Bastidores

Na semana passada, o vice-presidente da República, Michel Temer, conversou com dois políticos de Goiás — nenhum deles aliado do irismo — e fez algumas confidências. A conversa não era para ser divulgada, mas, na verdade, não constitui nenhum grande segredo.
Temer frisou que a eleição de Renan Calheiros para presidente do Senado e de Eduardo Cunha para presidente da Câmara dos Deputados significa uma movimentação tática com vista à estratégia de 2018: o PMDB pretende lançar candidato a presidente da República — o próprio Temer — e vai tencionar, ou pressionar, para que o PT, devido ao desgaste imenso, aceite bancar o vice.
Não será fácil. Pois o PT pretende bancar a candidatura de Lula. Percebendo a possibilidade de o PMDB escapar — até para uma aliança com o PSDB —, Lula e a presidente Dilma Rousseff atraíram Gilberto Kassab, líder político de São Paulo, e trabalham a criação do PL, para atrair descontentes do PMDB e de outros partidos, e, posteriormente, a possível fusão do PL com o PSD, criando uma espécie de PMDB sem PMDB.
Eduardo Cunha está trabalhando contra as fusões de partidos políticos. Parece uma boa ideia, moralmente falando: seria uma forma de acabar com parte da anarquia política. Na verdade, o PMDB não quer aceitar a fusão de PSD e PL, porque tende a perder parlamentares e, sobretudo, força no Congresso e na política nacional.

Gean Carvalho, diretor do Instituto Fortiori, diz que, em política, é preciso ter o máximo de cuidado com as ideias feitas — o “tolicionário” de que falava Flaubert. “Fala-se que em Goiânia candidato apoiado pelo governo do Estado não ganha eleição para prefeito.
O que se precisa é de candidato consistente. Em 2016, quando o eleitorado deve apostar num candidato com capacidade de gestão reconhecida e na imagem de renovador, a ‘tradição’ pode ser quebrada.”
Gean Carvalho diz que “a tendência é que o eleitor queira ‘experimentar’ a novidade”. O pesquisador sublinha que, no momento, os nomes mais fortes para a disputa são Vanderlan Cardoso (PSB), Iris Rezende (PMDB) e Jayme Rincón (PSDB). Mas não necessariamente nesta ordem. “Jayme Rincón, se candidato, é capaz de sacudir a política de Goiânia.”
A OAB tem uma dívida de 5 milhões de reais. É muito dinheiro, sem dúvida. Mas não significa que a gestão de Henrique Tibúrcio, Sebastião Macalé e Enil Henrique, entre outros, desviou recursos. Na verdade, a cúpula construiu subsedes da OAB no interior de Goiás, equipou-as com computadores modernos. Parte do dinheiro foi utilizada para equilibrar o fluxo de caixa, dado o problema de que a renda da Ordem é sazonal. O patrimônio da OAB, avaliado em 100 milhões, foi construído, na maior parte, pelo grupo que está no poder, a OAB forte.
A fusão do PTB com o DEM está na ordem do dia em Brasília. O grupo liderado por uma filha de Roberto Jefferson articula o rompimento do PTB com o governo da presidente Dilma Rousseff. Uma parte do partido, liderada pelo ex-senador Gim Argello e pelo deputado federal Jovair Arantes, rejeita a jogada. De modo peremptório.
Disseram ao governador Marconi Perillo que o deputado federal Giuseppe Vecci estava por trás dos principais críticos de sua reforma. Uma checada indicou que, apesar de não estar inteiramente satisfeito com algumas medidas, Vecci não tem conspirado contra o governo do tucano-chefe. Ele não é o “articulador” dos insatisfeitos.
Um deputado federal goiano está se separando de sua mulher, de maneira litigiosa. A ex, que exige a metade dos bens, está disposta a pôr a boca no trombone e revelar coisas do arco da velha. Como dizem os colunistas do tempo de antanho, é “nitroglicerina pura”.
Mais humilde, depois de menosprezar Aparecida, o patinho feio, e sugerir que ama mais Goiânia, o cisne “dourado”, o deputado federal Waldir Soares (PSDB) já começa a discutir sua possível candidatura a prefeito. Em Aparecida, é lógico. A fila em Goiânia é maior, muito maior, do que em Aparecida. Goiânia seria, seguramente, um verdadeiro Muro de Berlim para o delegado Waldir. Ele sabe disso. Porém, para se cacifar em Aparecida, prefere sustentar que disputará na capital.

Devido sua experiência no Palácio do Planalto, Olavo Noleto (PT) está em ascensão na Prefeitura de Goiânia.
Diplomático, pensando mais em resultados do que em questiúnculas, Olavo Noleto tem procurado, na medida do possível — dada a reticência do prefeito (adepto da teoria da conspiração permanente) —, aproximar Paulo Garcia (PT) do governador Marconi Perillo (PSDB).
Os vereadores, como perceberam que, além de saber ouvir com atenção, Olavo Noleto procura encaminhar e resolver seus pleitos, o querem como principal interlocutor com a Câmara Municipal de Goiânia. Não é à toa que o chamam, e positivamente, de Super-Noleto.
O presidente da Câmara, Anselmo Pereira, em visita à redação do Jornal Opção, disse: “Noleto, dada sua experiência em Brasília, sabe que político não gosta de ser enrolado. Os vereadores começam a perceber nele o interlocutor que faltava na prefeitura”.
O shopping Bougainville perdeu, de uma só vez, três estabelecimentos comerciais: a Chilli Beans (óculos), o Café do Ponto (Café & Cia) e a Tim (telefonia). Um lojista confidenciou que não está satisfeito com as vendas de seu estabelecimento. “Entrar num shopping é difícil e sair é igualmente complicado. Estou pensando sobre o assunto”, disse. Todos alegam a mesma coisa: o valor do aluguel é muito alto e as vendas muito baixas. As três lojas foram fechados em menos de 30 dias.
De um político tucano de Aparecida de Goiânia para um repórter do Jornal Opção: “Faço uma aposta com você. Vamos ligar dez vezes para o deputado federal João Campos (PSDB), de telefones diferentes, para verificarmos se ele vai atender. O deputado procura seus aliados, na época de campanha, mas, quando é eleito, desaparece e ninguém consegue localizá-lo”. Para o tucano, João Campos precisa entender que, em Aparecida, nem todos os seus eleitores e aliados políticos são evangélicos.
Euler Morais começa a costurar alianças com líderes políticos de Aparecida de Goiânia. O economista, com doutorado pela Universidade de Lancaster, na Inglaterra, recebeu sinal verde do prefeito Maguito Vilela (PMDB). Verde, não; verdíssimo. Euler Morais será, efetivamente, o candidato a prefeito de Aparecida pelo PMDB. O vice deve ser do PT. Tanto pode ser Ozair José quanto Helvecino Moura (se este não for expurgado do partido) e Olavo Noleto.
Contatado por um histórico do PMDB, Iris Rezende teria dito duas vezes: “Não vou fechar minha história com uma derrota política”. Nem é preciso ser bom entendedor para ler com precisão as entrelinhas. Se há entrelinhas.
Mencionando Iris Rezende, o leitor Pedro da Silveira envia uma frase de Amado Nervo (1870-1919): “É mais fácil encontrar uma mulher resignada a envelhecer do que um político resignado a se retirar da cena”.
Alguns restaurantes-bares do Setor Marista estão fechando as portas. Apesar do sucesso do Piquiras, do Contemporane e do L’Etoile d’Argent, os proprietários dos que faliram reclamam do polo gastronômico do shopping Flamboyant. A concorrência é predatória, sustentam. Piquiras, Coco Bambu, Kabanas, Madero, Outback Steakhouse, Mercatto, Kanpai Blue estariam “absorvendo” a clientela que almoçava no Marista, sobretudo aos sábados e domingos. Os clientes afirmam que, no shopping, é mais fácil de estacionar (há até manobristas) e há mais segurança. E, depois, ainda pode ir ao cinema ou olhar as novidades das lojas.
O presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, Walter Baylão Júnior (PP), é cotado para ser o vice do provável candidato a prefeito pelo PSD, deputado federal Heuler Cruvinel. Walter Baylão, de pouca cultura mas produtor rural atilado, é articulado por Herculino Nunes Pereira, líder do PP.