Sonho de consumo do PT nacional é chapa com Marconi Perillo em Goiás

27 março 2022 às 00h02

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Lula da Silva não vai interferir, mas a cúpula do partido sugere chapa com Perillo para governador e Wolmir Amado para senador
Sabe qual é o sonho de consumo político do PT nacional, notadamente de Lula da Silva, o candidato red a presidente da República? Lançar Marconi Perillo, do PSDB, para governador, com Wolmir Amado na vice (ou na disputa pelo Senado) e Pedro Wilson para senador (seria o coroamento de uma carreira política bem-sucedida e respeitável). Wolmir também é cotado para o Senado. “Sei que Marconi, José Eliton e Aava Santiago topam a aliança, especialmente por considerar que Lula vem forte, muito forte, para a disputa presidencial e, por isso, vai acabar influenciando nos Estados”, afirma um petista veterano.
Porém, pelo menos por enquanto, o PT trabalha com Wolmir Amado como pré-candidato a governador. Já Perillo, segundo uma fonte tucana, teme, se fizer aliança com o petismo, perder o apoio de parte do eleitorado bolsonarista — tanto se disputar mandato de senado quanto de governador.
Como o pré-candidato a governador Gustavo Mendanha adora flertar com o bolsonarismo, sob a alegação de que os pastores evangélicos que o apoiam são adeptos do presidente Jair Bolsonaro, Perillo estaria se distanciando dele. Porque quer também o voto dos não bolsonaristas.

Um tucano contrapõe: “Na verdade, Marconi vai acompanhar o jogo político com atenção, interferindo aqui e ali, e definindo seu projeto político apenas entre junho e julho Sobretudo, ele vai esperar o quadro desanuviar-se. Ele de fato tem interesse numa composição com Gustavo. E, se não for possível disputar o governo numa composição, pode ser candidato avulso ao Senado. O observador isento da conjuntura política certamente percebe que Marconi voltou a ser um jogador ativo. Está no jogo e com vocação para artilheiro”.
O tucano frisa que Perillo, dada sua experiência com embates duros, considera Mendanha como um peso-leve, desses que, ao enfrentar um peso-pesado, pode ser nocauteado no primeiro round. O fato de não ter conseguido se filiar em nenhum partido político, nem pequeno, nem mediano, nem grande, sugere, na opiniãodo integrante do PSDB, “tibieza política”. “Quem escolhe demais, menosprezando partidos e aliados, tende a acabar sozinho. As idas a Brasília, que estão se tornando humilhantes, sugerem que Gustavo articula mal, sem orientação abalizada. Os deputados Professor Alcides e Magda Mofatto nunca coordenaram uma grande eleição majoritária, como a de governador. São dois políticos de qualidade, mas provincianos — um de Aparecida e a outra, de Caldas Novas.”