Wilder quer premiar mulher do pior inimigo de Gustavo Gayer com uma vaga no Senado

O deputado federal Gustavo Gayer tem uma característica: é leal. O ex-presidente Jair Bolsonaro determinou que a prioridade do PL nos Estados deve ser eleger senadores. Por isso, o parlamentar decidiu pela candidatura ao Senado, com anuência do líder máximo do Partido Liberal.

Então, de acordo com Jair Bolsonaro, a direita deve priorizar a eleição presidencial e a eleição para o Senado. Os projetos pessoais, que extrapolem os do PL, devem ficar de lado.

Noutras palavras, projetos tidos como incertos, como uma candidatura a governador em Goiás, devem ser deixados de lado.

O senador Wilder Morais planeja ser candidato a governador de Goiás, mas o projeto não é do PL nem de Jair Bolsonaro e nem de Gustavo Gayer e Major Vitor Hugo. É um projeto meramente pessoal de um político que se aproximou do bolsonarismo não por afinidade político-ideológica, e sim por interesses eleitorais imediatos e pessoais.

Há outra questão grave, que o bolsonarismo não tolera. O senador Vanderlan Cardoso (PSD) operou em Brasília, tanto no Congresso quanto no Supremo Tribunal Federal, pela cassação do mandato de Gustavo Gayer. Os dois se tornaram inimigos figadais.

Pois, se Wilder Morais for candidato a governador e for eleito, quem assumirá sua vaga no Senado será Izaura Cardoso, mulher de Vanderlan Cardoso. Então, Wilder estaria premiando um inimigo de Gustavo Gayer.

Jair Bolsonaro também não tem apreço por Vanderlan Cardoso. Porque o senador, tão logo Jair Bolsonaro deixou o governo, alinhou-se com o governo do presidente Lula da Silva, do PT. Tanto que o bolsonarismo chama o senador do PSD, ao menos nos bastidores, de “o Vermelho”.

Membros do PL dizem que Wilder Morais, se for candidato a governador, não terá o apoio de Jair Bolsonaro, de Gustavo Gayer, de Major Vitor Hugo e dos prefeitos do partido. Irá sozinho, se quiser, e talvez não pelo PL (porque em Goiás o PL é símbolo de Gustavo Gayer). Por sinal, os prefeitos clamam por uma aliança do PL com Daniel Vilela e com a pré-candidata a senadora pelo União Brasil, Gracinha Caiado.

A tendência é que Gustavo Gayer, seguindo a orientação de Jair Bolsonaro, componha com Daniel Vilela e Gracinha Caiado. Uma chapa com os três e um vice do PSD — José Mário Schreiner ou Gustavo Mendanha — é apontada como imbatível por analistas da política. “É chapa para ganhar no primeiro turno”, assinala um membro do PL. (E.F.B.)