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Do armário do ódio para o banco dos réus; parlamentares a serviço da política do desprezo

Na onda ignorante da direita e das suas agendas contra todos e só por eles, os parlamentares deixam de lado as suas bases eleitorais e os problemas da cidade. Eles fingem não saber que a pauta do bolsonarismo, da anistia, da guerra em Gaza não está na pauta do goianiense

Opinião
Flagrante na Câmara Municipal: abuso de poder exposto por câmeras

As câmeras de segurança flagraram o procurador-geral da Casa: Kowalsky Ribeiro praticou um ato de intimidação. Ele desceu de seu veículo, depois, sacou uma arma de fogo e a deixou na cintura durante a discussão.

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Terrorismo ou crime organizado? A polêmica sobre a classificação do CV e PCC

Considerar as facções como organizações do tipo não se adequa ao sistema legal do Brasil

Intolerância
A vala da intolerância: por que a fala de Jerônimo Rodrigues é perigosa para a democracia

A fala de Jerônimo Rodrigues nos remete, inevitavelmente, a um dos capítulos mais sombrios da história humana. Durante o Holocausto, Adolf Hitler e o regime nazista literalmente jogaram seus inimigos, especialmente judeus — em valas comuns, após assassiná-los em campos de extermínio

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Governo federal tenta capitalizar eleitoralmente o roubo do INSS

O governo que ignorou alertas de corrupção agora estuda usar dinheiro público atabalhoadamente para indenizar fraudados do INSS

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Carros híbridos e elétricos vão dominar o mundo, isso é um fato; mas Brasil precisa correr atrás

Não há como negar: os carros elétricos e híbridos vieram para ficar e estão cada vez mais presentes nos mercados consumidores ao redor do mundo. Na Europa, por exemplo, cerca de 60% das vendas de veículos no primeiro trimestre deste ano foram dessas categorias, segundo a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA). No Brasil, no entanto, a adesão ainda é tímida – foram vendidos menos de 40 mil veículos eletrificados no mesmo período, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

Na contramão do cenário global, os brasileiros ainda enfrentam grandes dificuldades para adquirir veículos elétricos e híbridos. Esses modelos têm um custo significativamente mais alto em comparação aos automóveis movidos a combustão, o que os torna inacessíveis para a maior parte da população. Essa diferença de preço é resultado de diversos fatores, como a carga tributária elevada e a forte dependência de importações, já que a produção nacional ainda é limitada.

É importante destacar que não há uma gama de modelos em território brasileiro, com maior parte dos veículos elétricos disponíveis no mercado brasileiro são de médio e alto padrão, voltados para públicos com maior poder aquisitivo. Não há modelos de entrada ou carros populares elétricos/híbridos, assim como na Europa.

Além disso, o Brasil ainda carece de infraestrutura adequada para sustentar a adoção em larga escala desses veículos. Não basta adquirir um carro elétrico se você vive em uma cidade que não possui pontos de recarga disponíveis. O problema se estende também às rodovias federais e estaduais, que ainda não contam com estações de recarga ao longo de suas extensões tornando inviáveis viagens de longa distância com esse tipo de automóvel.

Se o Brasil quiser de fato acompanhar a transição energética que o mundo está vivenciando, será preciso agir com mais firmeza. Isso inclui investir em produção nacional, criar políticas públicas consistentes e ampliar a infraestrutura elétrica. Caso contrário, seguiremos na contramão da história, enquanto outros países aceleram rumo ao futuro, continuaremos presos ao passado dos combustíveis fósseis.

Supersalários do Judiciário ainda são tapa na cara da população

Em reportagem publicada neste domingo, 4, o jornal Folha de S. Paulo revelou que no ano de 2024, 11 juízes nos 50 municípios mais pobres do Brasil receberam remuneração acima do teto constitucional do funcionalismo, os chamados supersalários. Os vencimentos mensais, mostrou a reportagem, chegaram a impressionantes R$ 111 mil.

O levantamento evidenciou ainda que, em parte dessas cidades, “o que o magistrado ganha em um ano equivale ao orçamento municipal inteiro para políticas públicas em áreas como saneamento e agricultura”.

O valor exorbitante creditado na conta desses magistrados é justificado pela Associação de Magistrados do Maranhão (estado com boa parcela dos municípios mencionados pela reportagem) como sendo de natureza indenizatória e autorizada pelo Conselho Nacional de Justiça.

Contudo, seria no mínimo desumano deixar de destacar que o montante gasto com remunerações acima do teto poderia ser utilizado na incrementação de repasses dos estados aos municípios, sobretudo os que perecem com falhas em áreas essenciais para a dignidade humana, como educação e saneamento básico, conforme bem lembrado por Renata Vilhena, presidente do conselho do Instituto República.org, organização voltada à gestão de pessoas no setor público, em entrevista à Folha.

Indiferentes ao governo em vigor, ao momento político ou financeiro do País, os detentores dos supersalários parecem atravessar incólumes os períodos de dificuldades de qualquer época. Enquanto cortes drásticos são feitos na carne do baixo clero das iniciativas privada e pública, há aqueles servidores que nadam em uma abundâncias inacreditavelmente discrepante da realidade que os rodeia.

Como dito pela própria associação de magistrados, os montantes são legais. Contudo, nem tudo o que é legal, é moral. Talvez, nesse aspecto, a revolta da população com tamanha desigualdade se justifique.

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Racismo no Brasil é latente, histórico e estruturado a partir do privilégio conquistado no açoite

O racismo no Brasil não se manifesta apenas em atitudes explícitas, como ofensas ou agressões, mas se revela estruturalmente nas estatísticas socioeconômicas, de saúde, educação, segurança e mercado de trabalho

INSS
Revogação da Lei Antifraude: um passo atrás no combate à corrupção no INSS

Entre as regras da lei revogada, estava uma mudança que obrigava os sindicatos a comprovarem a autorização dos filiados a cada dois anos para manter os descontos em folha

Faltou dizer
Dia do Trabalhador: Hora de repensar a escala 6×1

Escala 6x1 tem origem em um modelo industrial ultrapassado, que prioriza a produtividade a qualquer custo e ignora os limites humanos

FALTOU DIZER
Onça-pintada: entre o mito do perigo e o direito de existir em paz

Símbolo da biodiversidade brasileira enfrenta não só ameaças físicas, mas também o medo humano e a falsa ideia de domesticação

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A fome no Brasil da exportação

No Brasil não falta comida, falta dinheiro para comprá-la. Os salários não acompanharam a inflação

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Prefeitura precisa pôr fim aos problemas crônicos dos serviços funerários de Goiânia

Prefeitura deve reforçar fiscalização da Central de Óbitos, ou para combater os “papa-defuntos”, ou para checar irregularidades no licenciamento das funerárias

Natural
“Estranho Familiar”: Paralelos entre a Família Adams e o olhar Cristão

Assim como a Família Adams celebra o macabro e o incomum com naturalidade, elementos dos ritos fúnebres papais podem despertar estranheza em quem não compartilha da mesma fé.

Avanço da descriminalização da maconha suscita debate sobre uso ético e civilizado

Com o avanço, ainda que lento e gradual, da liberação da maconha no Brasil, o debate sobre a regulamentação sobre como utilizar, quando e onde atravessa questões que vão muito além do campo jurídico, moral e social. Se por um lado trata-se, antes de tudo, de uma discussão pública sobre liberdade individual, por outro, existe a responsabilidade coletiva e a civilizatória.

Enquanto avança globalmente, o consumo da cannabis no Brasil deve passar por um escrutínio maduro e longe da moralidade, deixando de fora preconceitos históricos e buscando soluções que respeitem o bem estar social em geral.

No Canadá, no Uruguai e em parte dos Estados Unidos, a legalização da maconha veio acompanhada de um cuidado especial para regulamentar o consumo em locais públicos. Na maioria desses países, a prática não é simplesmente liberada de maneira irrestrita: há zonas específicas para o uso, regras que protegem menores de idade e limites claros para garantir a convivência saudável entre todos.

Em Ontário, por exemplo, fumar maconha é permitido em locais onde o cigarro também é aceito, enquanto no Colorado, embora o uso pessoal seja legal, fumar em ruas ou parques pode acarretar multas. Esses exemplos mostram que a regulamentação não é sinônimo de anarquia; pelo contrário, ela é instrumento de civilização.

No Brasil, onde a maconha ainda é criminalizada para fins recreativos, o consumo já é uma realidade nas ruas, praças e festas. A criminalização, no entanto, afeta de forma desigual: atinge sobretudo jovens negros e periféricos, alimenta a violência e lota o sistema penal. A regulamentação responsável do uso recreativo — e consequentemente, do consumo em espaços públicos — poderia reduzir essas injustiças históricas, diminuindo a pressão sobre a segurança pública e criando novas oportunidades econômicas e sociais.

No centro da questão está a ética do uso público da maconha. De um lado, o princípio da liberdade individual sustenta que cada pessoa tem direito sobre seu próprio corpo e suas escolhas, desde que estas não prejudiquem o outro. De outro, o espaço público é por definição um local de convivência plural, frequentado por diferentes faixas etárias, valores culturais e sensibilidades. Assim, o consumo de substâncias psicoativas não pode ignorar o direito dos demais à saúde, ao bem-estar e à tranquilidade.

É preciso reconhecer também a situação do usuário. Muitos consumidores não dispõem de locais privados adequados para o consumo — vivem com familiares que não aceitam o uso, moram em residências coletivas ou enfrentam barreiras econômicas. Sem alternativas, recorrer ao espaço público torna-se não uma escolha, mas uma necessidade. Negar esse contexto é aprofundar ainda mais o ciclo de exclusão e discriminação que recai sobre essas pessoas.

O caminho ético, portanto, passa por encontrar o equilíbrio: regulamentar o consumo em espaços públicos de forma a preservar a liberdade individual, sem abdicar da responsabilidade social pode ser uma alternativa? Muitos acreditam que sim. Isso pode incluir a criação de zonas específicas para consumo, em moldes semelhantes aos coffeeshops de Amsterdã ou aos lounges de consumo regulamentados em cidades norte-americanas. Bares e eventos ao ar livre poderiam obter licenças para permitir o consumo de cannabis em ambientes controlados, como já ocorre com o álcool. Paralelamente, campanhas de conscientização pública devem reforçar o respeito aos espaços comuns e o consumo responsável.

Tratar o uso da maconha em locais públicos apenas como um problema de ordem ou de polícia é um erro estratégico e ético. É preciso construir políticas que enxerguem o usuário como cidadão pleno de direitos, e não como ameaça. E que compreendam o espaço público como lugar de convivência, negociação e respeito mútuo.