PT se divide entre três caminhos para candidatura ao governo de Goiás
08 novembro 2025 às 21h00

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O Partido dos Trabalhadores (PT) ainda não chegou a um consenso sobre qual rumo seguirá nas eleições para o governo de Goiás em 2026. Nos bastidores, a legenda está dividida em pelo menos três correntes, cada uma com uma leitura distinta sobre o melhor caminho para o partido disputar o governo do Estado.
Uma das alas defendeu uma aproximação com o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), mas este movimento perdeu força nos últimos meses. “Tinha um grupo que era a favor do Marconi, mas percebeu que ele não quer o PT e desistiram”, relatou um petista ouvido em reservado.
O cálculo dessa ala era manter o partido em oposição ao atual governo de Ronaldo Caiado (UB) e ao seu sucessor natural, Daniel Vilela (MDB), que assumirá o governo em 2026 e deve concorrer à reeleição. No entanto, a avaliação interna é de que Marconi não tem demonstrado disposição para dialogar com os petistas. Pelo contrário, as conversas de bastidores indicam que o tucano busca se aproximar do Partido Liberal (PL) e do senador Wilder Morais, provável candidato ao governo pela legenda.
Há também um setor que defende o diálogo com lideranças mais próximas do campo progressista, ainda que não necessariamente de esquerda. “Outro grupo defende que o PT precisa correr atrás de uma figura mais à esquerda, não necessariamente de ‘esquerda raiz’, então eles tentam dialogar com o Zé Eliton, por exemplo”, contou o interlocutor. O ex-governador José Eliton, do PSB, teria exigido o apoio presente de Lula em seu palanque; financiamento de campanha; apoio do PV, PT, PSB e PCdoB.
Por fim, existe uma ala que insiste na construção de um nome próprio dentro do PT. “Estão na busca de um nome filiado, um nome grande do próprio PT. Mas, há dificuldades porque todos são vereadores e deputados”, completou.
Enquanto isso, as discussões seguem: “São reuniões e mais reuniões que estão sendo feitas para ver com quem o partido vai ficar nessa história”, resumiu um petista envolvido nas conversas para escolha do candidato ao governo.
Outra fonte dentro do PT ponderou que a indefinição também reflete a própria complexidade da sigla. “O PT é muito grande. São 50 mil filiados em Goiás, 27 vereadores, três prefeitos, deputados estaduais, federais e inúmeros militantes, mesmo os que não têm cargo político. Então não é simples saber o que o PT pensa”, observou.
