Bastidores
Pode ser uma missão suicida para quase todos os grupos. Mas quem não busca aliados e arromba portas abertas pode sair mais cedo do cenário. A disputa pela presidência da OAB, em novembro deste ano, poderá ter pelo menos quatro candidatos: Enil Henrique, Flávio Borges, Lúcio Flávio (ou Leon Deniz) e Djalma Rezende.
Djalma Rezende é um outsider. Lúcio Flávio é tido como “excelente professor”, mas pouco advogada, segundo seus adversários. Enil, atual presidente, é forte e articulado. Flávio Borges deve ter o apoio de Miguel Cançado e Felicíssimo Sena.
Espécie de secretário informal do prefeito de Goiânia, Ilésio Inácio Ferreira, dono da Construtora Consciente, chega a participar de reuniões com alguns secretários formais. Se depender do prefeito Paulo Garcia, Ilésio deve ser o vice na chapa da possível candidata do PT a prefeita de Goiânia, Adriana Accorsi. O problema é que iristas também gostariam de ver o empresário como vice de Iris Rezende. Dois problemas: ele é sócio de Júnior Friboi e não tem interesse em disputas eleitorais.
O deputado estadual Cláudio Meirelles, do PR, diz que, mesmo sabendo que o governador Marconi Perillo está bancando Joaquim de Castro para conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios, posiciona-se contra. “Joaquim ataca meus aliados, como a prefeita de Jussara, Tatiana Santos, e, se for indicado, não terá independência para julgar suas contas. Meu nome também está colocado para a disputa, embora saiba que minhas chances não são altas.
Wilder Morais está fazendo sucesso em Brasília, mas não é no Senado. O democrata comprou um barco sofisticado, quase um iate, e o colocou no lago da capital. Políticos do primeiro escalão da República já passaram pela luxuosa embarcação. Assim como algumas das mulheres mais lindas da cidade. Se sair a fusão DEM-PTB, o empresário não deve ficar na nova legenda. É possível que migre para o PL ou para o PSD de Gilberto Kassab. Em Goiás, Wilder planeja continuar na base política do governador Marconi Perillo. Detalhe: ele quer disputar a reeleição em 2018, mas sabe que, na aliança do tucano-chefe, não será nada fácil. Pode ser candidato a deputado federal.

[caption id="attachment_29679" align="alignleft" width="620"] Fábio Sousa: comunidade evangélica é forte em Aparecida[/caption]
O PSDB não vai pôr um anúncio nos jornais: “Procura-se um candidato a prefeito para Aparecida de Goiânia. Gratifica-se bem”. Mas o fato é que, devido ao sucesso administrativo e político-eleitoral do prefeito Maguito Vilela (PMDB) — que deve bancar o economista Euler Morais, doutor pela Universidade de Lancaster, para sucedê-lo —, os políticos locais não têm qualquer disposição para a disputa. A saída? Convencer um dos três deputados federais bem votados no município — Waldir Soares, Fábio Sousa e João Campos — a ser candidato. Todos são tucanos.
João Campos quer? Não se sabe. Porque ele é sempre vago a respeito. Questionado pelo Jornal Opção, respondeu com uma pergunta: “Por que não me indaga sobre a Prefeitura de Goiânia?” O repórter inquiriu. O parlamentar titubeou: “Já me queimei uma vez”. Bem, sobrou para o Delegado Waldir. Porém o campeão de votos não quer. Sua aposta é Goiânia. Há um terceiro nome: Fábio Sousa. Ele quer?
Um aliado de Fábio Sousa disse que sua preferência é por Goiânia. Mas um tucano sugere que uma conversa com o governador Marconi Perillo pode mudar a opinião do deputado. “Como o jovem político sonha com o Executivo, começar por Aparecida pode ser uma boa saída.”

Esquentou a batalha pela vaga de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal. Os favoritos da presidente Dilma Rousseff são o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. Porém, como permaneceram no segundo governo, é provável que a petista-chefe negocie noutros fronts.
O presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, conta com o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros, e do ex-presidente da República José Sarney. Heleno Torres, se indicado, o será pela competência jurídica. O ministro do STJ Mauro Luiz Campbell Marques conta com o apoio do ex-governador do Amazonas Eduardo Braga. Tarso Genro é a aposta do PT, mas não de Dilma Rousseff.

[caption id="attachment_29675" align="alignleft" width="620"] Foto: Denise Xavier[/caption]
O prefeito de Caldas Novas, Evandro Magal, do PP, é favorito na disputa pela reeleição. Dois empresários, dos ramos de hotelaria e imobiliária, pretendem bancar um candidato, com estrutura, para enfrentá-lo. A deputada federal Magda Mofatto (PR) pretende lançar seu marido, Flávio Canedo, presidente regional do PR, para vice do prefeito.
Magda e Magal, a dupla Mag — os nomes deles contêm a vogal “a” duas vezes e três consoantes e começam com as mesmas letras, até a terceira letra —, são os principais políticos do município. Magda, portanto, tem força para emplacar o vice. Porém, Marquinho do Privê pode tentar manter a vice para um político do PSDB. O elemento aglutinador é, porém, o prefeito.
O grupo político denominado de G-3, encabeçado pelas siglas (PSD, PHS e PEN), ganha mais um aliado na composição do quadro partidário do movimento. Na quarta-feira, 25, o PPS, sinalizou aos líderes do movimento que vai aderir à sigla — formatando o G-4, como será chamado daqui pra frente.
O movimento que nasceu com a proposta de fazer política de uma forma diferenciada, cujo principal objetivo é colocar em pauta as questões sociopolíticas não apenas nas vésperas da eleição, chamou atenção do presidente do PPS, André Almeida (foto), que, na última reunião, firmou aliança com o grupo. Para os fundadores do G-3, a vinda do PPS ao movimento, possibilita ganho de força e qualidade na conjuntura política do município.
A formação do grupo, em Anápolis, representa o crescimento da terceira via que aos poucos está ganhando força e espaço para discutir as propostas políticas de 2016. Por enquanto, não é de interesse do G-4 apontar nomes que possa compor a chapa majoritária no próximo pleito. O grupo se mantém focado no projeto de dialogar com a sociedade.
O G-4 não descarta a possibilidade de expansão do grupo e ressalta que está de portas abertas para todos os partidos que pensam da mesma forma e pretendem se unir ao movimento. O grupo que ganhou notória visibilidade no cenário político, em Anápolis, tem sido procurado assiduamente por partidos que já estão de olho em 2016.
Lançado oficialmente no dia 29 de janeiro deste ano, o grupo é liderado pelos presidentes municipais: Thiago Sousa (PSD), Pastor Elismar (PHS) e Domingos do Cedro (PEN) juntamente com a militância da três siglas. No entanto, a intenção é buscar ainda mais adesão de outros partidos interessados em abraçar o projeto.
A soma das siglas possibilitou ao grupo intitulado de Anápolis Melhor elaborar um projeto diferenciado que promete dialogar de perto com a sociedade. A intenção é ministrar mensalmente seminários nas regiões de Anápolis com temas que agregam a participação popular, como educação, saneamento, segurança, saúde, mobilidade urbana, juventude, desenvolvimento socioeconômico, drogas e sustentabilidade.
O grupo começa em março um ciclo de 10 debates, cuja finalidade é elaborar um documento que será chamado de Carta Anápolis, onde serão anotadas todas as reivindicações da população. O primeiro encontro está marcado para quinta-feira, 5, no bairro Calixtolândia, às 19h30, na Rua Roque Moreira, quadra 10, lote 16, Residencial Itatiaia.
Um deputado da base governista garante que José Nelto “chegou à Assembleia Legislativa cantando de galo, mas, nesta semana, acabou piando como um franguinho. Santana Gomes deu uma enquadrada geral no novo paladino da ética”.
Santana Gomes frisou que José Nelto foi cassado e que viajou em avião público, sem nenhum pudor. “Só faltou lembrar a história de como jogou pedras no caixão da menina Leide das Neves, que morreu em decorrência do césio. Zé Nelto queria impedir que fosse enterrada no Cemitério Parque”, afirma um deputado. “Zé Nelto esquece rápido seus próprios problemas.”
Um deputado estadual garante que o advogado Leon Deniz vai deixar a presidência da Comissão de Ética e Disciplina do PMDB.
Leon Deniz queria sair agora, mas, a pedido do presidente regional do PMDB, Samuel Belchior, e do deputado estadual José Nelto, vai esperar mais alguns dias.
O grupo de Leon Deniz, que faz oposição ao grupo que comanda a OAB-Goiás, critica o fato de Henrique Tibúrcio ter deixado a presidência da Ordem para assumir o cargo de secretário de Governo na equipe do governador Marconi Perillo (PSDB). Chega a criticar até a filiação de Tibúrcio ao PSDB. Porém, tudo aquilo que condenam em Tibúrcio “perdoam” em Leon Deniz. Este, além de filiado ao PMDB, preside sua Comissão de Ética. Se Iris Rezende tivesse sido eleito, possivelmente faria parte de sua equipe.
Leon Deniz está de olho na disputa pela presidência da OAB em novembro deste ano. Pode ser candidato ou pode apoiar Lúcio Flávio ou Paulo Teles para presidente.
[Frederico Jayme e Júnior Friboi: na linha de fogo de Iris Rezende e do deputado José Nelto]
A Comissão de Ética e Disciplina do PMDB deu 15 dias de prazo — a partir da notificação — para o empresário Júnior Friboi, o ex-deputado Frederico Jayme e Emival de Oliveira Santos se explicarem sobre a “denúncia” de suposta infidelidade partidária. Os três, embora filiados ao PMDB, não apoiaram Iris Rezende para governador, nas eleições de 2014, e optaram por apoiar a candidatura do governador Marconi Perillo, do PSDB.
Os três políticos serão notificados por Dorival (Dori) Mocó nos próximos dias.
O ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende, o deputado estadual José Nelto e o presidente do PMDB, Samuel Belchior, são os três políticos mais empenhados em expulsar Friboi, Frederico Jayme e Emival de Oliveira Santos.
Em menos de um mês, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, já se reuniu duas vezes com o supersecretário de Cidades e Meio Ambiente do governo de Goiás, Vilmar Rocha, para tratar de assuntos administrativos.
No início do mês, Kassab esteve em Goiânia, na posse de Vilmar — e depois se reuniu com o secretário e com o governador Marconi Perillo —, e nesta semana o ministro recebeu o secretário em seu gabinete, em Brasília, para novamente receber pleitos do governo.
As duas reuniões num curto espaço de tempo comprovam que Vilmar tem as portas não só abertas, mas escancaradas no Ministério das Cidades.
Kassab e Vilmar são amigos de longa data e companheiros de PSD. Nos bastidores, dizem, este foi um dos motivos de Marconi escolher Vilmar para a pasta. A escolha parece ter sido acertada.
“O tratamento que estamos recebendo no Ministério das Cidades tem sido especial e diferenciado”, diz Vilmar. “Essa é a vantagem de termos um ministro amigo e companheiro e que tem um ótimo relacionamento também com o governador Marconi Perillo”, acrescenta.
[A fotografia registra o clima positivo entre Marconi Perillo com empresários e políticos]
O senador Ronaldo Caiado é apontado como um político civilizado e, apesar do discurso contundente, diplomático e respeitoso. No entanto, na posse da direção do Sebrae, recentemente, faltou compostura ou diplomacia ao presidente do Democratas. Quando o governador de Goiás, Marconi Perillo, concluiu seu discurso, o líder do DEM não se levantou para cumprimentá-lo. Todos os integrantes da mesa, exceto o senador, cumprimentaram o tucano-chefe. Ronaldo Caiado e Marconi Perillo eram as duas principais autoridades políticas presentes e é praxe o respeito mútuo — o que se chama em geral de liturgia do poder —, mesmo quando há divergências políticas acirradas.
O presidente da Assembleia Legislativa, Helio de Souza, também filiado ao DEM, cumprimentou o governador de maneira efusiva.
O superintendente do Sebrae, Igor Montenegro, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Pedro Alves de Oliveira, elogiaram o governador Marconi Perillo, em seus discursos, de maneira ampla, indicando que contribui de forma decisiva para o crescimento e o desenvolvimento do Estado. Mencionado de modo episódico mas respeitoso por Montenegro e Alves de Oliveira, Caiado teria ficado furioso, segundo um dos presentes à solenidade.
Assessoria de Ronaldo Caiado contesta
A assessoria do senador Ronaldo Caiado apresenta outra versão: "No seu discurso, o governador Marconi Perillo mencionou nominalmente todos os que estavam na mesa, mas não citou o senador Ronaldo Caiado".
Um tucano contesta a assessoria do senador: "O governador Marconi Perillo mencionou os empossados e sublinhou que estava cumprimentando todos em nome deles".
O analista de política, mesmo se entortar o cérebro, terá dificuldade para entender a atual fase do PMDB. De longe, fica-se com a impressão de que Iris Rezende é seu líder máximo. Porém, examinando de perto, fica-se com a impressão de que o verdadeiro líder é o senador Ronaldo Caiado. “Mas como?!”, certamente perguntará o analista, com interrogação e exclamação juntas, uma exigindo a outra.
Ronaldo Caiado, afinal, é presidente regional de uma legenda nanica, o DEM, que só tem um deputado estadual, escassos prefeitos e, claro, tem um senador (mas, no caso, a força é do político, não do partido).
Pois é assim mesmo: embora seja presidente do DEM, Ronaldo Caiado está agindo — e não por conta própria, e sim incentivado por Iris Rezende, José Nelto e Samuel Belchior — como verdadeiro presidente do PMDB. É como se presidisse dois partidos.
Por trás disso, a decadência da liderança política do PMDB, que envelheceu e não tem sucessores— ou melhor, não aceita os sucessores internos, como o deputado federal Daniel Vilela, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e o empresário Júnior Friboi. Iris aceita Caiado comandando o PMDB, ainda que informalmente, mas não passar o bastão político para o trio citado.

Ao ser informado pelo Jornal Opção que a Comissão de Ética e Disciplina do PMDB vai se reunir na quinta-feira, 26, para examinar sua expulsão, o ex-deputado e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado Frederico Jayme (foto) disse que está esperando a oportunidade de se defender.
“A cúpula do PMDB terá de me convocar para que eu apresente minha defesa oral e por escrito. Quando for convocado, vou expor os motivos pelos quais não apoiei Iris Rezende na campanha de 2014”, afirma Frederico Jayme. O ex-deputado, líder histórico do PMDB — inclusive durante a ditadura, quando Iris Rezende estava cassado e não fazia nenhuma crítica aos generais-ditadores —, vai listar todas as razões pelas quais optou por apoiar o governador Marconi Perillo. Um dos motivos tem a ver com o patrimônio de Iris Rezende.
Por trás da tentativa de expulsão de Frederico Jayme está o ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende. José Nelto, um dos principais defensores da expulsão, estaria sendo monitorado por Iris Rezende. Numa reunião, José Nelto teria dito que expulsar Frederico Jayme será um recado para outros peemedebistas.