidas. O prazo para renegociação das pendências é de amanhã, 1° de setembro, até 30 de outubro. Todos os débitos municipais, como IPTU, TSU, ISS, podem ser renegociados. É permitido o parcelamento em até 36 vezes. O atendimento aos contribuintes em débito será realizado nas unidades do Rápido, localizadas no Bairro Jundiaí, na Vila Jaiara e no Anashopping. É necessária a apresentação de documentos pessoais para pessoa física, e toda a documentação e informações da empresa, caso seja pessoa jurídica.
A Rosa me levou ao comício pra ouvir o discurso do meu tio. Insisti com a avó pra que fosse ela mesma, mas alegou doencinha mole e não foi, não pôde, não quis. A rosa me contou logo a verdade: que o candidato do avô não era o mesmo do meu tio, e que por isso a família andava meio desunida. Eu gostava muito da Rosa, porque ela me contava as coisas. Se não sabia, inventava. A avó andava aflita pelo que diziam ao avô de uns discursos do meu tio. Coisa de gente velha, mas eu queria muito ir ao comício. E a Rosa também. O avô não queria deixar, mas a avó disse a ele que criança não vota – e a Rosa não contava. Que a Rosa prestasse muita atenção no discurso do velho, foi a ordem que a avó deu, longe do avô. Mas que não me deixasse perceber, porque eu não era lá de muita confiança: perguntava mais que filho de padre. A Rosa era meio moca pra palavra bem falada, coitada. Dependia de mim até pra entender programa de rádio. Na ida pro comício, entre uma volta e outra, me pediu pra prestar muita atenção no discurso do meu tio. Ora, se era só o que eu queria!... Antes do meu tio falou muita gente. Depois, só o candidato dele, e eu pensei que aquilo era bom. Meu tio era tão engraçado que nem parecia irmão do avô. Não era homem palhaço: tinha sido subprefeito e dono de fazendas de gado gordo. Só sabia rir do que tinha -- e do que não tinha também. Quando começou o discurso, nem a Rosa conseguiu parar de prestar atenção. Falou dos tempos de subprefeito, que fizera uma coisa e outra e que fulano e beltrano ali se lembravam. Os outros não, que eram pequenos. Depois contou que ficou pobre, por causa da crise, dos posseiros e de uma briga com uns padres canhotos. (Perguntei pra Rosa sobre os padres, ela se benzeu e respondeu que canhoto não é de Deus. Acho que não entendeu nada). Meu tio pediu o voto de cada um, falou que às vezes nem a própria família apoia, por causa das rixas políticas, e explicou que, por isso, na outra eleição a vaca foi pro brejo. Quis saber da Rosa que vaca era essa, e ela me mandou prestar atenção. Era o que ela fazia quando não tinha o que dizer ou o que inventar. Não consegui mais prestar atenção em nada. Tive dó do meu tio por causa da vaca – vai ver era a última das suas fazendas de gado gordo! Em casa, perguntei pra avó por que a vaca do meu tio foi pro brejo. “Por causa das rixas políticas dele”, o avô falou bravo, do quarto. Meu tio perdeu a eleição. O avô não votou nele, “por causa das rixas políticas”. Mas a avó votou escondido, a Rosa me contou. Passado um bom tempo, meu tio apareceu na casa do avô. Os dois tomaram café, muito animados. Quando encontrei maneira, perguntei: “Por que a sua vaca foi pro brejo, tio?” Ouvi primeiro um pigarro seco do avô. Logo meu tio riu, dizendo: “Porque desobedeci meu pai, menino. Ele me disse pra nunca brigar com gente de saia: mulher, padre e juiz. Briguei com os três e a vaca zangou.”
Gercyley Batista
É com muito respeito que venho fazer uma observação muito importante a cerca da reportagem “Equipes de Iris e Vanderlan podem ter comprado seguidores e curtidas em páginas do Facebook” (Jornal Opção 2041), que contém dois grandes equívocos e que não representam, pelo menos de forma técnica, a informação correta, que, no entendimento do jornalismo, é prioridade para que o público não faça um julgamento errado do que foi apresentado.
Eu li a reportagem que, ao seu final, não levou em consideração as explicações oferecidas pela campanha, que foram muito claras e francas. Conforme explicado em carta, respondendo ao e-mail que ofereceu a pergunta, ficou bastante claro que os widgets (aquelas fotos pequenas na barra de tarefas do site do candidato) são pessoas ligadas ou fãs de quem, logado no Facebook, acessou o endereço eletrônico (site). Portanto, esses russos, indianos e quantas mais nacionalidades são da pessoa, ou máquina, que acessou, e não da fan page de Vanderlan Cardoso (PSB). Ou seja, estranho são esses nomes em um “print” de quem supostamente denunciou.
Relevo esse erro, em se tratando, hipoteticamente, do jornalista ser leigo no assunto e sugiro um maior aprofundamento na leitura das métricas das redes sociais e da programação de sites, o que o ajudaria muito. Ou se o jornalista foi assessorado, sugiro que informe à fonte que houve um erro crasso nesse caso.
Sobre o Facebook e o número de fãs engajados, posso dizer que os especialistas ouvidos erraram profundamente também, talvez por falta de acompanhamento da evolução da ferramenta Facebook, já que, ao mencionar o fato dos poucos mais de 2 mil seguidores ativos há dois graves erros de análise, os quais explicarei abaixo.
Páginas “abandonadas” não têm 2 mil seguidores engajados — gostaria até de ler sobre isso e ver onde há algum artigo acadêmico sobre o assunto, pois as referências bibliográficas de que dispomos são contraditórias. Sobre verificar esses engajamentos, creio que não há como o jornalista e o suposto denunciante ver isso de forma completa, pois somente os administradores da página podem ter acesso aos números completos oferecidos pelo Facebook, por senha e login de administrador. É política da empresa que, inclusive, costuma condenar práticas de “farmlikes” [fabricação artificial de curtição de páginas].
Não creio que o jornalista tenha tido uma assessoria que realmente conheça as ferramentas, e me coloco à sua disposição, se julgar necessário, para conhecer como funciona o trabalho das redes digitais do candidato Vanderlan, e que também saiba como nós descobrimos, por exemplo: inflação de “likes” [curtidas] em outras campanhas, que, como já dito em comunicado, “não questionamos por achar o assunto irrelevante, pois a discussão deve ser de alto nível, pautada na intenção com internautas e a apresentação de bom conteúdo”.
Encerrando, não há compra de “likes” e esses perfis altamente “fora da realidade Brasil” são, na verdade, resultado do perfil que acessou a página. Sugiro até que avise o denunciante do alto grau de “perfis farmlikes” constante em seu Facebook. Espero ter esclarecido de forma definitiva qualquer equívoco.
Gercyley Batista é vice-presidente do PRP em Goiás.
Nota da Redação: O sr. Gercyley Batista está enganado duplamente. Primeiro equívoco: o widget do Facebook mostra os amigos em comum que curtiram uma determinada página. Sugerimos que o sr. Batista faça o teste em qualquer site ou jornal que contenha um widget do Facebook — por exemplo, a “Folha de S. Paulo”, “O Estado de S. Paulo” ou o Jornal Opção e, assim, poderá observar que ali aparecerão seus amigos (de Facebook) que curtiram aquela página. Segundo equívoco: no caso específico da fan page de Vanderlan Cardoso, o “print” foi feito deslogado do Facebook, justamente para descobrir quem eram os reais seguidores e não apenas os amigos em comum que curtiram a página. Quanto ao envolvimento com a página, os números estão disponíveis na própria página e podem ser checados por qualquer pessoa.
“A teoria da mentira explica o caso Bernardo”
Maria Virgílio Carvalho Sobre a reportagem “Morte do garoto Bernardo: quais os limites da crueldade humana?” (Jornal Opção 2038), de Frederico Vitor, querem saber sua capacidade de cometer um crime destes? Pois bem, eu tenho a teoria da mentira. Aquele que gosta de mentir, tapear, quem engana para tirar proveito facilmente, diante de uma situação em que supõe ser possível faz coisas parecidas, é capaz de fazer isso. As pessoas que têm vergonha de fazer coisas escondidas nunca as farão. Conclui-se que tem muita gente capaz de fazer estas coisas. E fazem! E-mail: [email protected] • 187.2.199.206
“Todo homem tem mais de uma face”
Cristiano Vieira
Muito bom o texto “Médici, de ditador mais temido a cidadão impotente” (Jornal Opção 2040), de Elder Dias. Toda história, todo homem, todo fato tem mais de uma face. E nem sempre todas são feias ou bonitas.
E-mail: [email protected]
“Irapuan disse tudo que eu queria ouvir”
José Agostinho Parabéns a Irapuan Costa Junior pelo artigo “7 passos para o “buraco” ideológico”, na coluna “Contraponto” (Jornal Opção 2038). Disse tudo em poucas palavras. Você é o melhor articulista deste jornal, pois disse tudo que eu, como cidadão, quero ouvir, mas poucos têm a coragem de falar. E-mail: [email protected]
“Nicolau Sevcenko, um grande brasileiro”
Lorayne Garcia Ueocka
Vejo a nota “Brasil perde Nicolau Sevcenko, um discípulo de Sérgio Buarque de Holanda”, na coluna “Imprensa” (Jornal Opção 2041). Senti muito pela morte desse grande professor. Tive aula com ele na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) na década de 80. Realmente era uma figura brilhante na historiografia brasileira. Uma pena ele ter ido tão cedo. Podemos considerá-lo como um dos grandes vultos da história social no Brasil.
E-mail: [email protected]
“Pessoas usam a internet para despejar suas angústias”
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“Um texto muito lúcido”
Edergenio Vieira O texto de Ketllyn Fernandes é primoroso. Poucas vezes li aqui nesse espaço um texto tão lúcido. Sim, é possível ter lucidez em meio ao lado sentimental, pois corpo e mente são um só. Pelo menos, para mim. E-mail: [email protected]“Dúvidas sobre improvável atentado serão desfeitas”
Bosco Carvalho Ontem, durante, uma comemoração de aniversário de uma querida amiga, me perguntaram se não havia a possibilidade de que oposicionistas do falecido candidato estivessem por trás da queda do avião que resultou em sua morte. Respondi com as informações de que já dispunha, e mencionei o fato de que a aeronave já havia passado por uma pane dias atrás em Curitiba. Pelos relatos atuais, com a divulgação da gravação de um dos pilotos do jatinho ao afirmar que a visibilidade estava baixa e que iria tentar uma manobra para tentar uma nova aterrissagem em Santos, todas as dúvidas com relação a improvável atentado devem ficar definitivamente desfeitas. Entre as inúmeras manifestações abomináveis que circulam na internet para desejar a morte de quem quer que seja, a mais falsa delas refere-se à data da promulgação do Decreto-Lei 12.970 [sobre restrição de acesso aos destroços em acidentes aéreos], promulgado em 9 de maio de 2014, e não no presente mês de agosto, como pode ser lido no site da Presidência da República. E-mail: [email protected]“São ‘estórias’, não histórias”
Moacir Romeiro Quem cria essas estórias não possui nem um pouco de criatividade. São estórias, e não histórias, muito ridículas. E-mail: [email protected]“Nosso lado escuro está além da conta”
Marcelo Luiz Correa Essas afirmações irrefletidas, maldosas e irresponsáveis quando acontecem tragédias são típicas da alma de pessoas superficiais, mas a reação às mesmas, caso sejam ampliadas e de divulgação excessiva, mostram duas coisas: o lado escuro do ser humano está aumentado além da conta e a credibilidade de quem nos representa está na faixa vermelha. Ou seja, tanto escolhemos mal nas urnas quanto a fórmula de escolha dos representantes é capenga e carrega distorções graves. E-mail: [email protected]“Não se respeita nem a morte de um ser humano”
Maria Carolina Amaral Apoio total à jornalista Ketllyn Fernandes e ao jornal sobre a questão da repercussão da morte de Eduardo Campos. Não se respeita mais nem a morte de um ser humano; nem a dor dos parentes e amigos e de outros seres humanos; os quais nada se sentem bem ao ter notícia de uma tragédia como esta que vitimou o candidato Eduardo Campos e mais outras pessoas que têm família, amigos etc. Lamentavelmente temos de ouvir e ler especulações e ofensas desumanas. Esquecem-se de que, antes de serem políticos, são pessoas, humanos e sentem dor, saudades, tristezas e mais; há seis pessoas envolvidas que também deixaram entes queridos sofrendo pelo filho, marido, mãe, pai, irmão... êta, povo que fala! E-mail: [email protected]“Morte de Eduardo em nada beneficia Dilma ou Aécio”
Antonio Alves Tipos individuais que se prestam a publicar comentários dessa natureza só mostram a falta de capacidade racional. A morte de Eduardo Campos em nada beneficia Dilma Rousseff ou Aécio Neves. Ou melhor, ambos perderam um possível aliado no segundo turno e ganharam um provável adversário capaz de tirar um deles da disputa e ganhar a eleição do outro. Campos era um político com ideias comuns a tantos outros por aí: prometia multiplicar por dez o investimento em segurança e implantar a educação de tempo integral, ideias para quem quer ganhar eleições e distantes da nossa realidade. E-mail: [email protected]“Clima de emoção amealhará votos para Marina”
Gilberto Santel Quem votou em Marina Silva em 2010, evidentemente votará nela novamente. Com o natural desgaste do PT, pelo longo tempo no poder, e Aécio Neves (PSDB) tisnado pelas denúncias recentes da construção de um aeroporto em propriedade de parentes, os votos do eleitorado nordestino, que eram de Eduardo Campos, claro que vão se transferir para Marina — além de ela ser uma candidata considerada íntegra, corajosa e, sobretudo, ética. Penso que os descontentes com o PT e que não votariam nem no Aécio nem no Eduardo Campos vão votar nela. Sem contar o clima de comoção, que é inegável e deve contribuir para amealhar votos em favor dela. O brasileiro é um ser muito emotivo. A morte trágica de Eduardo Campos, sem hipocrisia, será “explorada” nesta eleição. De que maneira, só o tempo dirá. E-mail: [email protected]
[caption id="attachment_13508" align="alignleft" width="620"] Cena da 1ª Grande Guerra Mundial: mais de 13 milhões de mortos e 21 milhões de mutilados e traumatizados[/caption]
No Jornal Opção número 2.034, de 29 de junho a 5 de julho de 2014, tratamos da dificuldade histórica de responder à pergunta: “Quem, afinal, iniciou a 1ª Guerra Mundial (1914-1918)? Abordaremos hoje algumas razões que contribuíram para que aquele conflito assumisse proporções globais catastróficas.
O assassinato de Franz Ferdinand, herdeiro do trono do império Áustro- Húngaro, em Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, em 28 de junho de 1914, mudou os rumos da História Europeia. O incidente provocou uma reação em cadeia que culminou com a deflagração da 1ª Guerra Mundial, a “grande catástrofe seminal do século 20” (George F. Kennan). Historiadores de algumas regiões dos Bálcãs denominam-na de “Apocalipse da Época Moderna”.
Em 5 de julho de 1914, uma semana após o atentado, o imperador Guilherme II da Alemanha enviou ao governo em Viena uma mensagem deveras imprudente: “Façam o que quiserem e terão o nosso irrestrito apoio”. A mensagem foi interpretada como “carta branca” e, posteriormente, no Tratado de Versalhes, serviu de argumento para imputar a Alemanha a culpa pela deflagração da guerra. O artigo 231 estabelecia o “reconhecimento da culpa por parte dos alemães por todos os danos e perdas...”.
Baseado no “irrestrito” apoio da Alemanha, o governo de Viena enviou um ultimato ao governo da Sérvia, que se recusou a aceitá-lo. Em consequência, em 28 de julho, a Áustria declarou guerra àquele país. Imediatamente a Rússia começou a mobilizar suas tropas, o que serviu de pretexto para que a Alemanha declarasse guerra contra a Rússia em 1° de agosto e contra a França em 3 de agosto. Já no dia seguinte, 4 de agosto, a Inglaterra entrou no conflito ao declarar guerra contra a Alemanha.
Entre o atentado em Sarajevo (28 de junho) e a declaração de guerra da Alemanha contra a Rússia (1º de agosto) decorreram 33 dias. Durante este período, que costuma ser chamado de Crise de Julho, houve constante troca de mensagens entre os governos das potências europeias. Historiadores modernos afirmam que durante este intervalo apresentaram-se inúmeras oportunidades que, se tivessem sido aproveitadas, poderiam ter evitado o início do conflito. No entanto, os interlocutores da época não souberam e, aparentemente, não queriam evitar o confronto. As potências europeias da época viviam em exacerbado orgulho patriótico com profundos sentimentos nacionalistas e, não por fim, as ambições de expansão colonialista serviram para fomentar a mentalidade belicista reinante na época em todas as potências europeias.
Para melhor compreensão é imprescindível abordar a situação da Sérvia nas quatro décadas anteriores ao atentado. Há historiadores que veem este pequeno país balcânico como “agente provocador” que teve marcante participação na eclosão daquela catástrofe mundial que acabou envolvendo 68 países nos 5 continentes; outros veem a Sérvia como culpada. O império Áustro-Húngaro, através de seu governo em Viena, observava com desagrado as crescentes ideias nacionalistas dos sérvios e culpavam-nos por suas aspirações expansionistas. Verdade é que reinava uma tensa aversão recíproca entre os dois países a qual, evidentemente, teve alguns antecedentes. Quais foram, afinal, estas ideias expansionistas?
A Sérvia, mais ou menos à partir de 1870, passou por um período turbulento de sua história. Lembramos que, na época, grande parte da região dos Bálcãs encontrava-se sob o jugo do Império Otomano e ningém mais do que os sérvios queriam livrar-se da dominação turca.
Os sérvios, como nação, estavam separados. Além de se encontrarem sob controle turco, havia muitos sérvios distribuídos pelos Bálcãs que estavam sob controle húngaro e outros sob controle austríaco. Adicionalmente havia boa população sérvia na Macedônia onde, no início do século (1903) houve violentas lutas de sérvios contra turcos e búlgaros.
Também na Bósnia e na Herzogovina a população, em algumas regiões, era formada preponderantemente por sérvios. A Bósnia e a Herzegovina, no entanto, encontravam-se sob controle austríaco e, em 1908 foram anectadas pela Áustria uma decisão que a Sérvia de maneira alguma aceitou e foi esta uma das razões pelas quais esta refutara o ultimato de Viena.
A ideia expansionista da Sérvia em verdade foi uma preocupação com acentos quase paranóicos de Viena pois a Sérvia nada mais quis do que reunir o seu próprio povo distribuído por vários países e aglomerá-lo em apenas um país, em seu próprio. Além disso, uma Sérvia unida, que os austríacos chamavam de Pansérvia, em termos de potência, dificilmente poderia tornar-se um perigo para o Império Áustro-Húngaro que, na época, era formado pela Áustria, Hungria, Croácia, Eslovênia, Bósnia, Herzegovina, Tchequia, Eslováquia, parte da Romênia, parte de Montgenegro, parte da Polônia, parte da Ucrânia, parte da Itália (Trentino, Sul do Tirol e Venetia), e a Vojdina (parte da Sérvia). Após a Rússia, a dupla monarquia áustro-hungara era o segundo maior país europeu em expansão territorial e o terceiro em população.
Para realizar seus planos de expansão e incrementar a economia a Sérvia precisava de capital. Inicialmente Viena foi pródiga em propiciar créditos mas aos poucos os austríacos começaram a dificultar a liberação de verbas e demais implementos. O governo de Viena aumentou os juros e dificultou as importações de produtos agrícolas da Sérvia mediante elevada taxação. Os sérvios, vendo-se “estrangulados” pelos austríacos, foram obrigados a procurar outras fontes de capital. Encontraram-nas na França, onde banqueiros franceses de bom grado preencheram o lugar das fontes de Viena. Além de capital, implementos e armas que fluíam da França, a Sérvia, a partir de 1905, estabeleceu vários acordos com o governo francês. A orientação da Sérvia em direção à França em nada agradou ao governo de Viena.
A 1ª Guerra Mundial não teria decorrido com tanta dramaticidade sem as descobertas técnicas e cientificas na segunda metade do século 19. Em 1876 o alemão Nikolaus August Otto inventa o motor a explosão, uma descoberta que teve grande influência nesta primeira guerra global; nove anos depois; em 1885, os alemães Gottlieb Daimler e Karl Benz, independentemente, constroem o primeiro automóvel. Os irmãos Wilbur e Otto Wright, Santos Dumont, John Joseph Montgomery, Otto Lilienthal, Percy Pilcher, Octave Chanute testam “máquinas” voadoras. No começo do século 20, em 1906, apenas oito anos antes da eclosão da 1ª Guerra Mundial, Santos Dumont alça voo com o seu 14-bis, uma “máquina mais pesada que o ar, capaz de gerar a potência e sustentação necessária por si mesma”. (O assunto historiamente é polêmico).
Fato é que a invenção deste artefato voador, o aeroplano, teve um desenvolvimento técnico rapidíssimo e o seu uso nas batalhas da 1ª Guerra Mundial foi, em muitos casos, decisivo. Foi a primeira guerra na qual foi possível observar a movimentação do inimigo visto das alturas, o que propiciou enormes vantagens aos exércitos que possuiam tal equipamento. Impressionante também foi que, nesta prematura época da aviação, já se destacaram pilotos que entraram nos anais da História da Aviação. Do lado alemão o inesquecível Manfred von Richthofen (1892-1918), mais conhecido por Barão Vermelho e do lado francês, René Fonk (1894-1953), não menos inesquecível por sua atuações corajosas que não ficavam atrás daquelas de seu inimigo voador von Richthofen.
O recém-desenvolvido equipamento de telefonia móvel para uso em campanha facilitou a comunicação entre as trincheiras e postos de comando. A metralhadora e demais armas de fogo, minas, e outros artefatos bélicos foram aperfeiçoados de forma rapidíssima e transformaram-se em instrumentos mortais nunca vistos em guerras anteriores. O tanque, uma invenção britânica, foi usado pela primeira vez numa guerra. A 1ª Guerra Mundial foi a primeira guerra documentada, do início ao fim, pela fotografia e pelo cinema.
Ambos os instrumentos, além de servirem como valiosa fonte de documentação, tiveram relevante importância no desenrolar dos acontecimentos pois serviram de meio propagador. Muito cedo notou-se que estes dois meios também serviam de “instrumento” de guerra. Fotografias e filmes eram manipulados, alterados com cenas falsificadas para enganar ou influenciar o inimigo. Foi esta uma das razões pela qual a Alemanha os pôs sob censura.
Houve outras razões que contribuíram para tal medida: a população começou a inquietar-se com as crueis e desumanas cenas fotográficas divulgadas que mostravam centenas e milhares de soldados mortos nos campos de batalha. As mulheres procuravam em cada foto por seus maridos ou pelo(s) filho(s) que se encontravam no front.
A situação interna na Alemanha começou a tornar-se difícil em consequência do bloqueio britânico e da falta de homens que estavam no front, o que impediu os trabalhos agrícolas. Faltavam braços para o preparo da terra, semeaduras e colheitas e, em consequência, começaram a faltar víveres e o pouco que havia tinha que ser enviado aos soldados nos campos de batalha. Estes, por sua vez, preocupavam-se com a situação “em casa”, o que não contribuía para o moral das tropas.
Os generais do Alto Comando Militar em Berlim inquietaram-se com este conjunto de circunstâncias. O que mais os preocupou, no entanto, foi a forma astuciosa como o inimigo começou a usar o filme como meio de propaganda de guerra psicológica. Como represália, em 13 de janeiro de 1917, os militares criaram o Bufa (sigla para “Bild-und Filmamt”) um órgão encarregado para a produção de filmes que, já no fim daquele mesmo ano, foi transformado em UFA (Universum Film AG), uma companhia cinematográfica que sobreviveu as duas guerras e existe até hoje, em Potsdam, ao sul de Berlim.
O Bufa e posteriormente a UFA produziram filmes em quantidade por duas razões: como propaganda de guerra psicológica e para entreter os soldados no front. Para tal fim foram construídos cinemas ambulantes cujos equipamentos eram montados sobre as carrocerias de caminhões que iam aonde estavam os soldados e que, à noite, quando normalmente não havia combate, não tinham o que fazer.
Os responsáveis, no entanto, cuidaram de só produzir filmes e documentários positivos que nunca mostravam a dura realidade “em casa”, onde o povo sofria com a falta de víveres, com as filas, com as demonstrações e com os confrontos com a polícia. E, para não preocupar os que estavam “em casa” evitava-se mostrar cenas horripilantes dos combates, dos feridos, dos mutilados e dos milhares de soldados mortos nos campos de batalha onde, segundo o escritor britânico Robert Graves (1895-1985), “das valas e trincheiras exalava um mau cheiro de gás, sangue, lidite e latrina”.
Eis aí outra inovação usada pela primeira vez numa guerra: o gás tóxico. Seu inventor, o renomado cientista químico Fritz Haber (1868-1934), judeu alemão nascido na Polônia e convertido ao cristianismo. É conhecido como o “pai de guerra química” por seus trabalhos no desenvolvimento e uso do cloro e outros gases tóxicos utilizados na frente ocidental, nomeadamente em Flandres, entre 1915 e 1917. O próprio cientista Fritz Haber fez questão de presenciar pessoalmente a primeira aplicação de gás como “arma” moderna de aniquilamento em massa na região de Ypern (Bélgica), em 22 de abril de 1915, quando morreram 6 mil soldados, a maioria senegaleses, marroquinos, turcos e canadenses que lutavam ao lado das forças francesas. Posteriormente outras nações também usaram o gás como arma letal. Estima-se que mais de 1 milhão de pessoas, entre soldados e civis, morreram em virtude de gás e 1 milhão de soldados retornaram com graves deficiências físicas ou mentais permanentes também em virtude do gás.
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Cena da 1ª Grande Guerra Mundial: mais de 13 milhões de mortos e 21 milhões de mutilados e traumatizados[/caption]
Seguido a esta primeira aplicação de gás Fritz Haber continuou com a sua “guerra doméstica”. Sua esposa, Clara Immerwahr, como ele uma reconhecida química, vinha acompanhando de mau grado e criticando abertamente os experimentos do marido. Com a sua formação química ela bem imaginava os resultados que os estudos do esposo poderiam causar. Várias vezes pedira que abandonasse o projeto. Mas Fritz Haber era um homem intransigente. Na noite de 2 de maio de 1915, dez dias após a primeira aplicação de gás em Ypern, Clara Immerwahr escreveu várias cartas a diversos amigos. Às duas da madrugada foi ao corredor da casa onde marido costumava pendurar sua arma num gancho. Suicidou-se. As cartas que os serviçais tinham visto sob a escrivaninha desapareceram. Fritz Haber foi laureado com o Prêmio Nobel de Química em 1918!
Jan Gotlib Bloch (1836-1902), empresário, publicista e pacifista polonês — conhecido na França por Jean de Bloch, na Inglaterra por Ivan Bloch e na Alemanha por Jan von Bloch —, é autor de uma impressionante obra sobre o desenvolvimento técnico militar. Curioso é que o autor morreu 12 anos antes da 1ª Guerra Mundial. Sua obra, “A Guerra do Futuro”, um trabalho em seis volumes, foi publicada pela primeira vez em Berlim em 1899 e reeditada várias vezes, foi muito lida na Europa durante a primeira metade do século 20. O autor previu, com muita acuidade, os desenvolvimentos técnicos registrados antes e durante a 1ª Guerra Mundial. É uma obra clássica, válida até hoje, na História do Pacifismo.
Herfried Münkler, um dos renomados historiadores da atualidade, já citado em meu trabalho anterior (Jornal Opção, Edição 2.034) em recente palestra na Universidade de Heidelberg à qual o autor deste texto teve a oportunidade de assistir, declarou que “soldados, oficiais e generais tecnicamente experimentaram e aprenderam muito na 1ª Guerra Guerra, o que lhes foi de enorme vantagem na 2ª Guerra Mundial. Talvez seja este o único vínculo real que existe entre a 1ª e a 2ª Guerra Mundial”.
Outros autores como Erich Maria Remarque (“Nada de Novo no Front”), Ernst Glaeser (“Classe 1902”), Arnold Zweig (“Educação Antes de Verdun”), Henri Barbusse (“Le Feu — Journal d’une Escouade”), Robert Graves (“Good-Bye to all that”) e Ernst Jünger (“Im Stahlgewitter-Tempestades de Aço”) narraram em detalhes o dia a dia e as bestialidades nos campos de batalha. A obra de Henri Barbusse, Prix Goncourt em 1916, foi traduzida em 60 línguas. As mencionadas obras foram publicadas nos 15 anos subsequentes à guerra e os autores foram participantes ativos em combates. Daí o realismo e a dramaticidade com a qual descreveram os acontecimentos. São estes, além de muitos outros, livros seminais para quem quiser aprofundar-se no assunto.
No final do século 19 e no início do século 20 o Império Alemão sentia-se rodeado de inimigos: ao leste a Rússia, ao oeste a França e no norte a Grã-Bretanha. De fato entre a Rússia e a França já em1892 havia sido firmado um pacto militar, mais tarde transformado em aliança militar.
Por precaução ou ambição, a Alemanha começou a elaborar um plano de defesa ou eventual ataque. Responsável pelo plano foi o general Alfred von Schlieffen, chefe do Estado Maior do Exército Imperial Alemão de 1891 a 1905. O documento, conhecido por “Plano Schlieffen”, já estava pronto em 1905, nove anos antes do rompimento da guerra e já inseria, sem que alguém do Estado Maior o percebera, a derrota da Alemanha Imperial e seus aliados.
O que ainda se discutia era se o ataque deveria começar no leste com a Rússia ou pelo oeste com a França. Os militares alemães, ao declarar a guerra contra a Rússia, em 1° de agosto de 1914, não acreditavam que esta poderia mobilizar suas tropas em curto prazo. Optaram, portanto, por atacar primeiro a França (que, a partir de 1900 fraquejava internamente em virtude do caso Dreyfuss), resolver o assunto em poucos dias e em seguida concentrar todo e efetivo militar contra a frente leste . Foi o primeiro erro do plano, pois a Rússia conseguiu mobilizar as suas tropas rapidamente e, não demorou, a Alemanha viu-se confrontada em um guerra de duas frentes. Além disso, o Plano Schlieffen partiu das experiências da Guerra Franco-Alemã de 1870/71, quando os franceses, que ainda não a tinham esquecido, puseram-se em fuga ao aproximar das tropas alemãs.
O segundo erro fatal do Plano Schlieffen consistia no fato de que os soldados das tropas alemãs marchariam, sem interrupção, no mínimo 30 kms por dia a fim de cercar Paris em 31 dias. Tal não correu, pois, contrariamente à guerra de 1870/71, desta vez os franceses não bateram em retirada e reagiram violentamente, o que prolongou o avanço dos exércitos alemães e propiciou os preparativos dos exércitos russos.
Outro erro crucial do Plano Schlieffen foi a invasão da Bélgica em agosto de 1914, cuja neutralidade a Alemanha tinha garantido já em 1839. Incompreensível é o fato de que a invasão da Bélgica neutra não foi contestada por nenhum dos membros do Estado Maior. Segundo o historiador Gerd Krumeich, esta medida foi “militarismo em sua forma mais pura pois necessidades militares foram postas acima de ponderações políticas e acima do direito internacional”. Em vista disso a comunidade internacional passou a ver a Alemanha como agressora e a invasão da Bélgica provocou a participação da Inglaterra , que a França chamara por auxílio, nesta guerra.
Encontramos-nos no início de 1917 e três quartas partes do mundo lutavam contra as forças do centro formadas pelo Império Alemão, a dupla Monarquia Áustro-Húngara, o Império Otomano, a Bulgária bem como a África Oriental e Ocidental Alemã, Camarões e Togo. Países do Oriente Próximo, que na época tinha outras delimitações, também aderiram às forças centrais. A Nova Guiné, na época alemã, também aderiu. Alguns países europeus como a Espanha, Suécia, Noruega, Finlândia e Islândia mantiveram-se neutros.
Muitos países só entraram no conflito quando a guerra já estava em andamento. A Bélgica, neutra, invadida pelas tropas alemãs em agosto de 1914, aderiu à Entente (Entente Cordiale) como era chamada a coligação de países formado pela Rússia, França, Grã-Bretanha, logo no início do conflito. Em seguida a Sérvia (6 de agosto de 1914), Japão (23 de agosto) também declararam guerra às forças centrais. Seguiu a Itália (1915), Portugal e Romênia (1916), o Canadá e os Estados Unidos (em 1917) além da Grécia, a China e os países do sul da Ásia e da Ásia Central que, na grande maiora, faziam parte da Rússia. Além disso mais dez países da América Latina, entre os quais também o Brasil, aliarem-se à Entente.
Assim a 1ª Guerra Mundial foi a primeira guerra global, se bem que a maioria dos países que aderiram à Entente ou às forças centrais, nunca teve participação ativa no desenrolar dos acontecimentos. Tratou-se de uma participação simbólica no sentido diplomático. Mesmo assim este conflito mobilizou um efetivo de 66 milhões de soldados e deixou um saldo de 13 milhões de mortos, entre os quais 5 milhões de civis e 21 milhões de mutilados e traumatizados para o resto da vida. Estas cifras são aproximadas pois há países que participaram do conflito e até hoje não apresentaram dados exatos, de forma que, passados cem anos, as verdadeiras dimensões do conflito ainda não podem ser determinadas e talvez nunca serão.
Pergunta-se como foi possível isso? “Só” porque um príncipe herdeiro, Franz Ferdinand, fora morto por atentado na Sérvia, um país periférico da Europa, um príncipe que nem benquisto era! Segundo Ludwig Winder, autor de uma biografia com o título “Der Thronfolger” (O Sucessor no Trono), publicada em 1937 e reeditada recentemente (Editora Zsolnay) por oportunidade do centenário desta guerra, “ninguém gostava dele e ele não gostava de ninguém... era ríspido, tratava mal seus seviçais e demais colaboradores...era avarento aos extremos... escondia seus complexos atrás de um enorme bigode... casara com uma mulher que nunca fora aceita pelos austríacos por não ter sido da linhagem dos habsburgos...”.
Não pode ser e em verdade não o foi. Houve muitas questões ocultas por trás do atentado com antecedentes mais latentes do que explícitos. O leitor interessado que queira aprofundar-se neste tema, que é profundamente interessante do ponto de vista histórico, terá que fuçar fundo nos milhares de compêndios e milhões de cartas de soldados à disposição.
Christian Staas, chefe de redação da revista “Die Zeitgeschichte”, editada em Hamburgo, no editorial do número 1 de 2014 escreve: “Cem anos após o início do conflito, 75 anos após 1939 e 25 anos após o conflito Leste-Oeste, renasceu o interesse por esta guerra já quase esquecida”.

O nível de terror que o Isis vem fazendo parece ter saído das cartilhas dos nazistas, mas eles conseguem ser ainda piores
[caption id="attachment_13463" align="alignright" width="620"] Grupo militante Estado Islâmico do
Iraque e do Levante disse ter estabelecido
um califado, ou Estado Islâmico, nas
áreas sob o seu controle no Iraque e na Síria | REUTERS/STRINGER[/caption]
Há dois meses, mais de 1 milhão de barris de petróleo cru foram entregues no porto de Ashkelon (o maior do país) no sul de Israel. Poderia ser apenas mais um entre centenas de navios petroleiros que aportam naquele ancoradouro quase que diariamente. Mas o que chamou atenção é que o navio carregava petróleo vindo da região dominada pelos curdos no Iraque. Há alguns fatores que compõe essa relação quase silenciosa: os curdos ignoraram o boicote imposto pela Liga Árabe contra Israel, logo depois da guerra de 1948 durante a criação do Estado judeu. Um acordo comercial com Israel marca um novo momento na luta do Curdistão por sua independência. Um desejo que surgiu no fim do século XIX, mas que nunca foi implantado devido à ameaça dos países vizinhos. As terras que os curdos dizem pertencer ao futuro Estado, hoje, são controladas pela Turquia, Irã, Síria e Iraque. Somente no Iraque eles conseguiram certa autonomia, que agora está ameaçada pelo Estado Islâmico, que usa o terrorismo para ampliar as áreas dominadas, inclusive a dos curdos.
Os laços, quase invisíveis, que unem Israel e o povo curdo existem desde a década de 60 do século passado. Israel enxerga os curdos como muçulmanos seculares, que se recusam a viver sob doutrina de um Estado Islâmico. Mas apesar da simpatia que um tem pelo outro, seria ingenuidade pensar que curdos e israelenses colaboram entre si somente por amizade. Em março deste ano, o governo central do Iraque cortou todos os financiamentos que eram repassados para o governo da província curda. Por causa disso a arrecadação caiu pela metade. Até mesmo os Estados Unidos se recusaram a comprar o petróleo que vinha do Curdistão, com o intuito de apoiar o governo iraquiano e evitar ainda mais tensão na região que está prestes a “explodir”. O isolamento levou os curdos ao desespero. Eles precisavam de parceiros comerciais que pudessem comprar o seu petróleo. E foi em Israel que eles encontraram esse apoio.
Oficialmente os curdos negam qualquer tipo de relação econômica com Israel. Fazem isso como precaução já que o Estado judeu não é bem-vindo em quase todos os países árabes. Por outro lado, Israel fisgou o peixe certo, na hora certa. O governo da província curda precisava de um cliente e de dinheiro e Israel, de independência para poder comprar petróleo mais barato do que o que vem do México, Rússia, Noruega e Cazaquistão. E é justamente por isso que Israel apoia e advoga por um Estado Curdo independente. À primeira vista a relação pode até parecer um casamento de aparências, mas se deixarmos de lado os motivos, os laços entre curdos e israelenses nunca estiveram tão estreitos.
A questão curda voltou à cena devido aos últimos acontecimentos na Síria e no Iraque, onde o grupo extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Isis, na sigla em inglês) já tomou parte dos territórios dos dois países e proclamou a criação de um califado. Um fator fundamental que permitiu a rápida expansão dos militantes do Isis, foi a falta de fronteiras “naturais” estabelecidas entre os dois países, o que deu passagem livre para que o racismo messiânico, religioso e ultranacionalista assolasse a região. As fronteiras colonialistas, artificialmente traçadas no fim da Primeira Guerra Mundial, os laços tribais naturais, que são tradição na região há milênios, tudo isso foi ignorado pelo Isis, que afirma estar apenas começando um processo de corrosão em todo Oriente Médio. A solução para a ameaça sunita radical teria que começar pelo Iraque, é o que dizem estudiosos do assunto. O Iraque, se não quiser desaparecer do mapa, terá de pôr de lado as linhas traçadas por franceses e ingleses em 1918 e se dispor à criação de três novos Estados, cada um com sua própria identidade religiosa: um sunita, um xiita e um curdo. Talvez essa seja a única maneira de interromper a espiral de violência provocada pelo Isis, que aos poucos vai consumindo todo a região como ácido corrosivo.
É escandaloso e terrível o que os sunitas radicais do Isis vem fazendo por aqui. O nível de terror implantado pelo grupo parece ter saído das cartilhas dos nazistas, mas eles conseguem ser ainda piores. Se não forem interrompidos, as linhas colonialistas e imaginárias traçadas há quase um século serão de fato reestabelecidas pelo grupo. O mapa do Oriente Médio vai ter de mudar se nações como a Síria, Iraque, Jordânia e até Israel quiserem continuar existindo. O “mundo sem fronteiras” que existe entre a Síria e o Iraque terá de ser cuidadosamente redesenhado. A nova cartografia da região verá o surgimento de novos Estados-nações. O Curdistão deveria ser o primeiro.

[caption id="attachment_13439" align="alignleft" width="300"] Campanha de Alexandre Magalhães (PSDC) tem foco em lideranças, estudantes e empresários[/caption]
A proposta para campanha de candidatura ao governo do Estado de Goiás de Alexandre Magalhães, candidato pelo Partido Social Democrata Cristão (PSDC), segue os passos da campanha de Vanderlan Cardoso (PSB): sem o alarde das grandes carreatas. O filho do ex-deputado Juarez Magalhães ainda além: sem carro algum. “Eu não estou fazendo uma campanha focada nas ruas, em Anápolis. Minha campanha no município está focada mais em visitas a lideranças, estudantes e empresários”, afirma Magalhães.
A sigla não tem nenhum candidato a deputado estadual ou federal que dê apoio à campanha do governadoriável. “Nós não temos nenhum candidato na região. Quem nos apoia realmente são as pessoas que estão filiadas ao partido”, diz. Alexandre explica que esse apoio é de pessoas que vestem a camisa, que têm compromisso com seus ideais, sem receber pagamento ou outro tipo de benefício em troca.
“Não são pessoas que estão sendo pagas para trabalhar em campanha, como existe por aí. Percebemos muita gente trabalhando por recurso e dinheiro. Nós não fazemos campanha dessa forma”, diz o candidato. Magalhães afirma que não tem o dinheiro que os outros candidatos têm e estão derramando. “E a sociedade nem sequer sabe a origem desse dinheiro.”
Alexandre promete fazer uma campanha correta e a população, com o horário eleitoral, perceberá quem tem mais princípio, mais ética e moral. “Não derramarei dinheiro para ninguém”, conclui.
Sua expectativa é que os eleitores que ainda não decidiram seu voto tenham elementos para escolhê-lo como candidato. Lembrando que a mais recente pesquisa Fortiori, publicada pelo Jornal Opção no dia 17, apresentou 48% de indecisos/não sabe, no levantamento espontâneo (sem indicação dos nomes) para governador: “A expectativa é ganhar, pois 60% dos eleitores ainda estão indecisos e a campanha, com o horário eleitoral, começou na quarta-feira, 20 [primeiro dia em que foram ao ar as propagandas dos governadoriáveis]. A partir de agora, Alexandre Magalhães será conhecido”.
Sobre como funcionará a campanha em Anápolis, ele esclarece que amigos professores marcarão reuniões, nas quais ele conversará com os presentes, apresentando a proposta. Assim, espera o candidato, que cada um leve a mensagem da sigla e agregue novas pessoas à campanha. Com 47 anos de idade, Alexandre Magalhães ainda não tem nenhuma experiência na política.
O vereador Wederson Lopes (PSC) apresentou ao plenário da Câmara de Anápolis projeto de lei que pode tornar obrigatória o relato imediato, por parte das instituições hospitalares do município, públicas ou privadas, ao Conselho Tutelar ou ao Ministério Público, sempre que for registrada a entrada de crianças ou adolescentes por uso de álcool ou drogas. A propositura foi apresentada na quarta-feira, 20. A notificação deverá ser feita em até cinco dias a partir do atendimento. Além de informações básicas, como nome do paciente, telefone e endereço residencial, o texto prevê que, sempre que possível, os hospitais informem o tipo de bebida ou entorpecente utilizado pelo menor. Wederson acredita que com a obrigatoriedade, os pais terão melhores condições para monitorarem e protegerem os filhos do contato com bebidas e drogas. E além da família, ele explica: “A proposta tem como objetivo munir de informações os órgãos responsáveis por proteger as crianças e aos adolescentes para que eles possam tomar alguma providência”. O texto aguarda análise da Comissão de Constituição Justiça e Redação para ser colocada em votação pelo plenário.
[caption id="attachment_13436" align="alignleft" width="300"] Ainda que em alerta pela falta de água, vereadores se tranquilizam ao visitarem as obras da Saneago[/caption]
Após discussão sobre a falta de água em sessão ordinária na terça-feira, 19, vereadores visitaram o Ribeirão Piancó para fiscalizar as obras realizadas pela Saneago, que interrompeu o fornecimento de água nos últimos dias da semana. A professora Geli (PT) e Wederson Lopes (PSC) questionaram o longo período de torneiras fechadas e a desatenção do governo estadual pela necessidade de dois dias (20 e 21 de agosto) sem fornecimento, para execução da obra. Duas caixas de interligação possibilitarão o aumento do volume de água a ser bombeado.
O diretor administrativo da Saneago, Luiz Humberto Gonçalves Gomes explicou que está sendo feita a ampliação da estação de tratamento, que irá começar imediatamente. “Essas providências são esperadas há muitos anos pela população e por nossa empresa, que resolverá, neste primeiro momento, a falta de água histórica que aflige os anapolino.”
Ainda que as melhorias previstas pelo diretor não tenha convencido os vereadores, que alertam sobre a proteção das matas ciliares e rios e que os problemas sejam resolvidos efetivamente apenas em 2030, além da crítica ao investimento que demorou a ser feito, eles ficaram mais tranquilos, após fiscalizarem a obra na quinta-feira. “Ficamos felizes em saber que os investimentos sanarão a falta de água em, ao menos, 90%”, disse Jakson Charles (PSB).
O prefeito João Gomes (PT) prestou contas em reunião na terça-feira, 19, sobre o trabalho de retirada de catadores de lixo do aterro sanitário, determinado por lei do governo federal. Apenas no começo, a ação é realizada há mais de um ano com a parceria entre a prefeitura, Ministério Público, Polícia Militar e Civil, GC Ambiental (responsável pela coleta na cidade), Universidade Federal de Goiás e as cooperativas Coperclan e Copersólidos, que se integraram no final de 2013. “Saímos da nossa zona de conforto. Este grupo começou uma história de superação e com certeza a tendência é melhorar por meio da atenção da administração municipal e do Ministério Público. Nosso objetivo é atender às cooperativas com ações de educação ambiental e o fortalecimento da coleta seletiva na cidade”, disse João Gomes.
Douglas Vinícius Borges Rodrigues, da Escola Presbiteriana Filadélfia, ficou em primeiro lugar com o texto “A verdadeira história do Lobo Mau”, na 2ª edição do projeto Contadores de História. Realizado pela secretaria de Educação, o evento foi direcionados às crianças do 1° ao 5° anos de todas as 65 unidades escolares da rede municipal de ensino. O objetivo é contribuir com o desenvolvimento social, emocional e cognitivo dos estudantes, além de incentivar a leitura e despertar a sociedade para a literatura infantil. Todas as crianças foram premiadas e os finalistas receberam coletâneas de livros diversos. Com decoração do Sítio do Pica Pau Amarelo e de outros clássicos, a contação teve como palco o Senac, onde houve ainda apresentação de dança.

[caption id="attachment_2178" align="alignleft" width="620"] Foto: Jornal Opção Online/Fernando Leite[/caption]
Ainda que timidamente, as ações no município para campanha do candidato do PSB ao governo do Estado, Vanderlan Cardoso, já começaram. O coordenador da sigla em Goiás, Ronnie Pessoni, informou que as atividades propostas têm como base o que a população tem dito sobre as campanhas políticas e os resultados das pesquisas qualitativas. Por isso, as ruas anapolinas estarão mais tranquilas, no que depender do PSB. “A população tem rejeitado os carros de som, as grandes carreatas que atrapalham o trânsito e não têm resultados práticos”, afirma. Assim, o partido pretende algo mais pessoal e tranquilo.
Um comitê será montado e contará com uma equipe pequena, informa Pessoni, que visitará as casas, levando o Plano de Metas do partido e conversando com os eleitores. O local do comitê ainda está sendo decidido, mas não terá inauguração. O motivo é o mesmo: “Não faremos inauguração, pois é uma simbologia sem o mínimo de retorno político. O comitê é um ponto de referência para atender a população. Não queremos atrapalhar o trânsito e passar raiva nas pessoas”, afirma.
Aos poucos, as ações se intensificarão e o candidato Vanderlan fará uma “curriata” por Anápolis. “Curriata”, explica Pessoni, é um carro de pequeno porte, com o qual Vanderlan passeará pelas ruas, ao lado das lideranças no município, anunciando suas propostas para Goiás. Segundo o coordenador, a aproximação à população é maior, sem as grandes movimentações.
Além desse trabalho, o PSB conta com o apoio das lideranças em Anápolis, como os candidatos da sigla a deputado estadual Clécio Siqueira, Junio Lima, Paulo Amparo e de Sebastião Reis, segundo suplente do candidato a senador Aguimr Jesuíno. Vanderlan Cardoso pretende acompanhar as reuniões que eles farão no município para incrementar a campanha.
As alianças do partido também contribuirão, diz Pessoni. São elas com o PSC e PRP. O pastor Washington Luiz (PSC), candidato a deputado estadual, e José Santana (PRP), candidato a deputado federal, somam aos outros na frente da campanha. O presidente do PSC, Joaquim Liminha, fecha o quadro dos que caminharão com o PSB no município.
Com as atividades suspensas neste final de semana, a sigla continua em estado de choque pelo falecimento do candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, na quarta-feira, 13. “Nós sentimos muito e estamos rezando e pedindo pela família. O candidato Vanderlan está muito entristecido com o fato. Nós pretendemos seguir com o legado de homem sério e ético que foi Eduardo Campos e que sonhava em melhorar o país. Por isso, não desistiremos do Brasil e de Goiás”, diz Pessoni sobre a perda.
O presidente da Saneago, Júlio Cesar Vaz de Melo, apresentou cronograma de obras e as melhorias no sistema de abastecimento de água para o município, na terça-feira, 13, em audiência pública promovida pela Câmara Municipal. Com a execução das obras de novos reservatórios, adutoras e unidades de captação, a capacidade e produção serão ampliadas em 50%, aumentando a vazão para mais de 4,3 milhões de litros de água por hora, garantindo o abastecimento para a população de Anápolis até o ano de 2035, segundo estimativas. A Saneago informou sobre a construção de 15,5 quilômetros de adutoras, no município, para levar água bruta das duas unidades de captação no Ribeirão Piancó até a estação de tratamento de água, que também será ampliada. Seis novos reservatórios serão alimentados com água tratada por uma adutora de 20 quilômetros que compõem a rede de distribuição. Assim, a capacidade de armazenamento em Anápolis cresce para 40 milhões de litros. “Tivemos alguns contratempos na execução das obras, porém vamos intensificar estas ações e possibilitar que até o dia 21 de agosto consigamos fazer todas as ligações em Anápolis”, concluiu o presidente.
O Programa de Desenvolvimento Industrial (Produzir) aprovou o investimento de R$ 12,6 milhões para a economia goiana. Os setores de construção civil e logística anapolinos receberão incremento que proporcionará melhorias para sua cadeia produtiva. As empresas do município são a Agrolog Transportes e Montreaço Telhas Ltda. A previsão é de que 409 empregos sejam gerados com a execução de dez projetos de todos os municípios contemplados. Além de Anápolis, Aparecida de Goiânia, Itumbiara, Jataí, Nerópolis, Goianira, Heitoraí terão até 2040 para que os investimentos sejam validados. A decisão foi anunciada pelo Conselho Deliberativo do programa, em reunião ordinária, na terça-feira, 12, pelo presidente da secretaria de Indústria e Comércio, William O’Dwyer.