Wilder Morais que fique esperto: a debandada de prefeitos do PL está prestes a começar
08 novembro 2025 às 21h00

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O senador Wilder Morais, do PL, tem dito a aliados que anunciará sua candidatura no dia 2 de abril de 2026. Um dia depois do Dia da Mentira — 1º de abril —, o que não deixa de ser sintomático e expressivo.
Em 2022, Gustavo Mendanha, candidato a governador, sentiu na pele o que é ficar isolado politicamente e “cercado” por seu principal adversário. Acabou obtendo apenas 25% dos votos válidos.
Wilder Morais, se candidato, caminha para um isolamento ainda maior. Porque, de acordo com lideranças da base aliada, os prefeitos do PL tendem a abandoná-lo. E mais cedo do que ele imagina.

O abandono poderá começar já em 2025. O prefeito de São Miguel do Araguaia, Jerônimo Siqueira, já trocou o PL pelo MDB. Por sinal, tem sido atacado por integrantes do PL e do PSDB por compor, desde já, com o pré-candidato do MDB a governador, o vice-governador Daniel Vilela.
Jerônimo Siqueira tem razão quando diz que, ao se filiar ao MDB, não saiu da base que o elegeu. Alguns de seus parentes, como o ex-deputado estadual Wagner Siqueira, já eram filiados ao MDB.
A maioria dos prefeitos do PL está esperando apenas sinal verde do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil, e de Daniel Vilela para mudar de partido.

Muitos prefeitos do PL já abriram conversações com as lideranças do MDB, do União Brasil, do pP e do Republicanos — partidos da base governista. A debandada do PL será em massa, e muito em breve.
Observe-se que o prefeito de Novo Gama, Carlinhos do Mangão, vai lançar sua mulher, Joscilene do Mangão Martins, para deputada estadual, mas não pelo PL. O que é um claro sinal de que ele também não ficará no partido.
O prefeito de Morrinhos, Maycllyn Carreiro, do PL, estaria tentando se aproximar do governador Ronaldo Caiado. O intermediário seria o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (União Brasil), e do deputado Júlio Pina. (Carreiro tem apreço pelo governador, de quem já foi aliado.)
Há outros prefeitos do PL articulando filiação em partidos da base governista. É muito provável que Wilder Morais, se for candidato a governador, não ficará com nenhum prefeito. Ou ficará apenas com um ou dois.

O mais importante prefeito do PL, o de Anápolis, Márcio Corrêa, irá apoiar Daniel Vilela, de quem é amigo e aliados histórico. Sua ligação com Wilder Morais é recente. Ele entrou para a política pelas mãos de Daniel Vilela.
A defecção mais importante será, possivelmente, a do deputado federal Gustavo Gayer, do PL. O parlamentar, popular e prestigiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, será candidato a senador, provavelmente na chapa de Daniel Vilela e de Gracinha Caiado, candidata a senadora pelo União Brasil.
Político astuto, Gustavo Gayer sabe que, se for candidato fora da base do governador Ronaldo Caiado e de Daniel Vilela poderá até obter uma excelente votação, mas poderá ser derrotado por Gustavo Mendanha ou por Vanderlan Cardoso, ambos do PSD, para citar apenas dois exemplos.

Por adotar um discurso radical, Gustavo Gayer pode apresentar uma imagem de que é pouco racional. Mas não é assim. O deputado é racional e frio. Sobretudo, sabe que a política incentivada por Jair Bolsonaro não é a de Wilder Morais. Ou seja, o ex-presidente quer que o PL banque mais candidatos a senador e menos candidatos a governador. Ele quer subordinar interesses pessoais aos do partido. É um recado para o senador do PL em Goiás, que não estaria pensando nem em Gustavo Gayer, nem no vereador Major Vitor Hugo e muito menos nos prefeitos do partido, como Márcio Corrêa, Carlinhos do Mangão e, entre outros, Maycllyn Carreiro. (E.F.B.)
