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A ex-esposa de Ailton Barros, ex-major tratado como ‘segundo irmão’ por Jair Bolsonaro (PL), recebeu do Exército R$ 4,6 milhões em pensões após ele ser expulso da corporação. Barros foi preso por envolvimento em um esquema de falsificação de cartões de vacinação contra covid-19 que, segundo a PF, beneficiou o ex-presidente. 

Marinalva Barros, ex-esposa de Ailton, recebeu mensalmente ao longo de 14 anos —entre abril de 2009 e abril deste ano. O levantamento é do UOL, que conseguiu os dados por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação). Nos registros do Exército, Ailton é considerado “morto ficto” para fins burocráticos.

O Exército explicou a categorização em nota: “Após a exclusão das fileiras do Exército, o ex-militar [Ailton Barros] foi incluído no sistema como ‘morto ficto’ para que seus beneficiários legais (no caso a esposa) pudessem receber a pensão correspondente ao posto, cumprindo o previsto na legislação vigente.”

Marinalva pôde receber pensão apesar de ele estar vivo. Procurada pelo UOL, ela disse que não é mais casada com Ailton. Continua, contudo, recebendo a pensão do ex-major segundo o Portal da Transparência do governo federal. A pensão mensal é de R$ 22,8 mil, e Marinalva a recebe desde outubro de 2008.