Secretaria de Cultura garante que não censurou lançamento de CD de Itamar Correia

16 novembro 2019 às 11h52

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Edival Lourenço afirma que o cantor queria locar o Cine Teatro São Joaquim para lançar CD, mas depois decidiu por ação política

Nota da Secretaria de Cultura do governo de Goiás
No dia 16 de outubro de 2019, o cantor e compositor Itamar Correia procurou a Secretaria de Estado de Cultura (Secult Goiás) para solicitar um espaço na agenda do Cine Teatro São Joaquim, com isenção de taxa de locação, para lançamento de um CD e apresentação de um show, a se realizar no dia 16 de novembro. A natureza do evento seria especificamente artística. A autorização foi dada.
No entanto, posteriormente, quando começou a ser feita a divulgação do evento em questão, verificou-se que o show/lançamento de CD passou a um plano inferior e estava sendo divulgado com outro tipo de perfil. Nesse sentido, o solicitante incorreu na alteração da natureza do evento. Por ter sido desviado do pedido original e por não ser permitido, pelo regulamento, que o Cine Teatro São Joaquim receba eventos políticos, o pedido foi revisto e revogado.
Comunicação Setorial – Secult Goiás
Nota de repúdio do PT
O Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores – PT, de Goiás/GO, repudia, com veemência, o ato arbitrário e de abominável censura do Governo do Estado de Goiás, via Secretaria de Cultura, de impedir a realização, no Teatro São Joaquim, Cidade de Goiás, do lançamento do CD “Todos estão em nós”, do cantor e compositor Itamar Correia, previamente agendado para este sábado, dia 16 de novembro de 2019.

O cantor e a produção do evento foram surpreendidos, na última hora, pela decisão da SECULT Goiás, de não mais ceder o Teatro São Joaquim, alegando que o lançamento do CD tem “viés político”. Registre-se que o evento foi agendado com muita antecedência e já estava amplamente divulgado e com ingressos vendidos.
O lançamento do CD, que tem a participação do Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno, é uma homenagem aos 15 mortos e desaparecidos políticos em Goiás, pela reconstrução do Comitê Goiano da Anistia e dedicado a Dom Tomás Balduíno, Dom Pedro Casaldáliga e Frei Marcos Lacerda.
Estranha muito e preocupa ainda mais esse ato do Governo Caiado, por meio do Secretário Edval Lourenço, uma vez que é do conhecimento de todos que o Cantor Itamar Correia, desde o fim da ditadura militar, sempre desenvolveu, através da arte, essa temática.
O que pretende o Governo de Goiás? Ignorar e querer também que a sociedade ignore o que ocorreu no Brasil durante o período militar?
Muita decepção e retrocesso. Aliás, a área cultural do Estado, que já se notabilizou em não dar continuidade a eventos já consolidados – como o FICA -, também, deixa sua marca como quem censura e tenta impedir a realização de iniciativas da comunidade.
Além da clara censura, temos indícios de ato de improbidade, uma vez que o Teatro é um equipamento público, o qual, recentemente, foi praticamente reconstruído com considerável quantia de recursos públicos federais durante os Governos Lula e Dilma.
O Teatro é do Povo e o seu uso não pode ser decidido a bel prazer dos gestores públicos, como se fosse um bem privado.
Cidade de Goiás, Patrimônio Mundial da Humanidade, 16 de novembro de 2019
Diretório municipal do Partido dos Trabalhadores-PT de Goiás-GO