Prometer salário maior é bom, mas o caixa aguenta?

20 maio 2018 às 00h00

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Emedebista Daniel Vilela parece ter percebido que “achou” um ponto fraco no governo tucano de José Eliton

Candidato de oposição tem de procurar as falhas, ou aquilo que pode ser apontado como falha, no governo de plantão para investir. Não adianta apenas ficar martelando que o governo é ruim, que nada fez, se a percepção da população for diferente. O emedebista Daniel Vilela parece ter percebido que “achou” um ponto fraco, um possível “calcanhar de Aquiles”, no governo tucano de José Eliton, localizado na segurança pública.
Na sexta-feira, 18, em reunião na União dos Militares do Estado de Goiás (Unimil), Daniel repisou um ponto em que já vem batendo há algum tempo. Ele reforçou o compromisso de igualar os salários dos policiais que hoje recebem apenas R$ 1,5 mil. Como não poderia deixar de ser, a proposta de reajustar os vencimentos para aproximadamente R$ 4 mil, que abrange todas as forças policiais, foi muito elogiada pelos membros da associação por valorizar a categoria e lhes dar tranquilidade para focar na segurança pública.
A entidade entregou uma carta de compromissos ao governadoriável, que vai submetê-la ao grupo responsável pelas propostas para a área de segurança a serem apresentadas no plano de governo. O emedebista lembrou que foi o primeiro dos pré-candidatos a se comprometer com a equiparação salarial para soldados e agentes. “É uma proposta apresentada com planejamento. Sei que é possível pagar e por isso nos comprometemos com esse pilar da segurança pública”, afirmou.
Prometer salários mais altos é uma estratégia atraente para quem será beneficiado e rende pontos a quem faz a promessa. Daniel Vilela está jogando para um segmento importante, mas a questão é: o erário suporta? A Lei de Responsabilidade Fiscal comporta?
O governador José Eliton, adversário de Daniel na corrida ao Palácio das Esmeraldas, já teve oportunidade de explicar que os R$ 1,5 mil é valor de partida, sem os acréscimos. Juntado com outros proventos, como gratificações e horas extras, por exemplo, o ordenado dos novos policiais pode ultrapassar os R$ 3 mil. Além disso, há outros benefícios, como bonificação por apreensão de armas. Campanha politica é isso, cada lado tem sua versão.