Deputados federais de Goiás que votaram a favor do Projeto de Lei nº 2.162/2023 – conhecido como PL da Dosimetria e que reduz penas aplicadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a outros condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro — afirmaram ao Jornal Opção que a proposta representa uma reparação judicial diante de supostas irregularidades nos julgamentos conduzidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Dos 17 integrantes da bancada goiana na Câmara dos Deputados, 14 votaram a favor, dois se abstiveram e apenas um parlamentar votou contra a matéria.

Votaram a favor do PL:

  • Adriano do Baldy (PP)
  • Célio Silveira (MDB)
  • Daniel Agrobom (PL)
  • Dr. Ismael Alexandrino (PSD)
  • Dr. Zacharias Calil (UB)
  • Flávia Morais (PDT)
  • Glaustin da Fokus (Podemos)
  • Gustavo Gayer (PL)
  • Jeferson Rodrigues (Republicanos)
  • Lêda Borges (PSDB)
  • Magda Mofatto (PRD)
  • Marussa Boldrin (MDB)
  • Professor Alcides (PL)
  • Silvye Alves (UB)

Votaram contra o PL:

  • Rubens Otoni (PT)

Não votaram

  • Adriana Accorsi (PT)
  • José Nelto (UB)

Parlamentares afirmaram que o principal fundamento para o voto favorável é a correção do que classificam como” excessos na dosimetria” das penas impostas aos envolvidos no 8 de janeiro.

Ao Jornal Opção, o deputado Adriano do Baldy (PP) disse acreditar que o projeto equilibra punições e condutas. “Acho que o tamanho da pena [de Bolsonaro] é desproporcional para um julgamento político. Imagina ficar 30 anos preso por falar uma convicção política”, afirmou.

Na mesma linha, o deputado Ismael Alexandrino Júnior (PSD) argumentou que os processos possuem irregularidades desde o início. “Não é minimamente razoável quem pichou uma estátua, pegou uma bola ou fez vídeo na porta do Congresso ser condenado a 14, a 17 anos de prisão. Esse PL da anistia/dosimetria repara, ainda que incompleto, a justiça e diminui o sofrimento de centenas de famílias. O Brasil precisa de pacificação. Por isso votei favorável”, disse.

Em resposta, a deputada Silvye Alves (UB) afirma que votou a favor da matéria em defesa dos condenados do 8 de janeiro. “Não fiz pelo Bolsonaro, nem para alta cúpula dele, fiz por aqueles que foram induzidos a invadir e que receberam penas altas, mais altas que de um estuprador.”

Nas redes sociais, Gustavo Gayer (PL) e Jeferson Rodrigues (Republicanos) celebraram a aprovação, classificando-a como “vitória” e “justiça” ao povo brasileiro.

Entre os parlamentares que não participaram da votação, a deputada Adriana Accorsi (PT) informou estar ausente para cuidar da filha de 7 anos, internada com pneumonia grave. Já José Nelto (UB) não justificou publicamente a ausência, mas sua assessoria confirmou que ele estava fora de Brasília na data da votação.

Enquanto isso, o deputado Mauro Rubem (PT) foi o único deputado que votou contra a matéria.

O Jornal Opção procurou os demais parlamentares citados, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.

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