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Só uma pessoa não pode ser substituída na equipe dirigente da gestão estadual: o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil. Porque ele foi o único eleito pelo voto popular.

Portanto, na equipe de Ronaldo Caiado não há intocáveis. A secretária de Economia, Cristiane Alkmin Schmidt, fez, não há dúvida, um trabalho competente durante quatro anos e mantinha uma interlocução produtiva com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Mas não tem qualquer interlocução com o futuro governo de Lula da Silva, do PT. Os “guedistas”, como a dama de ferro da Economia, são malvistos pelos principais aliados do presidente recém-eleito.

Mas o problema de la Schmidt não é apenas falta de diálogo com o petismo. A secretária estaria “desgastada” com a própria equipe. Há atritos apontados como “incontornáveis”. Cristiane Schmidt e o secretário-adjunto, Francisco Sérvulo Freire Nogueira, para citar apenas um nome, não estariam falando a mesma língua. O conflito entre ambos é tido como “irreversível”. Um “tem” de sair.

Ronaldo Caiado e Henrique Meirelles: o ex-ministro abre portas em Brasília | Foto: Reprodução

Auxiliares de Ronaldo Caiado postulam que Sérvulo Freire “é altamente competente”. O Fisco, que tem resistência a quem não é do ramo, aprecia seu trabalho técnico, considerado de primeira linha.

Sérvulo Freire pode ser indicado para a Secretaria da Economia. O que se fala é que tem estatura técnica e entendimento político do significado amplo do cargo. Não seria apenas um “tecnocrata”.

Cristiane Schmidt: relativa força no governo de Jair Bolsonaro | Foto: Divulgação

O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles pode ocupar um cargo de proa no governo Lula da Silva? Talvez sim. Talvez não. O engenheiro de Anápolis, um expert em economia pública e privada, chegou a ser cotado para o Ministério da Fazenda, mas, hoje, o favorito para o cargo é o advogado e economista Fernando Haddad (que não tem mais nem a resistência do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual). Porque Lula da Silva, se indicá-lo, será o verdadeiro ministro. O presidente eleito quer combinar desenvolvimento e controle de gastos (por isso gostaria de ter um Pérsio Arida ou Ana Carla Abrão no Ministério do Planejamento) — o que não é muito fácil. Fernando Haddad, como Guido Mantega, “pertence” à escola desenvolvimentista. Na Fazenda, transformará o ministro do Planejamento em peça decorativa.

Se não conquistar um cargo de proa, Meirelles pode assumir a Secretaria de Economia de Goiás? Não se sabe. Mas, se assumir, será importante para o governo de Goiás — dada sua ampla interlocução com Lula da Silva.

No momento, como membro do conselho consultivo da Binance, Meirelles está interessado no mercado de criptomoedas.