PT e isolamento político são adversários talvez incontornáveis de Antônio Gomide em Anápolis

01 março 2020 às 00h00

COMPARTILHAR
Eleitores anapolinos rejeitam o PT e entendem que Gomide não tem nenhuma ligação com Bolsonaro e Caiado

A eleição de Anápolis em outubro deste ano deve ser plebiscitária, opondo dois Robertos, o prefeito Roberto Naves, do PP, e o ex-prefeito Antônio Roberto Gomide, do PT.
São dois candidatos fortes. A estrutura de Roberto Naves é mais encorpada e está em fase de crescimento e consolidação. Mas o que tende a pesar mais contra Antônio Gomide é o fato de que pertence ao PT. Inicialmente, ele conversou com a deputada federal Flávia Morais, líder do PDT, mas o acordo não deu certo.
O presidente Jair Bolsonaro obteve quase 80% dos votos dos eleitores anapolinos, em 2018. A cidade tem uma resistência ampla ao PT, o partido de Antônio Gomide. Numa cidade altamente religiosa, com católicos e evangélicos atuantes como em praticamente nenhuma cidade de Goiás, Gomide e seu irmão, o deputado federal Rubens Otoni, podem até frequentar igrejas, mas, como outros membros da esquerda, são ateus (a rigor, embora irmãos e sempre dividindo o mesmo palanque, nem conversam um com o outro. Petistas dizem: “São como Caim e Abel”. Adversários pioram a brincadeira, exagerando: “São Caim e Caim”).

Os eleitores de Anápolis estão entre os mais politizados de Goiás. Eles estão de olho no fato de que Roberto Naves tem o apoio político e como gestor do presidente Jair Bolsonaro e do governador Ronaldo Caiado e de que Antônio Gomide não tem o apoio de nenhum dos dois.
Quando foi prefeito, Gomide teve o apoio dos presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT. Os dois petistas foram os verdadeiros prefeitos de Anápolis na gestão de Gomide. A partir de 2021, e com crise econômica e tudo mais, vai gerir bem Anápolis quem tiver o apoio do presidente Bolsonaro e do governador Caiado. Os eleitores provavelmente não aceitarão que Anápolis seja usada como “cobaia” do PT.