PT não vai bancar Adriana Accorsi para governadora e sonha com Aava Santiago e Marconi Perillo

06 setembro 2025 às 21h00

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Circulou nas redações a “informação” de que a deputada federal Adriana Accorsi será candidata a governadora pelo PT, em 2026, daqui a um ano e alguns dias.
Trata-se de informação, de balão de ensaio ou de contrainformação? O melhor a fazer é ouvir petistas de proa. O Jornal Opção consultou quatro reds da linha de frente do partido, com lastro — dois deles, históricos nas hostes e lutas petistas.

Uma das fontes é peremptória: “Adriana Accorsi não será candidata a governadora, e sim a deputada federal, em 2026”.
“O PT opera assim: quer eleger quatro deputados federais em 2026, entendendo, porém, que a possibilidade maior é eleger três. Os quatro são os deputados federais Adriana Accorsi e Rubens Otoni, o vereador Edward Madureira e o professor Delúbio Soares. Ainda é cedo para apostas, mas Edward e Delúbio estão disputando a terceira vaga. Entendemos, porém, que ambos, dependendo da campanha nacional do presidente Lula da Silva, podem ser eleitos. Agora, é preciso trabalhar muito”, assinala o petista.

“Para eleger três deputados federais — insistindo: é a prioridade do PT e de Lula (é uma garantia de governabilidade) —, nós precisamos de um puxador de voto, ou seja, de Adriana Accorsi. Por isso, o PT e Lula não vão retirá-la da disputa. Pelo contrário, vão mantê-la. Com Adriana como candidata, a chapa de deputado federal do PT fica consistente. Sem ela, perde força. Então, não se pode fazer a besteira de retirá-la do páreo”, pontua a fonte.

O petista admite que o PT “enfrenta um problemão: a um ano da eleição, não tem candidato a governador nem a senador. Mas insisto que a prioridade será eleger três deputados federais. Lula vai precisar de uma bancada ampla. Adiante, a gente define os candidatos majoritários”.
Numa conversa na Assembleia Legislativa, na semana passada, um petista disse a um repórter do Jornal Opção: “O vereador Fabrício Rosa, por ser carismático e ter voto, poderia ser um excelente candidato a governador. Mas, de acordo com um aliado, ele não quer. Prefere ser candidato a deputado estadual”.

Há quem pondere, como faz uma petista: “As causas identitárias de Fabrício Rosa podem não ser positivas numa disputa majoritária. O PT pode perder voto dos setores conservadores”.
O petista anterior confronta tal tese: “Ora, o PT já não tem o voto dos conservadores. Então, com Fabrício Rosa, poderia ter o voto dos progressistas e de pessoas do centro que não são conservadoras”.
Na visita à Assembleia, o repórter colheu outra opinião do petista: “Se Fabrício Rosa não puder ser candidato, por que não apostar em Denise Carvalho para governadora? Em 2022, como candidata a senadora, a ex-deputada do PC do B recebeu boa votação, surpreendendo os caciques políticos”.

O terceiro petista, numa conversa informal com o repórter do Jornal Opção, no Ópera Café, apresentou outro caminho: “Ouço que Marconi Perillo não quer ficar com o PT no primeiro turno, por acreditar que, no segundo turno, o partido terá de ir com ele de qualquer maneira, o que pode ser um equívoco de sua parte. Se Marconi marchar para a direita, ou até para a extrema direita bolsonarista, ninguém do PT o acompanhará”.
Mas o PT quer mesmo compor com Marconi Perillo?

A quarta fonte, ex-deputado, diz que tucanos retomaram o diálogo com alguns petistas. “Marconi Perillo deve conversar com a ministra Gleisi Hoffmann e com a deputada Adriana Accorsi. O tucano vai acabar entendendo que a direita em Goiás ficará com o vice-governador Daniel Vilela ou com o senador Wilder Morais. Porque não se entusiasma com o tucano. Se a direita critica o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, aliado de Jair Bolsonaro, por ‘não ser de direita o suficiente’, então é ainda muito mais difícil compor com Marconi, político que pode trocar o PSDB pelo PSD.”
A mesma fonte acrescenta: “A alternativa de chapa própria do PT ganhou força no partido”. Sobre a vereadora Aava Santiago é lacônico: “Deve ser candidata a deputada federal e, possivelmente, não será pelo PSDB. Talvez vá para o PV”. (E.F.B.)