64% dos moradores do Rio aprovam operação na Penha e no Alemão, mas maioria se diz com mais medo após chacina
02 novembro 2025 às 18h27

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A operação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, recebeu aprovação de 64% dos moradores do estado, segundo pesquisa Genial/Quaest. Apesar da aprovação majoritária, o episódio — que deixou pelo menos 121 mortos — aumentou o medo e a sensação de insegurança entre a população. Mais da metade dos entrevistados (52%) afirmou se sentir menos segura após a ação, e 74% disseram temer retaliações de traficantes. Para 87%, o Rio vive um verdadeiro “clima de guerra”.
A incursão policial, que teve seu ponto mais intenso na terça-feira, 29, paralisou boa parte da cidade. Ônibus e carros foram usados como barricadas, escolas e universidades suspenderam as aulas, e o transporte público ficou caótico. Na manhã seguinte, mais de 50 corpos foram encontrados na mata e expostos em uma praça próxima ao local do confronto, somando-se aos 64 mortos do dia anterior. Mesmo diante do cenário de horror, 73% dos entrevistados acreditam que a polícia deve realizar mais operações como a do dia 29, ainda que 62% duvidem da capacidade do governo estadual de enfrentar o crime organizado sem ajuda externa.
A pesquisa também revelou diferenças de opinião por gênero, renda e ideologia. O apoio à operação foi maior entre homens (79%) do que entre mulheres (51%), e foi mais expressivo entre moradores da Baixada Fluminense (73%) e eleitores de direita (92%). Entre os de esquerda, o apoio foi de apenas 27%. A maioria (58%) concordou com a declaração do governador Cláudio Castro, que classificou a ação como um “sucesso”, enquanto 32% consideraram um “fracasso”. A pesquisa ouviu 1.500 pessoas em 40 municípios do estado, entre os dias 30 e 31 de outubro, com margem de erro de três pontos percentuais.
