Bastidores
[caption id="attachment_26362" align="alignleft" width="300"]
Valcenor Braz, deputado e secretário, é cotado para substituir Honor Cruvinel | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Virmondes Cruvinel deve se aposentar em junho do cargo de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios. O mais cotado para substitui-lo permanece, apesar da resistência do deputado estadual Cláudio Meirelles, sendo o chefe de gabinete da Secretaria de Cidades, Joaquim de Castro (PSD). Ressalte-se que, embora a vaga seja de indicação da Assembleia Legislativa, o nome da preferência do governador Marconi Perillo (PSDB) é mesmo o de Joaquim de Castro.
Ex-prefeito de Jussara, ex-presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM) e advogado, Joaquim de Castro é apontado como o nome ideal para o TCM.
O conselheiro Honor Cruvinel também deve se aposentar este ano, ou talvez em 2016. Para seu lugar está cotado o deputado Valcenor Braz (PTB), hoje secretário do governo Marconi. A vaga também é de indicação da Assembleia Legislativa.
Sérgio Cardoso deve ocupar a vaga do conselheiro Sebastião “Caroço” Monteiro, que tende a se aposentar, entre agosto e setembro deste ano, com o objetivo de disputar a Prefeitura de Formosa. Sua vaga é de indicação do governador Marconi Perillo. É um dos poucos nomes que não tem resistência.
[caption id="attachment_26360" align="alignleft" width="300"]
Thiago e Vecci: conflito à vista[/caption]
Crise à vista na Secretaria de Gestão e Planejamento. O secretário é o economista e deputado federal Thiago Peixoto, do PSD. Mas seus principais auxiliares foram indicados pelo deputado federal eleito Giuseppe Vecci, do PSDB, o que, a médio prazo, deve gerar algum conflito.
Três veccistas ocupam posições centrais na secretaria “dirigida” por Thiago Peixoto. Itamar Leão, ex-chefe de gabinete de Vecci na Segplan, assumiu o comando do Vapt-Vupt. Bruno Perillo é o superintendente de Informática. Lílian Milhomen também compõe a diretoria.
Pelo menos numa questão, Thiago Peixoto tem sorte: o trio é competente e é mais técnico do que político.
Há um consenso de que o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia demora muito para tomar decisões. Com a reforma administrativa, o petista-chefe deve demitir de 30% a 50% dos comissionados, cortar secretarias (40%) e reduzir o custeio da máquina com medidas duras, com o objetivo de se ter uma economia de 50 milhões de reais por ano. Técnicos, como Jeovalter Correia, seu secretário de Finanças, recomendam que não se preocupe com possível desgaste eleitoral, sobretudo porque não vai disputar mandato eletivo em 2016. Aliados políticos, os mais experimentados, disseram a Paulo Garcia que é melhor ficar impopular em 2015, o ano da crise nacional, do que em 2016, ano das eleições municipais. Eles apostam que, se enxugar a máquina, o petista-chefe terá condições de fazer investimentos e, mesmo, de recuperar, parcial (possível) ou inteiramente (muito difícil), sua imagem política.
Há um certo frisson na disputa pelas vagas da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Goiás. Helio de Sousa será reeleito presidente, sem contestação e estribado numa grande aliança política. Mas há um certo contencioso, sobretudo no PSDB. Marquinho do Privê trabalha para ser o primeiro-vice-presidente, mas é contestado por Manoel de Oliveira. O PSD deve indicar o segundo-vice-presidente, que deverá ser definido numa reunião nesta semana. O PTB banca Henrique Arantes para primeiro-secretário. O segundo-secretário possivelmente será do PMDB. O PT planeja indicar o terceiro-secretário . José Vitti será o líder do governo. Lissauer Vieira será o líder do PSD.
O vereador Elias Vaz afirma que seu grupo pode permanecer no PSB e não se filiar à Rede Sustentabilidade, quando conseguir seu registro partidário. “Na campanha passada, Marina Silva não foi coerente ao apoiar Aécio Neves no segundo turno. Porque a Rede se propõe a ser uma alternativa aos grupos dominantes. Em Goiás, Vanderlan Cardoso foi coerente e não apoiou nem Iris Rezende nem Marconi Perillo. Nosso grupo, que inclui Heloísa Helena [de Alagoas] e Martiniano Cavalcante, ainda não se decidiu se migra para a Rede.”
O empresário e deputado estadual Victor Priori, do PSDB, tem muito dinheiro. O que ele não tem é voto. Dono de vários negócios em Jataí, perdeu quatro eleições — duas para deputado e duas para prefeito. Gasta sempre uma fortuna, mas não se elege. O motivo? Falta de contato real com as pessoas de carne e osso do próspero município e a ideia de que dinheiro compra “tudo”.
Mesmo com certa discrição, e sugerindo que depende de uma conversa com o governador Marconi Perillo, Victor Priori quer disputar a Prefeitura de Jataí contra o popularíssimo Leandro Vilela, que, nos últimos anos, atuou como uma espécie de prefeito informal do município, atraindo fartos recursos do governo federal para a gestão do prefeito Humberto Machado. Não será fácil derrotá-lo, exceto se o PSDB investir num político novo, como Vinicius Luz, que, se não tem dinheiro, tem votos.
Se Victor Priori e Marconi Perillo bancarem Vinicius Luz, financeiramente e com um marketing eleitoral eficiente, ele tem condições de enfrentar seu amigo Leandro Vilela, e até com chance de derrotá-lo.
Uma curiosidade: Vinicius Luz e Leandro Vilela têm 39 anos, estudaram juntos e são amigos. Porém, politicamente, são adversários renhidos.
O “primeiro-ministro” Joaquim Levy (do PAF, Partido do Ajuste Fiscal), nas horas vagas ministro da Fazenda, e a presidente Dilma Rousseff estão dizendo, com a maior clareza possível, que não vão e não podem “boicotar” Estados governados por políticos das oposições. Tese do “primeiro-ministro” e da presidente: o País só voltará a crescer, economicamente, se os Estados, juntos ou isoladamente, começarem a deslanchar. Portanto, “boicotar” um Estado é mais do que isto — é sabotar o Brasil.
De um produtor rural: “Hugo Goldfeld assumiu a presidência da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA) prometendo mundos e fundos, mas até agora nada fez de concreto. Só tem discurso”. O produtor frisa que espera que Hugo Goldfeld não seja apenas mais um teórico a mais na SGPA. “Ele parece mais preocupado com os próprios negócios.”
O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, tem portas abertas no Ministério da Agricultura.
Schreiner se fez amigo da ministra Kátia Abreu (PMDB) ao se tornar vice-presidente da poderosa Confederação Nacional da Agricultura. A senadora do Tocantins era presidente da CNA.
Dado o prestígio em Brasília, Schreiner quer indicar o dirigente da Agrodefesa do governo de Goiás. Por ser autarquia, a Agrodefesa depende muito de convênios com o governo federal.
Acrescente-se que José Mário Schreiner é suplente de deputado federal pelo PSD.
Antenor Nogueira (foto) e o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, travam uma poderosa queda de braço pelo controle da Agrodefesa do governo de Goiás. Enquanto se estocam nos (e fora dos) bastidores, Juan Freire, irmão do prefeito de Trindade, Jânio Darrot, deve ser indicado para o cargo. Ele é servidor de carreira e tem apoio político.
Sabe-se que Antenor Nogueira tem alto índice de rejeição entre os funcionários da Agrodefesa. É apontado como, ao mesmo tempo, “eficiente” e “arrogante”. No governo há quem avalie que passou da hora de dispensá-lo.
De um petista ponderado e meio desanimado com o PT: “O ex-reitor da Universidade Federal de Goiás Edward Madureira é menos popular, porém, como administrador, é mais consistente do que a deputada estadual eleita Adriana Accorsi”. O problema é que Edward Madureira não pertence ao establishment petista. Ele “está” no PT, mas ainda não é visto como petista pelas várias tendências. Paulo Garcia não o banca para prefeito — chega a ser vetado —, pois prefere apoiar a deputada estadual eleita Adriana Accorsi.
O delegado Waldir Soares, eleito deputado federal, tem ligado para líderes das oposições em Aparecida de Goiânia. Está pedindo apoio para disputar a prefeitura do município. Waldir Soares está com o queijo, o prato e a faca na mesa. As oposições, se não lançarem um nome consistente, vão perder, mais uma vez, para o maguitismo. Mas o deputado federal eleito precisa, de fato, aproximar-se mais dos líderes do município. Voto ele já tem.
O dentista Rogério Azeredo, do PSD, vice-prefeito da Cidade de Goiás, será candidato a prefeito em 2016. Ele deve romper com a prefeita Selma Bastos, do PT. Integrantes do PSD dizem que Selma Bastos prometia mudanças, mas está fazendo uma gestão tímida, sem criatividade. “Bem petista”, ironiza um tucano.
Gilvane Felipe é um dos mais empolgados superintendentes da Secretaria de Cidades, presidida por Vilmar Rocha. Um dos mais versáteis auxiliares do governador Marconi Perillo, Gilvane Felipe tem experiências em várias áreas. Ele foi superintendente do Sebrae-Goiás, foi secretário da Ciência e Tecnologia e da Cultura. Quando candidato a prefeito de Goiânia, estudou detidamente temas como meio ambiente e urbanismo. Gilvane, mestre em História pela Sorbonne, fala francês fluentemente e é apontado como um dos intelectuais do governo Marconi. Trata-se de um técnico com visão política do processo. Ele é um formulador e o governo deveria aproveitá-lo como tal.
De um espirituoso líder do PTB: “Cada supersecretaria do governo de Goiás é quase um governo e tem até reunião de gabinete”. O petebista afirma que a Secretaria de Cidades, Infraestrutura, Meio Ambiente e Assuntos Metropolitanos, dirigida por Vilmar Rocha, tem cinco superintendentes — Mário João, o mais poderoso, Jaqueline Vieira, Eduardo Zarath, Gilvane Felipe e Weslei Borges. “É quase um secretariado.”

