Bastidores
O vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano (PMDB), diz que o eleitor goianiense não vai perdoar Waldir Delegado Soares (PR) se ele disputar a prefeitura da capital. Agenor Mariano critica: “Não vou dizer que se trata de estelionato eleitoral, porque é uma expressão excessiva e deselegante, mas o delegado foi eleito para mudar as leis do país na área de segurança pública. Seus eleitores podem se sentir órfãos. Além disso, como explicar que, tendo acabado de ser eleito pelo PSDB, já mudou de partido, revelando falta de fidelidade partidária?”
O executivo Edivaldo Cardoso deixa a Ceasa para assumir a Agência Brasil Central. O objetivo é organizá-la — seu prejuízo mensal não é pequeno — e, mais tarde, repassar tanto a Televisão Brasil Central quanto a Rádio Brasil Central para a iniciativa privada. Por ter trabalhando em multinacional americana, nos Estados Unidos, Edivaldo Cardoso é apontado como um gestor eficiente e moderno. Quando chegou ao Detran, José Taveira avaliou que encontraria o caos. Ficou surpreso. Edivaldo Cardoso havia organizado o órgão.
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Vecci e Lucas Vergílio | Fotos: Jornal Opção / reprodução[/caption]
No encontro do presidente Michel Temer com o governador de Goiás, Marconi Perillo, e a maioria dos integrantes da bancada federal do Estado, na terça-feira, 24, o deputado federal Lucas Vergílio agiu de maneira deselegante, segundo os presentes, inclusive integrantes do governo federal.
De repente, como se tivesse acordado de um “transe”, Lucas Vergílio disparou, para a surpresa de Michel Temer, visivelmente irritado: “Eu quero dizer que sou contra a privatização da Celg”.
Entusiasta da privatização da Celg, que representará 2 bilhões de reais no caixa do governo federal, Michel Temer “fechou” a cara. O governo federal, depois do desastre do governo Rousseff, nunca precisou tanto de dinheiro quanto agora.
Percebendo o climão negativo criado por Lucas Vergílio, o deputado Giuseppe Vecci, do PSDB, consertou a gafe do colega: “Nós, a maioria absoluta, estamos aqui, presidente, para dizer que apoiamos os governos federal e de Goiás no sentido de privatizar a Celg. Queremos dinamizar a empresa”.
O governador Marconi Perillo, do PSDB, perguntou para o presidente Michel Temer: “O sr. sabe que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é goiano?”. Bem-humorado, Michel Temer não perdeu a deixa: “Sim. Foi por isso que o convidei para ser ministro”. Todos riram.
Ao saber que a empregada doméstica da casa do deputado federal Sandes Júnior (PP) — Luzia — disse que “tem cara de presidente”, o presidente Michel Temer abriu um sorrisão. Ao final da audiência com os políticos de Goiás, Michel Temer abordou Sandes Júnior mais uma vez e perguntou, deliciado: “Quer dizer que sua funcionária disse que tenho ‘cara de presidente’?”. O deputado confirmou, e o peemedebista sorriu, deliciado.
O ex-presidente Lula da Silva tem se reunido com alguns petistas e advogados para determinar uma linha de atuação. O petista-chefe quer produzir uma imagem intimorata, de firmeza total, de nenhum desalento. Ao mesmo tempo, não quer que o país o perceba como “desatinado” ou “tresloucado”.
Uma das recomendações de Lula da Silva aos petistas é para que critiquem duramente o governo do presidente Michel Temer, sobretudo medidas de caráter impopular, mas, ao mesmo tempo, preservem o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Lula da Silva estaria argumentando que ele próprio tentou levar Henrique Meirelles para o Ministério da Fazenda, no governo de Dilma Rousseff, com o objetivo de endurecer o jogo e, deste modo, contribuir para recuperar a economia do país. Portanto, atacar o ministro da Fazenda, sobretudo neste momento, seria um contrassenso.
O deputado federal Heuler Cruvinel tira licença em julho para que Eurípedes Júnior assuma o mandato. Em troca, o presidente do PROS o apoiará para prefeito de Rio Verde. Aí o postulante do PSD ganha mais 30 minutos no programa de televisão. Heuler Cruvinel é apontado como o pré-candidato que mais está gastando dinheiro. Teme perder a eleição para Paulo do Vale ou para o deputado Lissauer Vieira. Com o desgaste do peemedebista devido a problemas na Justiça, o jovem postulante do PSB está em ascensão.
O tucano Marconi Perillo foi o primeiro governador recebido — com tapete azul (não se usa mais vermelho na nova corte) — pelo presidente Michel Temer.
Na terça-feira, 25, Marconi Perillo conversou com oito ministros. O tucano demorou 3,5 anos para ter acesso à presidente Dilma Rousseff. A burocracia era imensa. A perseguição contra o gestor goiano era abusiva. As ordens eram de Lula da Silva. A petista não perseguia pessoalmente. Para dialogar com Michel Temer, Marconi Perillo demorou apenas 10 dias. E mais: o presidente cobrou que a burocracia não trave ou retarde os pleitos do tucano-chefe de Goiás. A ordem do presidente Michel Temer é para que os ministros recebam — e bem — os governadores, senadores e deputados.
A cúpula do governo de Goiás espera do governo federal: a privatização da Celg, o alongamento de sua dívida e investimentos em infraestrutura. O alongamento da dívida e investimentos em infraestrutura vão beneficiar todo o país, não apenas Goiás. A duplicação da BR-153, entre Anápolis e Porangatu, permanece paralisada. A empresa Galvão não move uma palha, alegando que não tem recursos financeiros. O governo federal, no lugar de fazer nova licitação, perde-se num mar de burocracia improdutiva. A BR-153 é uma das rodovias onde ocorrem mais acidentes do país.
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Lêda Borges não quer disputar, mas pode ser a única salvadora da “pátria” tucana | Foto: Renan Accioly/Jornal Opção[/caption]
O alto tucanato avalia que o quadro político em Valparaíso, no Entorno de Brasília, não é positivo para o PSDB. O vereador Pábio Mossoró é visto como um político respeitado, mas pouco experimentado.
Postula-se que a única candidata que pode salvar o partido de uma derrota na cidade é Lêda Borges, que não quer disputar, mas será pressionada pela cúpula do partido.
O listão dos que podem disputar:
1 — Afrânio Pimentel, do PR — É um nome tido como consistente. Adversários sustentam que pendências judiciais pode levá-lo a desistir do pleito.
2 — Ângela Pessoa, do PSC — Seu trunfo e seu problema é o pai, o ex-prefeito José Valdécio. É popular, mas é mal visto por uma parte da população.
3 — Fábio Moreira, do DEM — Pode ser o nome bancado pelo senador Ronaldo Caiado.
4 — Lêda Borges, do PSDB — Nome mais forte do partido, garante que não vai disputar.
5 — Dr. Marcus Vinicius, do PSD — O vereador e advogado é bancado pelo secretário de Desenvolvimento do governo de Goiás, Thiago Peixoto.
6 — Pábio Mossoró, do PSDB — É o pré-candidato apoiado por Lêda Borges. Há quem acredite que está guardando “lugar” para a deputada-secretária.
7 — Plácido Cunha, do PMDB — É a aposta de um grupo de empresários, como Beto Mazzocco e Tadeu Filippelli (de Brasília).
8 — Roberto Martins, do PT — Há indícios de que o advogado não quer disputar. Um professor pode ser o nome. A prefeita Lucimar Nascimento, do PT, está desgastada.
É possível que candidatos associados ao governo do Estado fiquem fora do segundo turno em Goiânia? Luas azuis acreditam que sim. Se não for feita uma ofensiva na pré-campanha, a tropa de choque do governismo verá a polarização do momento chegar até outubro e, possivelmente, até o segundo turno.
Parceiro de Galvão Bueno, o comentarista-sênior de Fórmula 1 da TV Globo, Reginaldo Bueno, visitou Goiânia para prestigiar o aniversário de Luana Limírio, mulher do deputado federal Alexandre Baldy. Amigão de Alexandre Baldy, Reginaldo Leme veleja com frequência no iate de Marcelo Limírio, sogro do deputado federal.
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Deputado estadual Francisco Jr. fala aos militantes do PSD como pré-candidato do partido à prefeitura de Goiânia | Foto: Larissa Quixabeira / Jornal Opção[/caption]
Vilmar Rocha diz que o PSD, partido que preside em Goiás, está fora de qualquer acordão político na disputa pela Prefeitura de Goiânia. Ao menos no primeiro turno.
“Nada temos contra Giuseppe Vecci, Vanderlan Cardoso e Luiz Bittencourt, mas nós vamos lançar candidato a prefeito de Goiânia. Trata-se do deputado Francisco Júnior. Não vamos recuar”, afirma Vilmar Rocha.
Em Aparecida de Goiânia, Vilmar Rocha afirma que o PSD estuda a possibilidade de apoiar o candidato do PMDB, Gustavo Mendanha, ou o postulante do PSDB, Alcides Ribeiro. “Ademir Menezes e seu filho, Max Menezes, vão decidir a respeito do quadro de alianças em Aparecida de Goiânia”, sustenta Vilmar Rocha. Até por pertencerem à mesma geração, Max Menezes está cada vez mais próximo de Gustavo Mendanha. Não é pequena a possibilidade de Max Menezes ser o vice do postulante peemedebista.
