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Se os Vilelas ficarem fora do pleito na capital, Daniel Vilela disputa o governo em 2022 e o PP banca o senador

Maguito defende conciliação no MDB
Maguito Vilela, possível candidato a prefeito em Goiânia | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

O MDB de Daniel Vilela e o Progressistas de Alexandre Baldy são “hermanos” eleitorais, mas não são siameses. Seus líderes sabem que, juntos, têm mais força para enfrentar a força do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). Isolados, não têm um exército suficiente para enfrentá-lo. Os chefes dos dois partidos estão de olho miúdo na disputa de 2020 e de olho grande na disputa de 2022. Há alguns caminhos para o jogo.

Alexandre Baldy: possível candidato a governador em 2022 | Foto: Cedida ao Jornal Opção

O MDB dos Vilelas quer lançar Maguito Vilela para prefeito de Goiânia. Porque, se ganhar, cria uma estrutura mais ampla para a disputa do governo do Estado em 2022, uma espécie de contraposição ao poderio de Ronaldo Caiado. O PP tem um nome forte para a capital — o senador Vanderlan Cardoso. A questão é: Maguito Vilela mostra disposição de disputar e Vanderlan não demonstra muito interesse (resguardando-se, é possível, para o pleito de 2022).

Mas há um drummond no meio do caminho: o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, de 85 anos, afirma de manhã que não vai disputar a reeleição, mas, quando visita Ronaldo Caiado, à tarde, muda de ideia e admite que poderá ser candidato. De noite, confuso, diz que “sim” e que “não”, ao ser perguntado se pretende participar de mais um pleito — em 2020 terá 87 anos (e, se eleito, terminará o mandato com 91 anos). O fato objetivo é que Ronaldo Caiado quer lançar Iris Rezende, para ganhar ou para perder, com o objetivo de evitar que Maguito Vilela seja candidato e crie uma cabeça de ponte na principal cidade do Estado — o que, do ponto de vista eleitoral, diminuiria sua força política em 2022.

Vanderlan Cardoso: possível candidato a governador em 2022 |
Foto: Fábio Costa

O MDB dos Vilelas quer lançar o postulante a prefeito de Goiânia, Maguito Vilela, e o candidato a governador em 2022, Daniel Vilela. Mas o aliado PP não aceita tal esquema tático-estratégico. Seu jogo é outro e é provável que os Vilelas, para se fortalecerem, o aceitarão.

Se Maguito Vilela for candidato a prefeito, ganhando ou perdendo, a tendência é que o candidato a governador da aliança MDB-PP em 2022 seja do segundo partido. Nomes? O partido tem dois nomes consagrados: o do senador Vanderlan Cardoso e o do ex-ministro Alexandre Baldy. O segundo poderia ser apresentado como representante da renovação mas com experiência, por ter sido ministro de Estado e secretário do governo de São Paulo (Estado cujo PIB é maior do que o de países da América do Sul). Vanderlan Cardoso, por sinal, já tem mandato (e de oito anos). Daniel Vilela, o presidente do MDB, iria a senador.

Daniel Vilela: aposta para o governo ou para o Senado em 2022 | Foto: Jornal Opção

Entretanto, se Iris Rezende for o candidato, e os Vilelas ficarem de fora, a definição do candidato a governador terá outra configuração. Se Maguito Vilela sair do páreo em 2020, Daniel Vilela volta a ser o principal postulante da coligação MDB-PP. O PP bancaria, deste ano, o candidato a senador. Há possibilidade de o PSDB bancar Jânio Darrot para vice de Daniel Vilela? Quase tudo é possível em política e, no caso, seria possível por dois motivos. Jânio Darrot, prefeito de Trindade e presidente do PSDB, é um gestor íntegro e competente. Não pertence ao tucanato manchado pela Operação Lava Jato. Mas há a possibilidade também de o PP indicar o vice de Daniel Vilela e o PSDB postular a indicação do candidato a senador. Se João Doria for candidato a presidente, e se aparecer bem nas pesquisas, aí o PSDB passará a ser um aliado interessante nos Estados.

O fato é que, em 2022, haverá um frentão para enfrentar o governador Ronaldo Caiado, que, depois de quatro anos de mandato, terá tanto desgaste político — muitos aliados já o estão abandonando, e no primeiro ano do governo (caso do deputado federal Delegado Waldir Soares), o que é raro— quanto administrativo. Ele estará no mando de uma máquina poderosa, mas enfrentará uma oposição que será capaz de mostrar seus possíveis equívocos.