Foto: Fernando Leite
Foto: Fernando Leite

O Jornal Opção fez uma pergunta a dois pesquisadores e a dois marqueteiros: “Por que Adriana Accorsi retira votos de Waldir Soares e este retira votos daquela?” Os quatro admitiram que, para fazer uma avaliação consistente, precisariam ter em mãos levantamentos amplos e feitos a partir de indagações específicas, em termos qualitativos e quantitativos. Mas, baseados em estudos que examinaram, sugerem que, como são da área de segurança — ambos são delegados da Polícia Civil —, o pré-candidato do PR e a pré-candidata do PT atraem o mesmo tipo de eleitorado, aquele que está mais preocupado com a violência. Porém, frisam, se a violência cair, o que pode não ocorrer no curto prazo, tendem a perder um pouco de sua vitalidade política. Os profissionais formulam uma tese parecida, assim sintetizada: Waldir Soares atrai um eleitorado que exige medidas duras na área de segurança — ações sem contemplação contra os criminosos —, enquanto Adriana Accorsi atrai um eleitorado que, embora queira que o problema da violência seja resolvido, não aprecia que a polícia seja excessiva no combate ao crime. Por dois motivos. Primeiro, porque são humanistas. Segundo, porque avaliam que uma polícia violenta começa agredindo criminosos e, em seguida, estará agredido qualquer pessoa.

A conclusão dos marqueteiros e pesquisadores é: o discurso de Waldir Soares tende, ao menos num primeiro momento, a atrair um maior número de eleitores. Porém, se Adriana Accorsi conseguir apresentar uma tese bem formulada — do tipo “violência gera mais violência” —, e se a tese for assimilada pela sociedade, sobretudo pelas classes médias, é possível que acabe por retirar votos do delegado-deputado. As classes médias, embora assustada com a violência, temem apoiar candidatos tidos como “excessivos”, autores da tese de que, com ações violentas — e não necessariamente de Inteligência —, pode se resolver o problema da criminalidade.