Mais Colunas

[caption id="attachment_45476" align="alignright" width="620"] Deputado federal Célio Silveira | Foto: Renan Accioly[/caption]
O deputado Célio Silveira não acredita no Entorno. Falou em vários veículos de comunicação que nenhum prefeito da região seria reeleito em 2016. Foi derrotado em Luziânia por Cristóvão Tormin. Em Águas Lindas, seu candidato Geraldo Messias levou uma surra do prefeito Hildo do Candango com 66,41% e, em Padre Bernardo, o prefeito Claudiênio foi reeleito com 53,46%. Já em Cocalzinho de Goiás, o prefeito Alair (PR) também reeleito, recebeu 46,46% dos votos. Fica a dica deputado: saia mais de seu gabinete.

Segundo o Ministério das Cidades, foram escolhidas 27 obras prioritárias no Brasil, 4 são em Águas Lindas. O critério escolhido foi a boa prestação de contas e o bom andamento das obras. Está previsto para início de abril a inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Águas Lindas com a presença confirmada do Presidente Temer, do governador do estado de Goiás Marconi Perillo e do governador de Brasília Rodrigo Rollemberg. O anfitrião da festa é o Prefeito Hildo do Candango. Parabéns, Águas Lindas.

A Região Metropolitana de Brasília está pela primeira vez na briga pela vaga de vice-governador na chapa de José Eliton, os favoritos segundo políticos da região são a deputada Lêda Borges e o prefeito Hildo do Candango.

[caption id="attachment_64235" align="alignright" width="620"] Foto: Reprodução/Facebook[/caption]
Segundo uma fonte local, o diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) segue trabalhando o nome da ex-prefeita de Valparaíso Lucimar. A esperança petista da região do Entorno é a garantia de uma cadeira na Assembleia Legislativa. A cúpula petista acredita em seu expoli político, tanto em Valparaíso, quanto entre outros municípios próximos. O difícil será convencer o eleitor a votar em seu partido. Sem dúvidas, a Operação Lava Jato refletirá nas urnas. O seu maior desafio é o partido. Para ter sucesso, o PT deve, desde já, traçar estratégias de enfrentamento ao momento difícil que vive a política. A conferir.

[caption id="attachment_87944" align="alignright" width="620"] Prefeito de Águas Lindas, Hildo do Candango| Foto: Reprodução[/caption]
O prefeito de Águas Lindas de Goiás, Hildo do Candango é o mais cotado a ser o próximo presidente da Associação dos Municípios Adjacentes a Brasília (AMAB), o comentário entre associados é que já são favas contadas a eleição do Candango no dia 31 de março.

O maior desafio dos prefeitos da região do Entorno do Distrito Federal é o transporte público. Hoje a frota é formada por veículos que tem em média 26 anos de uso e mesmo assim seguem transportando passageiros ao DF, e o máximo que as empresas fazem é trocar as sucatas por veículos menos velhos, sempre superlotados, não cumprem os horários e não são fiscalizados. A ANTT também não faz restrição quanto ao tempo de uso dos veículos que as empresas colocam nas ruas para transportar os passageiros, é um órgão distante ao clamor da população local, distante das necessidades dos municípios goianos. Mudar essa realidade será o maior desafio da região.

[caption id="attachment_89819" align="alignright" width="620"] Lêda Borges e prefeitos de Valparaíso e Cidade Ocidental | Foto: Divulgação[/caption]
Os prefeitos Pábio Mossoró, de Valparaíso, e Fábio Correa, Cidade Ocidental, estiveram recentemente na capital goiana, onde participaram de uma reunião com a deputada estadual licenciada e titular da Secretaria Cidadã, Lêda Borges, e o vice-governador de Goiás, José Eliton. Durante o encontro foi dada a autorização para início de obras de infraestrutura urbana nos dois importantes municípios localizados na região Metropolitana do Distrito Federal. O sinal verde acabou sendo possível graças à articulação política de Lêda Borges, ex-prefeita de Valparaíso entre os anos de 2009 a 2012. Ela ajudou Pábio e Fábio junto ao governo estadual, que acatou o seu pedido, resultando em benefícios e recursos para o Entorno Sul.
Everaldo Leite Existe uma diferença metodológica bastante evidente entre a gestão econômica do PT e a gestão econômica de Michel Temer, o que não quer dizer que um seja mais legítimo que o outro politicamente. Estavam na mesma chapa que ganhou a disputa eleitoral de 2014 e devem ser punidos juntos pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. Se isso não acontecer, que a Lava Jato deixe em pratos limpos a conduta de Temer. Se for probo, que permaneça no cargo; se não, que perca o mandato e se torne réu. Ademais, a economia não vai bem, não há investimento líquido (no nível macroeconômico), somente algumas iniciativas pontuais de recomposição da produção. A capacidade ociosa ainda é enorme e o desemprego de 12 milhões de brasileiros fala por si. As taxas de mercado são ofensivas e a inflação dos últimos três anos deixou um legado negativo nos preços ao consumidor. A inflação pode ter deixado de crescer, por causa da crise, mas ela não é neutra. Se alguém quiser experimentar, é só reduzir as taxas de juros de modo populista e verá a inflação crescer como um pé de bambu (a planta cresce um metro por dia). Se antes tínhamos um tripé que sustentava a economia, agora o que temos é um tridente (inflação, desemprego, baixo crescimento) espetando o povo. [“Instabilidade política pode travar recuperação econômica do Brasil”, Editorial, Jornal Opção 2173]
Everaldo Leite é economista e professor das Faculdades Alves Faria (Alfa).
“O talento e a perspicácia de John Mivaldo nos farão falta”
Alexandre Bittencourt Mivaldo tinha uma visão muito interessante sobre os problemas de Goiânia e como resolvê-los, periodicamente expressa em artigos n'O Popular. Seu talento e perspicácia nos farão falta. [“Morre John Mivaldo, ex-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo”, Jornal Opção Online]Alexandre Bittencourt é jornalista.
“Seu legado terá de ter continuidade”
José Carlos Marqui Sentiremos sua falta, John Mivaldo. Quando presidente do CAU-GO [Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás], você e sua equipe percorreram todas as áreas edificadas em torno dos edifícios que atingiram a drenagem do lençol freático, em prejuízo dos espaços verdes de Goiânia. Seu legado terá de ser continuado, sob risco de os parques e bosques da capital ficarem desprovidos dos mananciais que os abastecem. À família de John, estaremos em orações de conforto no difícil momento sem o ente querido.José Carlos Marqui é ambientalista.
“É o cúmulo blindar a corrupção do governo Temer”
Luiz Signates Deveriam ter pensado nisso antes de golpear o mandato legitimamente eleito. Acho o cúmulo querer blindar a corrupção do governo Michel Temer, sob o pretexto da instabilidade que eles mesmos contribuíram para criar.Luiz Signates é professor da Universidade Federal de Goiás
“A chapa Dilma–Temer precisa ser cassada”
Luiz Mauro Silva Não existe diferença entre o vice que assumiu e a presidente que foi defenestrada legitimamente pela vontade popular, por ser conivente e participar da maior rede de corrupção da história e por incompetência absoluta, a não ser o fato de terem sido eleitos pelos mesmos eleitores para funções diferentes. Portanto, para que se faça justiça de forma completa, a chapa deve ser cassada pelo TSE, com todas as consequências.“Grande perda para a arquitetura e o ativismo político pelo verde”
Juracy da Silva Guimarães Que Deus conceda o consolo necessário à família. Grande perda para a área da arquitetura e para o ativismo político em prol do verde e da natureza. Meus sentimentos à família.Juracy da Silva Guimarães é professor da Universidade Federal de Goiás.

Geert Wilders é o candidato do populismo nas eleições holandesas. Entenda este fenômeno global

Park Geun-hye sofre impeachment e geopolítica local deve sofrer alterações; gafe durante entrevista de especialista à BBC repercute nas redes sociais

União entre pessoas do mesmo sexo volta à pauta do Congresso após aprovação de projeto que altera Código Civil

Conflito sul-sudanês faz do país um dos mais perigosos do mundo e obriga mulheres a seguirem suas vidas longe dali

Violência sexual contra servidora dentro da Câmara Municipal de Goiânia é mais uma prova de que precisamos lutar contra a cultura do estupro e não podemos nos calar
“O concretismo só prolifera moscas e miasmas”
Wagner Schadeck O concretismo é um cadáver malsão em nossas universidades. Empalhado por teorias e políticas, só prolifera moscas e miasmas. [“Apesar de ainda ser supervalorizado, Concretismo não passou de um fiasco”, Opção Cultural, Jornal Opção 2171] Wagner Schadeck é tradutor, ensaísta, editor e poeta.“O que esperar de um movimento que aplaudiu o ‘plano piloto’ de Brasília?”
Fabrício Tavares de Moraes O que esperar de um movimento que aplaudiu e até utilizou em seu manifesto o “plano piloto” da arquitetura teratológica de Brasília? O concretismo é, em parte, a transposição para o domínio poético do reducionismo comunista e coubersiano de Brasília. Parabéns a Bernardo Souto, seu artigo ficou excelente. Fabrício Tavares de Moraes é acadêmico de Literatura na Universidade de Londres.“O concretismo é de uma época em que não há mais ilusões sobre a importância da arte”
Manoel Gustavo A coisa não é tão surpreendente assim. o concretismo nunca se quis eterno, nunca padeceu desse tipo de cacoete metafísico, nunca se entendeu como “arte autônoma”. O concretismo é um tipo de arte produzida numa época em que artistas não se iludem mais sobre a importância da arte. Sem megalomania, sem ímpeto de genialidade, um bocado de arranjos com palavras pode parecer bastante razoável. Os juízos sobre o concretismo, muitas vezes, dizem respeito a um conceito de arte com o qual os concretistas não tinham nenhum motivo para se comprometer. Não é tanto uma questão de estética, é quase uma questão de calendário, de temperamento, de velocidade. O concretismo é muito pouco metafísico, e se alguém entender a arte como um tipo de prática ou de saber cuja legitimidade tem a ver com determinados “pathos” etc. Com qualquer compromisso de esclarecimento ou de melhoramento da espécie, qualquer argumento humanista, o concretismo pode parecer pouco artístico. O fundamental é que isso não importa tanto. Manoel Gustavo é professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG).“Nosso romance deságua na aniquilação dos homens”
Valério Luiz O “reacionário” do Borges disse, certa vez, que a marca distintiva do romance moderno em relação à épica não é a prosa, mas a degeneração do caráter. A épica era, mais que a história de feitos, a história de um caráter extraordinário, de um humano que serviria de modelo para todos. Nosso romance, por outro lado, deságua sempre na aniquilação dos homens, os “anti-heróis”. [“A geração que é cínica e depressiva demais para escrever romances de verdade”, Opção Cultural, Jornal Opção 2135] Valério Luiz é advogado e escritor.“Bancada goiana tem de cobrar investimento na BR-153”
Jota Marcelo Um dos maiores sonhos de milhares de pessoas é a duplicação. Seria o fim da "máquina de matar". Praticamente todo dia morre alguém nesse trecho da Rodovia da Morte. Nossa bancada goiana no Congresso não pode esquecer esse assunto, cobrando sempre o investimento. [“Se TCU liberar acordo, a duplicação da BR-153 pode sair do papel”, Jornal Opção Online] Jota Marcelo é jornalista e editor do “Jornal Cidade”, de Uruaçu.“O recado está dado pelas Forças Armadas”
Gilberto Marinho O recado está dado: as Forças Armadas estão atentas ao cenário político-econômico nacional e, sem qualquer sombra de dúvida, vão cumprir a sua missão constitucional – quando for preciso e no momento que for preciso. Gilberto Marinho é jornalista“Uma nova rodoviária de Goiânia é obra desnecessária”
Carlos Augusto Silva Acho desnecessário. A Rodoviária de Goiânia é boa, dá conta do recado e tem o centro de compras como um diferencial. Goiânia está bem servida quanto ao transporte rodoviário, bem como quanto ao aéreo. O aeroporto ficou muito bom, adequado ao tamanho da cidade e ao montante de sua população, com espaço para expansão. [“Goiânia pode ganhar nova rodoviária. Atual shopping-rodoviária ficaria apenas como centro de compras”, Jornal Opção Online] Carlos Augusto Silva é professor.“Ideia brilhante, que sairá do papel em 200 anos”
Alberto Nery Até que é uma ideia brilhante. Apesar de pouco usar a rodoviária, ela virou um grande shopping, circundado por um dos maiores centros de vestuário do país e o pior trânsito do mundo. E, como sei que em Goiás tudo é rápido, daqui a uns 200 anos ela sairá do papel. Tenho até uma grande sugestão: construir um terminal rodoviário próximo ao Ceasa, e levar para lá também os atacadistas de Campinas – já têm 20 anos que vejo dizer que vão criar um polo atacadista e também isso nunca sai do papel. Se construir o terminal rodoviário nas proximidade do Ceasa, fica também perto do aeroporto Santa Genoveva e da estação do trem Goiânia–Brasília, que o governador promete construir todas as vezes que é candidato. E-mail: [email protected]
Os detalhes narrados a seguir não são ficção, são reais. É a história de um jovem que na onda de refugiados veio à Europa, com falsas aparências, e tornou-se assassino.
É uma história que bem poderá estar em lugar de outras tantas com protagonistas semelhantes que, camuflados, vieram à Europa sob o manto de refugiados debaixo do qual escondem outras, suas verdadeiras, intenções. O atentado terrorista no mercado natalino de Berlim, em 19 de dezembro passado, revela entre outros detalhes, como o Estado, no cumprimento de suas leis, tropeça em suas próprias leis.
Atentados terrorista são hediondos e têm detalhes em comum: são súbitos, inesperados e seus autores desconhecidos. O de Berlim foge desta regra. O autor era conhecidíssimo das autoridades da Itália e da Alemanha que dispunham de volumoso dossiê com provas cabais que teriam permitido medidas legais para evitar aquela desvairada ação.
Além disso o Serviço Secreto do Marroco e dos Estados Unidos, a Central Intelligence Agency (CIA) tinham o autor do atentado de Berlim em seu foco de observação e cuidaram de informar seus congêneres na Itália e Alemanha, alertando sobre sua periculosidade. Este vazamento, não confirmado pelos órgãos responsáveis da Alemanha, está sendo, por isso, interpretado como verdadeiro.
Seu nome: Anis Amri, natural da Tunísia, nascido numa aldeia, cerca de 80 km da capital Túnis, filho mais novo de uma família de três filhos. No seio familiar Anis falou de seus planos de ir à Europa para estudar. Passadas algumas semanas Anis desaparece, silenciosamente, sem deixar informações nem à família, nem aos amigos.
Em princípios de 2011 Anis é resgatado, junto com dezenas de outros náufragos, pela vigilância costeira italiana de um barco procedente da Tunísia que naufragara nas proximidades da Ilha de Lampedusa. Ao ser internado num alojamento de refugiados em Lampedusa, Anis declarou não possuir documentos, ser menor de idade e de nacionalidade marroquina.
Segundo as formalidades da UE um refugiado, sem identificação, não pode ser repatriado a seu país de origem nem a um terceiro. Autoridades italianas solicitaram emissão de papéis junto aos órgãos de segurança em Túnis mas estes nem sequer reagem. Ao mesmo tempo o governo do Marroco informa que Anis Amri não é cidadão marroquino.
Em consequência Anis teve que permanecer no alojamento em Lampedusa (por conta do governo italiano) onde teve problemas de relacionamento com outros alojados. Segundo depoimentos de outros internos, Anis era temido por acharem-no perigoso. De fato Anis agredira várias pessoas, inclusive membros da própria instituição, e ateou fogo no alojamento, o que causou substanciais danos materiais. Nessa altura, Anis declarou ser cidadão egípcio. Autoridades do Cairo, no entanto, informaram não existir cidadão egípcio com o nome de Anis Amri.
Pelo incêndio Anis foi processado e condenado a quatro anos de prisão. Encarcerado no sul da Itália Anis não mudou de comportamento. Em consequência, após dois anos de prisão, foi removido para um presídio em Palermo, na Sicília, onde repetidas vezes ameaçou degolar um carcereiro tão logo estivesse em liberdade.
Cumpriu aí seus quatro anos de detenção e as autoridades italianas, apesar de ainda não terem recebido documentos da Tunísia, tiveram que soltá-lo e o fizeram sob a condição: “Você, sem documentos, não pode permanecer na Itália; siga para qualquer país, mas não permaneça na Itália”. Anis Amri seguiu ao norte e foi parar na Alemanha, no estado da Renânia do Norte-Vestfália (RNV) onde requereu asilo, com nome e cidadania correta, Anis Amri, tunisiano. Mais uma vez declarou não possuir documentos; o requerimento foi indeferido mas as autoridades da RNV solicitaram documentos e informações junto às autoridades em Túnis que, mais uma vez, silenciaram.
Anis foi alojado num abrigo de refugiados, com pensão alimentícia, roupas, artigos de higiene e uma mesada no valor de 340 euros por conta do estado da RNV, ou seja, por conta do contribuinte. Ignorando os regulamentos Anis saía em viagem pelo país. Nessas andanças Anis Amri deve ter descoberto brechas no sistema imigratório da Alemanha. Pediu asilo em vários outros Estados, sempre com nomes diferentes, ao todo 14. Todos os pedidos foram deferidos por falta de documentos.
Segundo Heiko Maas, ministro da Justiça da Alemanha, oito promotorias públicas de vários Estados da federação alemã tinham iniciado processos de investigação contra Anis que, nesta altura, era visto como islamista perigoso com longa lista de acusações. A maioria das investigações acabou sendo arquivada por falta de “elementos mais concretos”.
Anis Amri passou a ser monitorado por por várias instâncias do serviço secreto da Alemanha. O monitoramento durou seis meses quando foi dada ordem de cancelá-la. Estranho é que Anis, durante este período de observação, sempre conseguia “desaparecer do radar” dos vigiadores. Certa vez foi controlado em Berlim. Não chamou atenção.
Em julho passado Anis Amri foi preso em Ravensburg, no sul da Alemanha, com a finalidade de deportá-lo. Como não tinha documentos, foi posto em custódia. Era sexta-feira e, na Alemanha, a custódia é de 48 horas. Segunda-feira, por ordens de um juíz local, Anis foi posto em liberdade.
Em 19 de dezembro o dono de uma empresa de transportes em Stetin, no norte da Polônia, procura entrar em contato com um de seus motoristas, Lukasz Urban, que naquele dia trasportava uma carga da Itália para Berlim. O último contato fora por volta do meio-dia quando Lukasz Urban dissera a seu chefe que chegaria a Berlim bem antes da hora prevista. Pelas 16 horas o dono da empresa tentou novo contato. Lukasz Urban, motorista confiável, não atendeu, detalhe que o empresário estranhou.
A perícia técnica, baseado nos dados do GPS do caminhão, posteriormente constatou que Lukasz realmente chegara bem antes da hora. Supõe-se que, como não estava sob pressão de tempo, parara num ponto que conhecia e onde sabia poder comer um sanduíche para, em seguida, liberar a carga no ponto de destino. Foi aí que entra em cena o tunisiano. Não se sabe como, mas certo é que Anis Amri sequestrou o caminhão e o condutor Lukasz Urban.
No início da noite Anis Amri arremete o caminhão no mercado natalino de Berlim onde, na hora, havia grande aglomeração de visitantes. O tresloucado gesto custou a vida de 12 pessoas e feriu outras 50. Anis Amri, no alvoroço, desaparece por entre a multidão.
Lukasz Urban, o motorista polonês, foi encontrado morto na cabine do caminhão. Um tiro na cabeça e diversas facadas tiraram-lhe a vida. Na Polônia deixou mulher e um filho de 17 anos. Um documento com o nome de Anis Amri também foi encontrado na cabina. Nos quatro dias seguintes autoridades de segurança europeias procuram Anis Amri pelo Continente todo.
Sexta-feira, 23 de dezembro, às 3 horas da madrugada, uma viatura com dois policiais em ronda passa na praça defronte a estação de trem de Sesto San Giovanni, um subúrbio ao norte de Milão. Ao verem um homem, parado àquelas horas da madrugada, resolvem abordá-lo, um trabalho de rotina. Ao pedir seus papéis de identidade, o homem vasculha em sua mochila. Em vez de apresentar documentos saca uma arma e, sem pestanejar, alveja um dos policiais aos brados de “Allahu Akbar”, Alá é grande. O segundo policial, um jovem que apenas há nove meses iniciara seu trabalho e ainda se encontrava na fase de treinamento, reage rápido. Com dois tiros matou o atacante. O policial ferido foi operado e está fora de perigo.
Já às 10h45, em Roma, Marco Minniti, ministro do Interior da Itália, declara à imprensa o que a análise das impressões digitais e a medição biométrica do rosto do cidadão revelaram: “O homem morto em Sesto San Giovanni é o tunisiano Anis Amri. Não existe a mínima dúvida no que diz respeito a sua identidade. O morto não portava documentos; na carteira tinha 1.400 euros”.
Dias depois a perícia técnica da Itália e da Alemanha confirmam que a arma usada por Anis em Sesto San Giovanni foi a mesma usada para matar o motorista Lukasz Urban, uma pistola Beretta, calibre 22.
Na mochila de Anis foram encontrados, além disso, vários bilhetes de passagens graças aos quais as autoridades conseguiram reconstituir o roteiro de suas andanças pela Europa, após o atentado e seu desaparecimento em Berlim. Os detalhes são alarmantes e dão margem a intrigantes perguntas às autoridades.
De Berlim Anis Amri deslocou-se para Nimwegen e Amsterdã na Holanda. De Amsterdã seguiu para Bruxelas, na Bélgica. De Bruxelas seguiu para Lyon e Chambery, na França, onde tomou um trem via Turim para chegar a Sesto San Giovanni em Milão. Foi flagrado por câmeras em várias estações.
É alarmente o fato que um indivíduo tido como perigoso viaja pela metade da Europa, sem que alguém o controlasse; compra várias passagens sem ter documentos, percorre a metade da França, um país que, desde o atentado ao Charlie Hebdo, encontra-se em estado de sítio! Por acaso Anis Amri foi tópico de discussão em seis reuniões da alta esfera das autoridades antiterroristas da Alemanha sempre com a mesma conclusão: “Não dispomos de argumentos suficientes para prendê-lo”.
O atentado de Berlim põem as autoridades numa situação melindrosa. No Parlamento discute-se sobre uma comissão de inquérito. Responsáveis pelos serviços secretos não falam e, quando falam, não dizem nada. Faz parte do ofício. Falhas? Negligência por parte das autoridades? Eis um livro com muitas páginas brancas que precisam ser preenchidas. Fato é que houve falhas! Mas quem falhou quando, onde e por quê? E quantos Anis Amri andam por aí?
Enquanto isso a mãe do terrorista Anis Amri, cuja biografia aqui dada é comprimida, em depoimento à TV, em dilacerantes lamentos sobre a morte do filho disse: “Era um bom menino. Nunca fez mal a ninguém. Radicalizou-se na Europa”! l