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O senador Wilder Morais tem dito que será candidato a governador de Goiás pelo PL. Um de seus argumentos é plausível: se perder, continuará como senador até 2030. Há uma réplica para o argumento: se perder em 2026, deixando de pertencer a um grupo político, a base governista, chegará enfraquecido para a disputa da reeleição, em 2030.

Porém, se Wilder Morais diz que será candidato — e é um direito do senador —, que se respeite sua vontade e sua palavra.

Porém, e se o PL fechar uma aliança com o pré-candidato a governador do MDB, Daniel Vilela, bancando Gustavo Gayer como candidato a senador? Wilder Morais sairia do PL e disputaria o governo por outro partido? Não se sabe e é cedo para conclusões peremptórias, porque, neste momento, é hora mais de jogar e fortalecer imagem (e se tornar conhecido) do que de definir o jogo.

Wilder Morais: o senador não quer aliança com o PSDB | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

O que se sabe mesmo é que existem duas possibilidades: Wilder Morais pode ser candidato e pode não ser candidato. Se depender do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL não lança candidato a governador em Goiás, optando por lançar candidato a senador na chapa de Daniel Vilela. Há quem, no PL, acredite que, em 2026, Bolsonaro estará enfraquecido e, até, preso. Assim, não poderá barrar a candidatura de Wilder Morais. “Bolsonaro preso é excelente para Wilder Morais”, afirma um político.

Se Wilder Morais não for candidato, quem será o principal adversário de Daniel Vilela. Não há a menor dúvida: será o ex-governador Marconi Perillo, do PSDB.

Mas com quem Marconi Perillo irá para a disputa, em termos de aliança? Com o espaço da direita e da centro-direita ocupado — tanto por Jair Bolsonaro quanto por Ronaldo Caiado —, o que restará ao tucano?

Nos últimos meses, Marconi Perillo, que era de centro-esquerda, tem assumido posições mais anti-presidente Lula da Silva. Mas o PT pode acabar sendo a alternativa de aliança para o tucano.

Em busca de um palanque para Lula da Silva em Goiás, o PT quer — e até clama — por uma aliança com Marconi Perillo. Mas o ex-senador estaria resistindo.

Há outra alternativa. Se Marconi Perillo optar por disputar mandato de deputado federal — frise-se que tem dito que a prioridade absoluta é o governo do Estado —, a vereadora Aava Santiago pode ser a aposta do PSDB para governadora.

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Aava Santiago: vereadora em Goiânia | Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

Aava Santiago — tida como evangélica prêt-à-porter — poderá ser a candidata tanto do PSDB quanto do PT. Lula da Silva e os deputados federais Adriana Accorsi e Rubens Otoni, todos do PT, apostam que a tucana seria uma “grande” candidata a governadora (ou a senadora e até a deputada federal).

Ressalve-se que Aava Santiago é muito ligada a Marconi Perillo e planeja, ao menos no momento, ser candidata a deputada estadual. Dependendo do quadro de 2026, poderá mudar o projeto. Se Lula da Silva estiver melhor do que hoje, uma aliança entre a vereadora e o PT não pode ser descartada. De qualquer forma, por enquanto, Marconi Perillo permanece como “o” pré-candidato do PSDB a governador de Goiás. Será sua quinta disputa, o que retira, de sua candidatura, a tese de “renovação” e “mudança” (se perder, fecha seu ciclo, seguindo Iris Rezende, que, derrotado em 1998, nunca mais conseguiu ser eleito governador — só a prefeito de Goiânia). Discurso que cairia como uma luva em Aava Santiago. (E.F.B.)