Se bancar Maguito Vilela para o governo, PMDB dará a José Eliton o discurso do novo
Euler de França Belém
21 janeiro 2017 às 11h40
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Daniel Vilela pode até ter índices menores nas pesquisas, mas, como elemento da renovação, pode crescer durante a campanha
Os analistas políticos que apostarem numa briga política entre o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Maguito Vilela e seu filho, o deputado federal Daniel Vilela, presidente do PMDB, estarão cometendo um autoengano. O experimentado político de 67 anos e o jovem político de 33 anos — pai e filho — podem ter suas discordâncias pontuais, mas se respeitam profundamente.
Maguito Vilela não queria disputar o governo, mas, pressionado por alguns aliados, que acreditam que é mais viável e tem menos resistência, por agregar mais, animou-se. Porém, se Daniel Vilela disser que será candidato a governador, se firmar pé e não abrir mão, o ex-prefeito, um político e homem sereno, sempre ponderado, abrirá mão do projeto pessoal para apoiar o do filho.
Mas o próprio Daniel Vilela é um político racional. Se perceber que Maguito Vilela é mais viável eleitoralmente, abre mão de seu projeto, disputa a reeleição e apoia o pai. Porém, quem examina as pesquisas, notadamente as qualitativas — as quantitativas, neste momento, são risco n’água —, percebe que Daniel Vilela pode até figurar atrás do pai, e inclusive de Ronaldo Caiado, o provável postulante do DEM, mas é um nome com extremo potencial de crescimento.
Daniel Vilela não tem desgaste, articula bem (em Brasília, é bem-visto por quase todos os deputados da base aliada, como Jovair Arantes, Célio Silveira, Alexandre Baldy), trafega com desenvoltura pelo interior e tem carisma. Com um marketing afiado, pode ser caracterizado como uma espécie de Marconi Perillo de 2018. O PMDB, se bancar Maguito Vilela, como está se desenhando, não poderá falar em renovação, para criticar o grupo do governador Marconi Perillo — que estará completando 20 anos de poder —, porque estará comprovando que, nos mesmos 20 anos, terá lançado apenas dois candidatos a governador, Iris Rezende (três vezes, em 1998, 2010 e 2014) e Maguito Vilela (2002, 2006 e, possivelmente, 2018). O tucano José Eliton, que nunca disputou eleição para o governo, se enfrentar Maguito Vilela, pode se apresentar como o “novo”.
