PT insiste com Aava Santiago, mas desiste de projeto com Marconi Perillo

Durante certo tempo, o PT dos deputados federais Adriana Accorsi e Rubens Otoni iniciou conversações para apoiar a candidatura de Marconi Perillo a governador de Goiás.

O PT chegou a operar para levar a vereadora e evangélica Aava Santiago, do PSDB, para um ministério do governo do presidente Lula da Silva. Porém, no meio do caminho, Marconi Perillo teria, “não vetado” o acordão entre o PT e o PSDB, e sim sugerido que tomaria uma decisão sobre alianças só em dezembro de 2025.

O tucanato teria ensaiado uma aproximação com o senador Wilder Morais — que, mesmo não sendo bolsonarista-raiz, é filiado ao PL, o mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro —, mas, no meio do caminho, levou um chega-pra-lá.

Wilder Morais disse, de maneira peremptória, que não quer aliança com Marconi Perillo. Porque, exatamente, não esclareceu. Não quer herdar o desgaste do tucano-chefe? É possível.

O fato é que Marconi Perillo acabou isolado. O que está sobrando para o ex-governador é exatamente o PT, que ele, aparentemente, menospreza.

Aos poucos, Marconi Perillo tem adotado um discurso mais de direita, embora seja o típico político de centro — sempre “amigo” do muro.

Se o tucano-chefe não tem a direita — Wilder Morais não o aceita, insista-se — e não quer aceitar o “amor” da esquerda petista, o PT, como quem irá para a disputa do governo em 2026, daqui a um ano e um mês? Só com tucanos, ou seja, Jaime Rincon, Jardel Sebba, Eliane Pinheiro, José Eliton, Luiz Alberto Bambu e Itamar Leão.

Aava Santiago é o objeto de desejo — político, esclareça-se — do PT de Lula da Silva, não apenas de Adriana Accorsi (as duas são amigas) e Rubens Otoni.

O que quer Aava Santiago — apontada como a evangélica mais progressista de Goiás, quer dizer, de esquerda (ao menos da esquerda do PSDB)? É vista nos círculos de Lula da Silva e Janja como “petista honorária”.

Mas é falso que Aava Santiago esteja “rompida” com Marconi Perillo. Pelo contrário, a vereadora e o ex-governador mantêm relacionamento cordial. A ressalva é que a jovem política não quer carregar nas costas a pesada história do PSDB goiano. História (como processos e prisões) a respeito da qual não tem nenhuma responsabilidade.

A rigor, Aava Santiago não fala, ao menos não publicamente, que irá sair do PSDB. Porém, se sair, se filiará em qual partido? Não se sabe. O que se sabe é que, apesar da simpatia de Lula da Silva e Adriana Accorsi, dificilmente irá para o PT ou para o PSB (que está aliado com o vice-governador Daniel Vilela, do MDB, para a disputa do governo em 2026). Pode ir para o Partido Verde? É uma hipótese aceitável. PC do B? Não. Impossível.

O fato de o PT não discutir nome próprio para governador sinaliza que tende a apoiar um candidato de fora do partido. Ainda poderá ser Marconi Perillo? Se depender de Aava Santiago, sim.

Petistas ouvidos pelo Jornal Opção admitem que podem apoiar Aava Santiago para governadora. Mas não acreditam que ela será candidata ao governo do Estado. “Porém, se for candidata a governadora pelo PSDB, não será difícil apoiá-la. Mas acredito que será candidata a senadora ou deputada federal”, afirma um petista. “Pesquisa do PT mostra que Aava Santiago, por ser um nome novo, sem manchas, é consistente tanto para deputada federal quanto para senadora e governadora.” (E.F.B.)