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A Polícia Federal prendeu na madrugada de sexta-feira, 13, oito pessoas suspeitas de hackear contas do Banco Central para desviar valores por meio do Pix. O grupo foi detido em flagrante no momento em que tentava invadir o sistema da Caixa Econômica Federal.

De acordo com a PF, os suspeitos irão responder por organização criminosa e tentativa de furto qualificado por meio eletrônico. A prisão em flagrante foi convertida em preventiva. “O grupo é suspeito de praticar fraudes bancárias contra instituições financeiras, na tentativa de subtração de valores do Arranjo de Pagamento Instantâneo (Pix), mediante acesso indevido à conta PI mantida por instituições financeiras junto ao Banco Central”, informou a corporação em nota. As investigações seguem para identificar outros envolvidos.

PIX na mira do crime organizado

O Pix, hoje o meio de pagamento mais usado pelos brasileiros, tem sido alvo recorrente de ataques. Nos últimos dois meses, criminosos desviaram mais de R$ 1,5 bilhão de bancos e fintechs por meio de invasões a sistemas de provedoras de tecnologia responsáveis por conectar instituições ao Banco Central. Parte dos valores foi bloqueada pelo próprio BC.

A maior vulnerabilidade está nas empresas que atuam como intermediárias. Enquanto grandes bancos e fintechs se conectam diretamente ao sistema do BC, instituições menores dependem dessas provedoras para realizar as operações, o que amplia os riscos.

Reação do Banco Central

Diante da escalada de fraudes, o BC anunciou novas medidas de segurança. Desde sexta-feira, transações realizadas por fintechs sem autorização — ou por instituições que usam provedores terceirizados — passam a ter limite de R$ 15 mil.

Além disso, o órgão antecipou de 2029 para 2026 o prazo para que instituições de pagamento solicitem licença formal de operação. Também aumentará a fiscalização sobre empresas de tecnologia que prestam serviços de integração com o sistema financeiro.